segunda-feira, 1 de novembro de 2010

SAIBA MAIS SOBRE AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE



As experiências de quase-morte (EQMs) são tão comuns que acabaram se incorporando à linguagem cotidiana.
Frases como "minha vida inteira passou como um flash diante dos meus olhos" e "ir para a luz" vêm de décadas de pesquisas sobre essas experiências estranhas e aparentemente sobrenaturais pelas quais passam pessoas à beira da morte.

Mas o que exatamente são as EQMs?
Alucinações?
Experiências espirituais?
Provas de que há vida após a morte?
Ou são simplesmente alterações químicas no cérebro e órgãos sensoriais nos momentos que antecedem a morte?

Neste artigo, discutiremos o que torna uma experiência uma EQM e quem passa por ela. Também vamos explorar teorias espirituais, filosóficas e científicas sobre por que elas acontecem.

Definindo a experiência de quase-morte

O Dr. Raymond Moody cunhou o termo "experiência de quase-morte" em seu livro escrito em 1975, "Vida após a vida".
O livro do Dr. Raymond chamou a atenção do público para o conceito de experiência de quase-morte, mas relatos dessas experiências sempre ocorreram através da história.

"República", de Platão, escrita em 360 a.C., contém a lenda de um soldado chamado Er que teve uma EQM depois de ter sido morto em combate. Er descreveu sua alma deixando seu corpo e, do céu, viu-a sendo julgada junto com outras almas.[referência - em inglês].

Para os propósitos deste artigo, uma experiência de quase-morte é qualquer experiência na qual alguém perto da morte ou sofrendo de algum trauma ou doença que possa levar a ela percebe eventos que parecem ser impossíveis, não usuais ou sobrenaturais.
Apesar de haver muitas questões sobre as EQM, uma coisa é certa - elas existem.
Milhares de pessoas realmente perceberam sensações similares enquanto estavam próximas da morte.
O debate é se elas realmente experimentaram ou não o que perceberam.

* * *
Truque da mente
Ao invés de uma experiência religiosa, pesquisadores afirmam que o fenômeno pode ser considerado um truque da mente, causado por uma reação química no corpo.

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A maioria das EQMs têm em comum certas características, mas nem sempre elas estão todas presentes, e algumas não seguem padrão algum.
Eis as características que as EQMs "típicas" têm em comum:
* sensações de tranqüilidade - essas sensações podem incluir paz, aceitação da morte, conforto físico e emocional;
* luz radiante, pura e intensa - às vezes essa luz intensa (porém não dolorosa) preenche o quarto.

Em outros casos, a pessoa vê uma luz que sente representar o Céu ou Deus;
* experiências fora do corpo (EFC) - a pessoa sente que deixou seu corpo.
Ela pode olhar para baixo e ver o corpo, geralmente descrevendo a visão dos médicos trabalhando nele.

Em alguns casos, o "espírito" da pessoa voa para fora do quarto, para o céu ou até para o espaço;

* entrando em outra realidade ou dimensão - dependendo das crenças religiosas da pessoa e da natureza da experiência, ela pode perceber esse domínio como o Céu ou, em raros casos, como o Inferno;

* seres espirituais - durante a EFC, a pessoa encontra "seres de luz", ou outras representações de entidades espirituais.

Ela pode perceber esses seres como entes queridos que morreram, anjos, santos ou Deus;



Uma experiência fora do corpo é um aspecto típico das experiências de quase-morte

o túnel - muitas pessoas que passaram por uma EQM se vêem em um túnel com uma luz no final, no qual podem encontrar seres espirituais;
comunicação com espíritos - antes que a EQM termine, muitas pessoas relatam alguma forma de comunicação com um ser espiritual.

Essa é geralmente expressa como uma "forte voz masculina", dizendo que ainda não chegou sua hora e ordenando que volte para seu corpo.
Algumas pessoas relatam que foram convidadas a escolher entre ir para a luz ou voltarem para seu corpo terreno.

Outras sentem que foram compelidas a retornar para o corpo por um comando sem voz, possivelmente vindo de Deus;
revisão da vida - essa ocorrência é também chamada de "revisão panorâmica da vida". A pessoa vê a vida inteira em um flashback.

