Algo que sempre me gerou um desconforto, mesmo sem saber conscientemente o porquê, é os rótulos que criamos para tentar definir as pessoas.
Talvez por eu ser uma pessoa que se difere da maioria em alguns aspectos, senti na pele como isso pode gerar transtornos na vida de alguém.
À medida em que fui ganhando consciência e cultivando uma mente curiosa, pude compreender como os rótulos sociais que sustentamos, influenciam nas nossas relações e na felicidade que sentimos ou facilitamos aos outros.
Rotular consiste em determinar, ilusoriamente, que certa pessoa é uma “coisa”.
E isso está relacionado a ignorarmos que ninguém é uma entidade sólida, permanente.
Todos são um conjunto de diferentes facetas: qualidades positivas, visões de mundo, dificuldades.
Se chamamos alguém de “tóxico”, por exemplo, defendemos que essa pessoa é tóxica, em sua natureza. Esquecemos que, na verdade, ela pode ter apresentado comportamentos que prejudicam a outrem, mas que essas atitudes não a definem na essência.
Se chamamos alguém de “tóxico”, por exemplo, defendemos que essa pessoa é tóxica, em sua natureza. Esquecemos que, na verdade, ela pode ter apresentado comportamentos que prejudicam a outrem, mas que essas atitudes não a definem na essência.
Mesmo que ela tenha apresentado comportamentos tóxicos por muitos anos, a lei da impermanência mostra que isso não é uma verdade inerente a ela.
É muito perigoso estabelecermos um rótulo.
É muito perigoso estabelecermos um rótulo.
Por exemplo, se alguém comete um erro no seu trabalho em algum momento, ao optarmos por espalhar para seus futuros empregadores que ela é um fracasso ou pouco confiável, estamos fortalecendo esse erro e a definindo como naturalmente errada.
Assim, é possível que essa pessoa passe por dificuldades que poderiam ser evitadas, caso mantivéssemos a vigilância e a consciência compassiva.
Ter cautela ao refletir sobre escolher se uma pessoa deve ou não fazer parte da nossa vida, é diferente de difamar. E a nossa responsabilidade está em ter consciência do quão identificados estamos com o que nos incomoda no que o outro expressa.
Ter cautela ao refletir sobre escolher se uma pessoa deve ou não fazer parte da nossa vida, é diferente de difamar. E a nossa responsabilidade está em ter consciência do quão identificados estamos com o que nos incomoda no que o outro expressa.
A fofoca, nesse sentido, demonstra as nossas projeções daquilo que negamos na gente.
Quanto mais eu falo do outro, mais eu falo de mim.
No entanto, isso tem a ver com a nossa própria transformação mental.
Se trabalhamos a nossa mente para ela se tornar aberta, curiosa, satisfeita, presente e menos crítica, nós também nos tornamos mais compassivos.
No entanto, isso tem a ver com a nossa própria transformação mental.
Se trabalhamos a nossa mente para ela se tornar aberta, curiosa, satisfeita, presente e menos crítica, nós também nos tornamos mais compassivos.
Aprendemos a enxergar todo o ser humano sob uma perspectiva mais ampla. Isso porque nos perdoamos pelas nossas próprias falhas e, assim, podemos renunciar à mágoa com os outros também.
Ao observarmos a teia da interdependência, reconhecemos que o nosso poder de influência é muito intenso.
Ao observarmos a teia da interdependência, reconhecemos que o nosso poder de influência é muito intenso.
Ao nos iluminarmos no dia a dia, vamos também iluminando a vida dos outros.
Através do perdão e da compreensão, ativamos a luz do coração, inclusive de quem tem hábitos muito nocivos.
Ao reconhecermos que nenhum rótulo ou comportamento define alguém em sua natureza básica, isso é um convite para ela transcender suas próprias crenças e definições, também.
Ou seja, é um convite que oferecemos ao despertar.
Um grande abraço,
Daniel Danguy
Psicoterapeuta
CRP 08/30999
Autor: Daniel Danguy
Instagram: https://www.instagram.com/daniel.danguy/
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