quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

As Cartas de Cristo (Carta 1 - Parte 14) - O Pai Poder Criativo

 
As Cartas de Cristo (Carta 1 - Parte 14) - O Pai Poder Criativo
Voltando às horas finais da minha iluminação, lá estava eu no deserto, possuindo a clara compreensão de que o próprio homem cria (sem nenhuma culpa), obstáculos que impedem a sintonia com o “Pai Poder Criativo”.

Eu tinha pressa de voltar e ensinar, curar, reconfortar e enxugar as lágrimas daqueles de quem eu tanto sentia piedade.

Eu ainda relutava em deixar este lugar “sagrado” onde eu tinha sido tão iluminado e transformado em espírito.

 Por outro lado, que futuro maravilhoso me aguardava!

Passaria por todas as cidades, vilas e aldeias e contaria a todos os que eu encontrasse a BOA-NOVA!

“O Reino dos Céus”, aquele lugar onde toda a doença desaparece e cada necessidade é satisfeita, estava dentro deles!

Porque eu sabia que o “Pai” e eu éramos “um”.

Agora que minha mente havia sido purificada dos velhos pensamentos e ideias, iria direto curar suas doenças e enfermidades. Eu lhes ensinaria como aliviar sua pobreza.

 Quando a CONSCIÊNCIA DO PAI começou a diminuir em mim e eu gradualmente comecei a voltar à consciência humana, dei-me conta da tremenda fome que estava sentindo e também do retorno do meu pensamento e condicionamento humanos.

Minhas reações às seis semanas de experiências começaram a mudar.

Meu habitual conhecimento humano, a respeito de “mim” mesmo e dos meus desejos, tomou conta do meu pensamento.

“Pois bem, a coisa mais surpreendente e completamente inesperada tinha me acontecido!” - exultei! “Foi-me dado conhecimento muito além do que qualquer outro homem já recebeu.”

Eu estava eufórico com a constatação de que, finalmente, as minhas dúvidas e rebeldia contra o “deus” vingativo dos Judeus ortodoxos tradicionais eram justificadas.

Eu estava certo, afinal!

Quem algum dia teria suspeitado de que a mente humana poderia ser tão altamente criativa, que um pensamento ou desejo fortemente mantido poderia manifestar-se no reino visível?

 Percebi que Moisés teria sabido algo disso, porque ele havia feito algumas coisas estranhas quando os israelitas passaram grande necessidade.

Ele se tornou um líder e mudou o destino dos israelitas que tinham sido escravizados no Egito.

Eu poderia retornar agora e libertar o meu povo do rígido controle de seus Mestres.

 Minha fome tornou-se dolorosa.

Ocorreu-me que poderia transformar pedras em pão e satisfazer minha necessidade de comida, pois me lembrava que o “Pai Poder Criativo” trabalhava por meio da minha mente e, portanto, tudo no universo estaria sujeito ao meu comando.

 Estive a ponto de pronunciar a “palavra” que transformaria as pedras em pão, mas algo em mim interrompeu-me abruptamente.

Veio-me fortemente que o “Pai Consciência Criativa” era a perfeita proteção, nutrição, satisfação das necessidades e, assim, minha fome seria saciada, se eu pedisse ao “Pai” por alívio.

 Compreendi que se o pequeno “eu”, meu “eu” humano, em minha necessidade, usasse o “Poder Criativo” por motivos egoístas, eu levantaria uma barreira entre mim e o “Pai Consciência Criativa” e tudo o que eu acabara de aprender poderia muito bem ser tirado de mim.

 Isto me assustou, e rapidamente pedi ao “Pai Poder Criativo” para conceder-me novas forças e levar-me de volta às moradias e a Nazaré.

Também pedi o alívio da fome, da maneira que fosse a mais correta para mim.

 Imediatamente a fome diminuiu e senti uma onda de energia fluir por todo o meu corpo.

Assim, eu comprovei que tudo o que eu tinha visto, ouvido e aprendido era “realidade” e não apenas imaginação decorrente do tempo em que estive no deserto, sozinho e em jejum.

Essa nova energia tornou-me capaz de andar depressa pelos ásperos caminhos de saída do deserto.

 No caminho, encontrei um homem bem-vestido, de semblante agradável e doce.

Cumprimentou-me calorosamente, expressando preocupação ao ver minha aparência rude, descuidada e desalinhada.

Alegremente ele me fez sentar em uma pedra e compartilhou comigo sua excelente carne e pão.

Eu me perguntava de onde ele havia vindo e por que estava em um lugar tão desolado.

Em resposta ao meu questionamento ele somente sorriu e não pareceu surpreendido quando eu disse que havia estado tantos dias no deserto que tinha perdido a noção do tempo.

Expliquei-lhe como havia sido iluminado sobre a verdadeira natureza do Criador do mundo e que me haviam sido ensinadas as Leis naturais da Existência.

Ele apenas sorriu e acenou com a cabeça.

“Estou retornando ao meu povo para lhes ensinar tudo aquilo que aprendi”, falei alegremente, “pois serei capaz de curá-los e libertá-los de toda doença e problema”.

O estranho respondeu tristemente: “Vai demorar muitos milênios”.

Estive prestes a repreender sua falta de fé quando percebi que ele já havia ido embora.
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