Isso pode ser algo muito detalhado ou bastante breve.
Ela pode também perceber alguma forma de julgamento vindo de entidades espirituais próximas.

As experiências de quase-morte e experiências fora do corpo são às vezes consideradas a mesma coisa, porém há algumas diferenças essenciais entre elas.

Uma EFC pode ser um componente de uma EQM, mas algumas pessoas experimentam as EFCs em circunstâncias que não têm relação com a morte.
As EFCs podem acontecer espontaneamente ou serem induzidas por drogas ou meditação, estando, às vezes, associadas com elementos espirituais ou sensação de traqüilidade.

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EQMs atípicas

Algumas EQMs têm elementos que sustentam poucas semelhanças com a experiência de quase-morte "típica".
Segundo pesquisas, algo em torno de 1% a 25% dos indivíduos não experimenta sensações de paz, não visita o céu e nem encontra espíritos amigáveis.
Ao invés disso, sentem-se atemorizados e são abordados por demônios ou duendes maliciosos.
Eles podem visitar locais que se encaixam nas descrições bíblicas do Inferno, incluindo fogo, almas atormentadas e uma sensação de calor opressivo.

Menos comuns são os relatos de EQMs compartilhadas, onde alguém ligado à pessoa que está morrendo a acompanha em sua jornada fora do corpo.
Isso pode tomar a forma de um sonho que ocorre no mesmo momento em que a pessoa estava próxima da morte.

Crianças também passam por EQM.
As muitos novas tendem a relatar experiências surrealistas com alguns dos elementos comuns das EQMs, mas à medida que elas se tornam mais velhas, o ensino religioso geralmente colore suas EQMs com uma conotação mais espiritual, tal como encontrar Deus ou Jesus.

Uma pequena porcentagem de pessoas que passaram por EQMs relatam visões proféticas que lhes revelaram o destino da Terra e da humanidade.

Trata-se geralmente de uma visão apocalíptica, mostrando o final dos tempos, mas alguns relatam visões da humanidade evoluindo em seres superiores.
Um grupo de pessoas que não se conheciam relatou que o mundo terminaria em 1988.

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Relato pessoal
"Tive a sensação de estar em um lugar cercado de névoa.
Senti que estava no inferno. De um grande abismo com fumaça saíam braços e mãos tentando me agarrar... eu fiquei apavorada achando que essas mãos fossem me puxar para dentro do abismo com elas...estava muito quente lá embaixo".

Este é o relato de uma atendente de clínica de repouso que quase morreu devido a um grave derrame cerebral causado pelo calor (publicado no livro "Voltando da morte", de Margot Grey).

Ed Grabianowski. "HowStuffWorks - As Experiência de Quase Morte".
Publicado em 16 de junho de 2008.


MILAGRES CONTEMPORÂNEOS - PARTE II

Posted: 16 Oct 2010 04:00 AM PDT

Conheça as recentes histórias de brasileiros que se livraram de graves doenças sem que a medicina e a ciência encontrassem uma explicação.
O Vaticano já atribui esses casos à intervenção divina

Mauro Feitosa Júnior, natural de Fortaleza, no Ceará, é um dos casos nacionais encaminhados ao Vaticano.
Diagnosticado com um tumor maligno no cérebro em 2002, aos 13 anos (leia boxe à pag. 91), ele viu seu prognóstico se reverter em menos de um mês.
Nesse meio-tempo, seu pai, Mauro Feitosa Gonçalvez, organizou uma corrente de oração para pedir a intercessão de Irmã Dulce pela saúde de seu filho.
“Sinto que fui sequestrado por Jesus nesse tempo que o Maurinho ficou doente”, lembra, emocionado.
“E a carcereira foi Irmã Dulce, que no fim me libertou com o milagre da cura do meu filho.”
Para explicar o que aconteceu ao Vaticano, a família Feitosa se desdobra para reunir documentos médicos e comprovações religiosas – um trabalho hercúleo.

