sábado, 6 de março de 2021

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 7



Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 7 – DOIS VERBOS, UMA AÇÃO!

Preste atenção nos quatro últimos versos desta bela canção. 
Neles, há dois verbos poderosos no contexto de um recomeço, seja este do que for… Aprontar e esquecer são os verbos. 
Eles precisam ser incorporados por você nos seus propósitos de recomeçar. 

Verbos, por definição, são as vozes da ação e é dessas vozes que você precisa para que seu recomeço seja realmente efetivo, algo com sabor e sentido em si mesmo, a energia da motivação para seguir adiante.


Primeiro, se apronte. 
Isso mesmo: como se fosse para uma grande festa, se apronte minuciosamente, com muito amor por si mesmo(a). 
Cubra-se com as vestes simbólicas que farão com que se sinta em condições de transitar pelos caminhos e emaranhados de pessoas com desenvoltura, narizinho empinado, certo(a) de que está pronto(a) para o que der e vier, mas que seu recomeço é fato. 

Que vestes são estas? 
Simples, como as que cobriram os grandes homens e mulheres que trouxeram a civilização até os dias atuais: consciência de si e de suas missões, tecidas com os fios das crenças e propósitos combinados, tudo envolvido pelas cores das emoções e sentimentos que fornecem vibrações que atuam como energias próprias de quem diz “sei o que quero” e “sei por que quero”.

Depois, esqueça. 
Esqueça o que não deu certo, use essa coisa pastosa das experiências ruins apenas como referência para não repetir… mas deixe para trás, esqueça as frases de todos que disseram para você que se conformar é mais prudente, esqueça as dores emocionais do que enseja ter que escolher um recomeço e vá para a ação!

Uma liturgia para esse momento: tome uma mochila bem resistente, nela coloque pedras de todo tipo e tamanhos que for achando pelo caminho escolhido para a prática dessa liturgia (quem sabe uma trilha em região com mata), certifique-se de que esteja bem pesada, tire as pedras, nelas coloque uma fita adesiva onde deve escrever os fatos que devem ficar para trás, coloque as pedras de volta. Vá para o caminho, faça suas preces, e por ele incursione, tirando uma pedra por vez e jogando-a fora e, com ela, o que está escrito na fita adesiva.

Procure notar a diferença no peso a cada pedra que é extraída da mochila e imagine o quanto o problema que nela estava escrito pesava na sua vida e usufrua a sensação de alívio. 
Você estará trabalhando em nível mental com as sensações que resultam da combinação da consciência do peso dos problemas e da mudança que ocorre quando ele se vai, mesmo que ainda figurativamente. 

A prática dessa liturgia construirá um cenário interno que acolherá fatos e razões para recomeços, seus valores emocionais e recompensas em todos os sentidos. 
A cada pedra que se vai e, com ela, o peso respectivo, menos penosa será a condução da mochila, assim como mais intensa a sensação de leveza que fica no lugar das asperezas dos pesos das muitas aflições do dia a dia.

Recomeçar apenas com aquilo que é relevante é um formidável processo de cura. 
Voltando à liturgia das pedras: se cada uma que se vai deixa um espaço antes doloroso, este pode ser convertido em depositário de boas lembranças, pedaços de sonhos e de aspirações. 
Essa conversão depende só da pessoa e da sua vontade, como a força que reside na expressão “Quero e estamos conversados!”

A liturgia sugerida leva a que se crie o instante de recomeçar, aquele em que tudo está pronto, encaixado, redondinho, na justa medida e no exato peso. 
Mas, para estar pronto para o recomeço, o processo contempla algumas medidas preparatórias fundamentais e que exigem observância. 
Eis algumas muito úteis, sem nenhuma ordem de importância:

A promessa a si mesmo: não vou começar de onde parei e sim começar do zero, ainda que demore e me solicite mais das forças.

A vida não pode ser escrita a lápis.

Você não pode apagar um erro e corrigi-lo;

Mas pode recomeçar em outra linha.Karem Krüger

Control+Alt+Del, a por vezes milagrosa combinação de teclas que manda para as calendas o que já não serve no texto, deve ser acionada na mente, em cima de todas as porcarias que trouxeram dores e aflições: deletar, apagar, jogar fora, eliminar, enfim é preciso livrar-se do que trouxe riscos à alma e deixá-la prontinha para uma nova arquitetura.

Medo de barata, aranha e bichos rastejantes vá lá, mas medo da própria capacidade de transformação é intolerável! 
Deixar de refazer os caminhos por medo de qualquer tipo é de fazer os anjos uivarem de dor!

Mas… e se não der certo? 
Não deu, ora! 
E o que impede outro recomeço?

continua

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