Cientistas estão desenvolvendo um tratamento médico que possui o mesmo efeito da cirurgia de estômago para ajudar pacientes obesos a perder peso.
Os pesquisadores criaram hormônios de efeito duradouro, que fazem com que os cérebros dos pacientes pensem que eles já comeram o suficiente.
A abordagem imita o que acontece quando pacientes obesos mórbidos são submetidos a operações bariátricas para ajudá-los a se livrar da gordura extra.
Os cientistas da Faculdade Imperial de Londres, no Reino Unido, acabam de terminar os primeiros testes em pacientes com resultados positivos, e agora estão se preparando para iniciar experimentos maiores.
Eles esperam que o uso da droga se torne uma alternativa mais segura para a cirurgia, que é cara e possui diversas restrições, só podendo ser realizada em uma pequena quantidade de pacientes.
“Porém, há uma pandemia mundial de obesidade, que está levando as pessoas a morrer de doenças relacionadas.
Nós não podemos realizar a cirurgia em metade da Europa, por exemplo”, diz.
Por isso, conta o professor, a equipe se perguntou se não haveria outra forma de utilizar o princípio da cirurgia, mas sem a necessidade da operação em si.
“Se você tem um problema com intestino e não aguenta muita comida, o órgão envia sinais para o cérebro dizendo para que a pessoa não coma tanto.
A cirurgia engana o estômago, que pensa haver um problema e envia essas mensagens de saciedade para o cérebro”, explica Bloom.
De acordo com dados de 2012, 48,5% da população brasileira está acima do peso e 15,8% dos brasileiros são obesos.
Nos países desenvolvidos, esse percentual é ainda maior: nos Estados Unidos, por exemplo, a porcentagem de obesos já chega a alarmantes 35,8% da população, o que ocasiona diversos outros problemas de saúde, tais como doenças cardíacas, diabetes e aumento do risco de câncer.
No Brasil, o que assusta os especialistas é o grande crescimento do número de pessoas que recorrem à mesa de cirurgia para perder peso.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o país é o segundo em número de cirurgias de redução de estômago no mundo todo, só perdendo para os EUA.
São 72 mil cirurgias por ano, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o médico Almino Ramos.
E esse número tem crescido 10% ao ano.
De 2006 para cá, o crescimento foi de 275%.
Muitos pacientes que se submetem à operação sofrem complicações e precisam de uma nova cirurgia e também já houve um pequeno número de mortes registradas após essas intervenções.
Inicialmente, pensava-se que a cirurgia bariátrica funcionava ao reduzir a quantidade de alimento que pode ser digerida pelo estômago.
No entanto, foi descoberto, em pacientes operados, níveis elevados de hormônios da saciedade, os sinais químicos liberados pelo organismo para controlar a digestão e a sensação de fome no cérebro.
Os pacientes que se submeteram a cirurgia também apresentam menos vontade de consumir alimentos gordurosos, por isso acredita-se que os hormônios mudam o desejo dos pacientes para comer.
O objetivo de Steve Bloom e sua equipe é descobrir quanto peso é possível ser perdido usando três desses hormônios.
Em seus experimentos, pacientes obesos usarão uma bomba intravenosa, mantida em torno de sua cintura, para liberar doses pequenas e regulares dos hormônios GLP-1, OXM e PYY no organismo.
Esses hormônios normalmente duram apenas alguns minutos no corpo humano, por isso é preciso que sejam liberados continuamente.
No entanto, o professor Bloom e seus colegas também desenvolveram versões desses hormônios que podem durar até uma semana.
Isso significa que os pacientes poderiam controlar seu apetite com uma única injeção semanal.
“O objetivo, a longo prazo, é desenvolver medicamentos de longa duração, de maneira que as pessoas possam tomar uma injeção uma vez por semana, sem a necessidade de operação”, conta.
“Cada paciente reage de uma maneira diferente após a cirurgia.
Talvez um terço dos pacientes não perca peso o suficiente, talvez alguns percam demais e não se pode ajustar esse efeito.
No caso de um medicamento, você pode alterar a dose muito facilmente e isso vai lhe dar muito mais controle sobre quanto peso cada pessoa perde”, completa.
[Telegraph]
Os pesquisadores criaram hormônios de efeito duradouro, que fazem com que os cérebros dos pacientes pensem que eles já comeram o suficiente.
