Que pensar das pessoas que, sofrendo ingratidão por benefícios prestados, não querem mais fazer o bem, com medo de encontrar ingratos?
Essas pessoas têm mais egoísmo do que caridade, porque fazer o bem somente para receber provas de reconhecimento, é deixar de lado o desinteresse, e o único bem agradável a Deus é o desinteressado.
São ainda orgulhosas, porque se comprazem na humildade do beneficiado, que deve rojar-se aos seus pés para agradecer-lhes.
Aquele que busca na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no céu, mas Deus a reservará para o que assim não procede.
É necessário ajudar sempre aos fracos, mesmo sabendo-se de antemão que os beneficiados não agradecerão.
É necessário ajudar sempre aos fracos, mesmo sabendo-se de antemão que os beneficiados não agradecerão.
Sabeis que, se aquele a quem ajudais esquecer o benefício, Deus o considerará mais do que se fosseis recompensados pela sua gratidão.
Deus permite que às vezes sejais pagos com a ingratidão, para provar a vossa perseverança em fazer o bem.
Como sabeis, aliás, se esse benefício, momentaneamente esquecido, não produzirá mais tarde os seus frutos?
Como sabeis, aliás, se esse benefício, momentaneamente esquecido, não produzirá mais tarde os seus frutos?
Ficai certos, pelo contrário de que é uma semente que germinará com o tempo.
Infelizmente, não vedes nunca além do presente, trabalhais para vós, e não tendo em vista os semelhantes.
A benemerência acaba por abrandar os corações mais endurecidos; pode ficar esquecida aqui na Terra, mas quando o Espírito se livrar do corpo, ele se lembrará, e essa lembrança será o seu próprio castigo.
Então, ele lamentará a sua ingratidão, desejará reparar a sua falta, pagar a sua dívida noutra existência, aceitando mesmo, freqüentemente, uma vida de devotamento ao seu benfeitor.
É assim que, sem o suspeitadores, tereis contribuído para o seu progresso moral, e reconhecereis então toda a verdade desta máxima: um benefício jamais se perde.
Mas tereis também trabalho para vós, pois tereis o mérito de haver feito o bem com desinteresse, sem vos deixar bater pelas decepções.
Ah!, meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que, na vida presente, vos ligam às existências anteriores!
Ah!, meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que, na vida presente, vos ligam às existências anteriores!
Se pudésseis abarcar a multiplicidade das relações que aproximam os seres uns dos outros, para o seu mútuo progresso, admiraríeis muito melhor a sabedoria e a bondade do Criador, que vos permite reviver para chegardes a ele!
Evangelho Segundo o Espiritismo
AutorAllan Kardec
Evangelho Segundo o Espiritismo
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