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Desenganada pelos médicos

Os filhos de Antônia Marcelino, 64 anos, já tinham orçado o caixão da mãe, internada com infecção generalizada na UTI do Hospital Humanitas, em Três Pontas, Minas Gerais.
Era noite do dia 30 de maio de 2001 e o médico havia dito à família que só um milagre salvaria Antônia.

A senhora mineira tinha sido internada três dias antes para uma cirurgia de rotina, mas contraiu uma infecção hospitalar que evoluiu para um quadro de septicemia tão grave que seus órgãos pararam de funcionar.

Impotente, a família passou a rezar fervorosamente para o padre Francisco de Paula Victor, um sacerdote venerado na cidade que está no início do processo de canonização.
Já no dia seguinte ao veredicto fatal, ela começou a melhorar, até que se recuperou plenamente.

Para o médico Fernando Prado, que acompanhou o caso, o que surpreende é que ela deveria ter ficado com sequelas, tamanha a gravidade da situação, e isso não ocorreu.
A família Marcelino olha para a imagem de padre Victor em lugar nobre na sala e entende o porquê.

* * *

As razões que levam alguém a enfrentar uma verdadeira via-crúcis para comprovar uma intervenção celestial têm explicação.
“O milagre se impõe de maneira tão poderosa que acaba agindo como um grande cala a boca para os que duvidam do poder divino”, afirma Antônio Flávio Pierucci, professor de sociologia da Universidade de São Paulo (USP).
“Ele simultaneamente preenche a busca por certeza do fiel e testa o ceticismo de quem não crê.”
Nesse sentido, a intercessão sobrenatural recebida por um alimenta a esperança do outro.
E essa confiança age como um bálsamo para o fiel, mesmo que ele nunca venha a ser objeto da intervenção divina.



MISTÉRIO
O corpo de Irmã Dulce, que morreu há 18 anos, permanece intacto

São muitos os estudos que comprovam que a fé tem efeito positivo sobre a saúde.
Essa área de pesquisa, batizada de neuroteologia, tem crescido significativamente.
Está provado, por exemplo, que crer em Deus ou em algo transcendente provoca reações no organismo que reduzem a produção de substâncias como o hormônio cortisol, que, em excesso, enfraquece o sistema imunológico (leia quadro na página ao lado).

“A pessoa que ora está mais protegida”, afirma o médico Roque Savioli, autor de “Milagres Que a Medicina Não Contou” (Editora Gaia) e defensor de um diálogo mais franco e aberto entre ciência e religião.

Já um estudo de 2010 da Rush University Medical Center (EUA) apontou que a fé aumenta em 75% as chances de sucesso no tratamento da depressão.
Outro levantamento, conduzido pelo Dana-Farber Cancer Institute (EUA), mostrou que em casos de tratamento paliativo, quando o doente está em fase terminal, quem tem fé registra um índice de bem-estar 28% superior.

Para o neurocirurgião Raul Marino Júnior, professor de bioética da Faculdade de Medicina da USP e autor do livro “A Religião do Cérebro” (editora Gente), ter algum tipo de fé é sempre melhor que ser ateu.
“A vida fica sem propósito se a pessoa achar que é formada de carbono, cálcio, fósforo e magnésio”, afirma.






Mas, se por um lado o ceticismo pode ser maléfico, a credulidade excessiva também oferece seus riscos, ainda mais diante de denominações religiosas que tratam a fé como uma mercadoria e oferecem graças como moeda de troca.

O importante é não condicionar a crença à ocorrência desse tipo raro de fenômeno.
“O milagre é um sinal de Deus que deve apenas confirmar a nossa fé”, explica a irmã Célia Cadorin, maior autoridade do País em canonização.

Mesmo entre os que acreditam, paira a pergunta: por que alguns são agraciados e outros não?
A resposta oficial dos católicos vem embalada numa palavra que parece feita para impedir um segundo questionamento – a inescrutabilidade dos desígnios de Deus. Traduzindo, os propósitos divinos seriam insondáveis.

Para quem crê, o que importa é que Ele continua estendendo sua mão para a humanidade.

João Loes e Patrícia Diguê
A partir da Revista IstoÉ (Edição: 2120 | 25.Jun.10).

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