Esta não é uma dieta de desintoxicação, nem uma versão extrema de restrição calórica.
A estratégia das chamadas dietas “5 x 2” é suportar dois dias por semana um mini jejum.
Isso não significa morrer de fome.
Pelo contrário, implica reduzir o consumo calórico durante dois dias da semana até a faixa entre 500 e 1.000 calorias.
E a ideia do mini jejum alternado parece ganhar força.
Uma versão da dieta está se tornando popular graças ao um médico e jornalista britânico Michael Mosley, que escreveu um best-seller chamado “The Fast Diet” (“A Dieta do Jejum”) e também produziu um documentário sobre o assunto.
Com tanta badalação, pode ser que você esteja um pouco cético em relação a essa dieta, então vamos decifrar a ciência por trás desses regimes.
A primeira parada é Baltimore, principal cidade do estado de Maryland, EUA, mais especificamente no Instituto Nacional de Envelhecimento.
É lá que o pesquisador Mark Mattson tem realizado uma série de estudos pioneiros com animais.
Ele está interessado em saber como limitar calorias pode evitar o aparecimento de doenças relacionadas ao envelhecimento.
Mattson descobriu que o jejum alternado em roedores parece melhorar seus níveis de açúcar no sangue, o que aumenta o desempenho em tarefas cognitivas e ajuda a mantê-los magros.
“O resumo da história é que o jejum alternado faz um bom trabalho ao permitir que os animais mantenham um baixo peso corporal”, conta Mattson.
O próprio cientista segue uma versão da dieta do jejum durante vários anos.
Sua intenção não é perder peso, uma vez que ele já é muito magro.
Em vez disso, ele diz jejuar por cerca de 18 horas todo dia, várias vezes por semana, porque faz com que ele se sinta melhor.
“Minha mente fica mais focada”, relata.
“E me deixa mais produtivo”.
Então, qual é a evidência de que essa dieta funciona em pessoas que estão tentando perder peso?
A prova mais convincente vem de um estudo feito em Manchester, Inglaterra, alguns anos atrás.
Cerca de 100 mulheres, todas acima do peso, foram convidadas a seguir uma dieta em que, durante cinco dias por semana, comeram uma dieta padrão mediterrânea.
Nos outros dois dias, eles consumiram uma dieta de baixa caloria de proteína magra e quase sem carboidratos.
No final do estudo, as mulheres nessa dieta 5 x 2 perderam significativamente mais peso em comparação com as mulheres que tinham tentado restringir as calorias durante toda a semana.
E, além disso, seus níveis de insulina também melhoraram.
“O momento mais difícil foi no primeiro dia de jejum [o de nível baixo de carboidrato], no meio da manhã”, diz Jane Whyatt, uma das participantes do estudo.
Ela relata que antes de a dieta começar, havia desenvolvido alguns maus hábitos alimentares e se acostumado a comer muito fora de casa, uma vez que possuía um trabalho que exigia constantes viagens.
“Eu não acho que eu comia demais, mas eu de fato tinha engordado cerca de 13 quilos em um curto período de tempo”, lembra.
A dieta de 5 x 2 a ajudou a perder cerca de 6 quilos durante quatro meses.
Anos mais tarde, ela manteve o peso e ainda está seguindo este padrão de alimentação.
“Para ser honesta, você realmente quer continuar o regime, porque você se sente muito revigorada e saudável”, opina Whyatt.
“E isso é algo que você pode fazer, realmente, durante a vida inteira”.
Michelle Harvie, nutricionista e pesquisadora do Centro da Mulher, em Manchester, Inglaterra, que dirigiu o estudo, diz que muitas pessoas parecem ser capazes de manter a estratégia de regime do 5 x 2.
“Nós sabemos que as pessoas lutam com dietas diárias”, diz ela.
“Por isso, o nosso interesse em dietas de dois dias”.
Harvie ressalta que, uma vez que as pessoas que seguem o regime se acostumam com os dois dias com a dieta de baixa caloria e pouco carboidrato, elas parecem adotar o hábito de comer menos em geral.
Harvie espera realizar mais pesquisas para estudar os efeitos a longo prazo da dieta.
Ela recentemente publicou os resultados de sua pesquisa em um novo livro, “The 2-Day Diet” (“A Dieta de 2 dias”).
[NPR]
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