quarta-feira, 17 de julho de 2013

Epidemia de obesidade também atinge seu melhor amigo


A obesidade tem se provado um problema crescente na sociedade atual.
Agora, estudos mostram que ela não se limita aos seres humanos.
O problema realmente abrange a sociedade, incluindo os animais.
Uma nova pesquisa constatou o aumento das taxas de obesidade em mamíferos selvagens que variam de ratos a animais domésticos e primatas de laboratório.

Normalmente, os principais culpados pela epidemia de obesidade são as dietas calóricas e a falta de exercício.
No entanto, os resultados com animais apontam para outras causas ainda não identificadas para tal aumento de casos de obesidade.

Segundo os pesquisadores, não há como explicar as mudanças de peso dos animais pelo fato de que eles comem em restaurantes com mais freqüência, ou pelo fato de não praticarem educação física nas escolas.
Ou seja, podem haver outros fatores, além do óbvio.
A primeira evidência de excesso de peso de animais que os pesquisadores perceberam foi através da observação de dados sobre saguis em um centro de pesquisa.

O peso médio dos macacos havia subido ao longo das décadas, e não parecia haver nenhuma explicação plausível para isso.
Os pesquisadores consultaram o centro quanto a possíveis causas: os saguis estavam vindo de um fornecedor diferente?
Poderiam ter sido criados para ficarem maiores?
As respostas foram “não” e “não”.

Porém, as dietas dos macacos haviam sido alteradas ao longo dos anos, o que foi bem documentado pelo laboratório.
Os pesquisadores controlaram os resultados para incluir a mudança de dieta.
A descoberta foi que, com a mudança de dieta, os animais deveriam ter perdido peso, ao invés de ganhar.

Intrigados com os resultados, os pesquisadores decidiram estudar mais a fundo.
Eles reuniram dados de mais de 20 mil animais, que vivem em 12 populações distintas.
Eram oito espécies no total: macacos de laboratório, chimpanzés, macacos, saguis, camundongos, cães domésticos, gatos domésticos e ratos domésticos e selvagens de áreas rurais e urbanas.

Todas as populações tiveram registros de peso que se estendem até a segunda metade do século 20. Apenas os grupos de controle de animais de laboratório foram incluídos para afastar os efeitos de tratamentos ou experiências sobre a obesidade.
Os pesos foram medidos em várias épocas da vida dos animais.

Os pesquisadores dividiram as 12 populações em conjuntos masculinos e femininos, em um total de 24 grupos.
Eles então analisaram cada população para descobrir a porcentagem de mudança no tamanho do corpo de cada uma ao longo do tempo.
Segundo eles, em 24 dos 24 casos, o peso corporal aumentou.
Isso sugere que há algo acontecendo.

Em uma segunda análise, os pesquisadores designaram os 15% mais pesados dos primeiros dados de peso dos animais como “obesos”.
Enquanto a obesidade humana começa com um índice de massa corporal (IMC) de 30, não há uma definição universal da obesidade para os animais.

Eles então usaram essas medidas para ver quantos animais de cada população entraram na categoria de obesos, conforme o tempo passou.
Desta vez, o percentual de animais obesos aumentou em 23 dos 24 casos.
O tamanho da mudança variou com a espécie, mas em muitos casos foi bastante significativa.

Por exemplo, o peso corporal do macaco aumentou 7,7% por década nos machos e 7,9% por década nas fêmeas.
Os camundongos machos aumentaram o peso em 10,5% por década e as fêmeas 11,8% por década. As gatas engordaram 13,6% por década, e os gatos 5,7%.
Os cães experimentaram um aumento de 2 a 3% em peso por década.
Até os ratos selvagens engordaram: os machos 5,7% por década, e as fêmeas 7,22%.
Ratos rurais mostraram resultados semelhantes.

Embora não seja surpreendente que animais domésticos estejam engordando junto com seus donos, ou mesmo que ratos estejam engordando por comerem o lixo humano rico em calorias, o aumento no peso corporal de animais de laboratório, por exemplo, é inesperado.

Segundo os pesquisadores, isso só ressalta o quão pouco os seres humanos sabem sobre o que está acontecendo em termos de aumento de peso corporal da população.
Talvez o problema não seja tão simples quanto a ingestão energética e o gasto energético, que tem sido a mensagem predominante nos últimos 10 anos.

Há diversas teorias das causas dessa epidemia de obesidade, além do fast food e da preguiça. Patogenias poderiam ser as culpadas.
Por exemplo, um vírus chamado adenovírus 36 tem sido associado com a obesidade em seres humanos e animais.

Compostos desreguladores de hormônios, ou disruptores endócrinos, também provocam obesidade em ratos expostos a eles no útero.
Outro fator pode ser os ambientes cada vez mais artificiais.

A poluição luminosa e as perturbações no sono têm sido associadas à obesidade.
É até possível que o ar condicionado e os aquecedores sejam culpados.
Os pesquisadores alertam, no entanto, que estes fatores são apenas especulações.

Vários estudos estão pesquisando o que pode ser a chave para compreender a epidemia da obesidade.

Segundo eles, se o número de calorias consumidas é a mesma ao longo do tempo, mas há um ganho de peso, então, obviamente, a maneira essas calorias estão sendo gerenciadas mudou, ou alguma outra coisa mudou.
Descobrir o que mudou é fundamental se os seres humanos quiserem inverter essa tendência.

[LiveScience]

Natasha Romanzoti
http://hypescience.com/

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