A abordagem imita o que acontece quando pacientes obesos mórbidos são submetidos a operações bariátricas para ajudá-los a se livrar da gordura extra.
Os cientistas da Faculdade Imperial de Londres, no Reino Unido, acabam de terminar os primeiros testes em pacientes com resultados positivos, e agora estão se preparando para iniciar experimentos maiores.
Eles esperam que o uso da droga se torne uma alternativa mais segura para a cirurgia, que é cara e possui diversas restrições, só podendo ser realizada em uma pequena quantidade de pacientes.
Segundo o professor Steve Bloom, chefe da divisão de diabetes, endocrinologia e metabolismo da faculdade e pesquisador do estudo, a cirurgia de balão intragástrico (em que uma espécie de bexiga é colocada no estômago para “roubar” espaço da comida e fazer a pessoa perder a fome) funciona muito bem em pacientes.
“Porém, há uma pandemia mundial de obesidade, que está levando as pessoas a morrer de doenças relacionadas.
Nós não podemos realizar a cirurgia em metade da Europa, por exemplo”, diz.
Por isso, conta o professor, a equipe se perguntou se não haveria outra forma de utilizar o princípio da cirurgia, mas sem a necessidade da operação em si.
“Se você tem um problema com intestino e não aguenta muita comida, o órgão envia sinais para o cérebro dizendo para que a pessoa não coma tanto.
A cirurgia engana o estômago, que pensa haver um problema e envia essas mensagens de saciedade para o cérebro”, explica Bloom.
De acordo com dados de 2012, 48,5% da população brasileira está acima do peso e 15,8% dos brasileiros são obesos.
Nos países desenvolvidos, esse percentual é ainda maior: nos Estados Unidos, por exemplo, a porcentagem de obesos já chega a alarmantes 35,8% da população, o que ocasiona diversos outros problemas de saúde, tais como doenças cardíacas, diabetes e aumento do risco de câncer.
No Brasil, o que assusta os especialistas é o grande crescimento do número de pessoas que recorrem à mesa de cirurgia para perder peso.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o país é o segundo em número de cirurgias de redução de estômago no mundo todo, só perdendo para os EUA.
São 72 mil cirurgias por ano, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o médico Almino Ramos.
E esse número tem crescido 10% ao ano.
De 2006 para cá, o crescimento foi de 275%.
Muitos pacientes que se submetem à operação sofrem complicações e precisam de uma nova cirurgia e também já houve um pequeno número de mortes registradas após essas intervenções.
Inicialmente, pensava-se que a cirurgia bariátrica funcionava ao reduzir a quantidade de alimento que pode ser digerida pelo estômago.
No entanto, foi descoberto, em pacientes operados, níveis elevados de hormônios da saciedade, os sinais químicos liberados pelo organismo para controlar a digestão e a sensação de fome no cérebro.
Os pacientes que se submeteram a cirurgia também apresentam menos vontade de consumir alimentos gordurosos, por isso acredita-se que os hormônios mudam o desejo dos pacientes para comer.
O objetivo de Steve Bloom e sua equipe é descobrir quanto peso é possível ser perdido usando três desses hormônios.
Em seus experimentos, pacientes obesos usarão uma bomba intravenosa, mantida em torno de sua cintura, para liberar doses pequenas e regulares dos hormônios GLP-1, OXM e PYY no organismo.
Esses hormônios normalmente duram apenas alguns minutos no corpo humano, por isso é preciso que sejam liberados continuamente.
No entanto, o professor Bloom e seus colegas também desenvolveram versões desses hormônios que podem durar até uma semana.
Isso significa que os pacientes poderiam controlar seu apetite com uma única injeção semanal.
“O objetivo, a longo prazo, é desenvolver medicamentos de longa duração, de maneira que as pessoas possam tomar uma injeção uma vez por semana, sem a necessidade de operação”, conta.
“Cada paciente reage de uma maneira diferente após a cirurgia.
Talvez um terço dos pacientes não perca peso o suficiente, talvez alguns percam demais e não se pode ajustar esse efeito.
No caso de um medicamento, você pode alterar a dose muito facilmente e isso vai lhe dar muito mais controle sobre quanto peso cada pessoa perde”, completa.
[Telegraph]
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