É o tipo de mediunidade em que o médium pratica as chamadas curas espirituais ou cirurgias espirituais.
Esses médiuns podem, com a ajuda direta ou indireta dos espíritos, abrir o caminho para aliviar e curar uma pessoa.
Dizemos “abrir o caminho” porque ninguém pode curar alguém que não deseje ser curado ou que possua um forte carma que o obrigue a passar pelo estado de doença.
“Médiuns curadores – Os que têm o poder de curar ou de aliviar os males pela imposição das mãos ou pela prece.
Esta faculdade não é essencialmente mediúnica, pois todos os verdadeiros crentes a possuem, quer sejam médiuns ou não. Freqüentemente não é mais do que a exaltação da potência magnética, fortalecida em caso de necessidade pelo concurso dos Espíritos bons” diz Allan Kardec em O Livro dos Médiuns.
Existem dois tipos principais de mediunidade de cura.
A mediunidade de cura passiva e a ativa.
Na mediunidade ativa os espíritos podem ser, eles mesmos, os agentes principais da cura, ou podem apenas auxiliar um processo que é conduzido ativamente pelo médium.
Por exemplo, casos em que o médium doa seu magnetismo a uma pessoa e há espíritos auxiliando com uma doação extra de energia curativa tem a participação ativa do médium.
Mas o médium também pode participar passivamente, realizando aquilo que chamamos de mediunidade passiva de cura.
Neste caso, ele apenas cede seu veículo físico ao espírito, que incorpora no médium, assumindo suas funções e movimentos, e o próprio espírito realiza a cura.
Aqui o médium se encontra passivo e na maioria das vezes inconsciente, enquanto o espírito faz todo o trabalho.
A mediunidade de cura ativa e passiva pode ser ainda de dois tipos principais: com intervenções físicas e sem intervenções físicas.
No primeiro caso, o médium incorpora um espírito que, utilizando-se de objetos físicos como facas, tesouras, agulhas, pomadas, ervas, e outros tipos de materiais, trata o atendido.
A cura sem intervenção física usa apenas a incorporação do espírito com a energia curativa emanando do espírito através do médium. Tanto a intervenção física quanto a não-física podem ser chamadas de cirurgia espiritual.
Existem as cirurgias espirituais físicas, com cortes e as psíquicas, ou não-físicas, que são naturalmente sem cortes.
No caso de um curador utilizar apenas a imposição de mãos para tratar um doente, esse processo não pode ser considerado mediúnico, posto que não há aí uma ação direta de nenhuma entidade, e todo o processo ocorre pela atuação do médium.
Isso não significa, contudo, que os espíritos de luz não estejam agindo a partir dos planos espirituais em benefícios do doente, mas não há, neste caso, a ideia da intervenção necessária entre o médium e o espírito.
Neste caso, uma pessoa que aplica um passe magnético num centro espírita não está exercendo uma função mediúnica, mas está utilizando um fluido próprio, que integra o potencial curativo do seu organismo e do seu perispírito, e transmitindo a outros.
Da mesma forma ocorre no Reiki, No Johrey, na cura prânica, na polaridade, e em outras técnicas de cura por imposição de mãos.
O Reiki possui uma ligeira diferença diante de outras abordagens do gênero: a energia irradia pelas mãos do curador não pertence ao mesmo, mas é proveniente de uma fonte cósmica, de onde jorra uma energia inesgotável e sutil, que é captada pelo reikiano pela simples intenção de se impostar as mãos e transmitir a energia cósmica.
A transmissão da energia magnética não passa de um indivíduo ao outro apenas pela imposição de mãos, ela também pode ser irradiada pelo olhar, por um gesto, pela simples presença e também a distância, não importa o quão longe esteja o curador do atendido.
Existem indivíduos que tem o dom da cura, e trazem as habilidades de cura de outras existências passadas.
Outros curadores, no entanto, podem receber o treinamento adequado e se tornarem curadores.
O Reiki é um bom exemplo de técnica de formação de curadores. Qualquer pessoa que passe pela iniciação do primeiro grau do sistema Usui de Cura Natural pode se tornar um curador.
Outros, porém, podem não precisar de nenhuma preparação, e já terem sido treinados em vidas passadas, em escolas esotéricas e treinamentos em templos da antiguidade, onde se praticavam os ritos mistéricos.
Há um terceiro caso em que um espírito, antes de encarnar, aceita a missão de ser, na Terra, um médium de cura, e para isso ele precisa apenas ser um bom veículo de expressão para que os espíritos de luz trabalhem nele, a fim de levar a cura a milhares de indivíduos e expandir a espiritualidade.
Os espíritos que escolhem essa missão na maioria das vezes possuem um débito kármico considerável.
Por esse motivo, a providência divina os concede a oportunidade de se tornarem canais de cura dos espíritos superiores, para que assim possam reparar uma parte, ou até mesmo a totalidade do mal que fizeram em vidas passadas.
Dizem que a mediunidade é um karma, e isso está bastante correto. Os médiuns são, muitas vezes, os maiores devedores da espiritualidade.
Mas Deus, em sua infinita bondade e sabedoria, concede o instrumento da mediunidade para o resgate destes espíritos no amor e na caridade, seguindo as leis divinas e se tornando um instrumento do plano divino aliviando a dor de milhares ou centenas de milhares de espíritos em estado de sofrimento.
Uma das grandes provações do médium de cura é não se deixar levar pelas tentações do orgulho e da vaidade.
Quando o médium começa a ser solicitado, admirado, requisitado, começa a ser muito falado, fica famoso e muitos começam a adorá-lo como um ídolo, seu ego pode atrapalhar sua missão, e há uma grande chance dele cair, estragar tudo e perder uma valiosíssima oportunidade de redimir seu karma e, o mais importante, ajudar pessoas e participar ativamente da obra de Deus no mundo.
Há muitos médiuns de cura que caíram por sua vaidade e perderam a oportunidade de expandir ainda mais seu trabalho.
Quando isso ocorre, a plêiade de espíritos que o acompanhavam em sua missão deve procurar outro veículo disponível para o mesmo tipo de trabalho.
NAMASTÊ
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