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quinta-feira, 21 de novembro de 2013
De 19 marcas de azeite extravirgem testadas, quatro sequer podem ser consideradas azeite
A Proteste – Associação de Consumidores testou 19 marcas de azeite extravirgem e constatou que quatro (Figueira da Foz, Tradição, Quinta d’Aldeia e Vila Real) não podem nem ser consideradas azeites, e sim uma mistura de óleos refinados.
Menos da metade dos produtos avaliados, apenas oito, apresentam qualidade de extravirgem.
São eles: Olivas do Sul, Carrefour, Cardeal, Cocinero, Andorinha, La Violetera, Vila Flor, Qualitá.
Os outros sete (Borges, Carbonell, Beirão, Gallo, La Espanhola, Pramesa e Serrata) são apenas virgens.
Dos quatro testes que a entidade já realizou com esse produto, este foi o com o maior número de fraudes contra o consumidor.
As propriedades antioxidantes do azeite de oliva são o principal atrativo do produto, devido ao efeito benéfico à saúde.
Mas para que o azeite mantenha suas características, é importante que ele não seja misturado a outras substâncias.
Os quatro produtos declassificados pela entidade são, na verdade, uma mistura de óleos refinados, com adição de outros óleos e gorduras.
Em diversos parâmetros de análise, essas marcas apresentaram valores que não estão de acordo com a legislação vigente.
Os testes realizados indicaram que os produtos não só apresentam falta de qualidade, como também apontaram a adição de óleos de sementes de oleaginosas, o que caracteriza a fraude.
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Outros sete não chegam a cometer fraude como esses, mas também não podem ser vendidos como extravirgens.
A entidade ressalta que o consumidor paga mais caro, acreditando estar comprando o melhor tipo de azeite e leva para casa um produto de qualidade inferior.
É considerado fraude o produto vendido fora das especificações estabelecidas por lei.
Para as análises, foram considerados parâmetros físico-químicos para detectar possíveis adulterações: espectrofotometria (presença de óleos refinados); quantidade de ceras, estigmastadieno, eritrodiol e uvaol (adição de óleos obtidos por extração com solventes); composição em ácidos graxos e esteróis (adição e identificação de outros óleos e gorduras); isômeros transoleicos, translinoleicos, translinolênicos e ECN42 (adição de outras gorduras vegetais).
A entidade vai notificar o Ministério Público, a Anvisa e o Ministério da Agricultura, exigindo fiscalização mais eficiente.
Nos três testes anteriores foram detectados problemas.
Em 2002, foram avaliados os virgens tradicionais e foi encontrada fraude.
Em 2007, a situação se repetiu com os extravirgens.
Em 2009, uma marca que dizia ser extravirgem não correspondia à classificação.
Para a Proteste, isso demonstra que os fabricantes ainda não são alvos da fiscalização necessária.
A reportagem procurou os quatro fabricantes dos óleos desclassificados.
A importadora do óleo Quinta d’Aldeia não possuía porta-voz imediatamente disponível para comentar o assunto.
As outras três marcas não tiveram representantes localizados.
(FONTE: O Globo)
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