quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Oração para os corações amigos e para os desconhecidos também.

 

paraiso
 
 
É preciso que eu determine a hora de fechar a porta
Para ouvir o silêncio calmo e amigo se instalar
É preciso que eu o permita se achegar e espalhar-se pelo ambiente
Também que eu o deixe dominar os minutos seguintes
Não fazendo movimentos e gestos bruscos, mas sim; pacientando
Minha mente, cedendo para respirar com calma; sentindo
Que meus pés vão desaparecendo, depois somem as pernas
As mãos e braços já não vejo; as coxas, a bacia, a virilha sumidas,
Os órgãos se iluminado e sumindo cada um por sua vez
Sigo respirando com o silêncio que agora vai pela casa pelos cantos
A coluna vertebral é luz verde transparente,
O pescoço a nuca não estão, a testa a boca; os lábios formigam
O couro cabeludo desloca e ajunta-se para o lado e some
Os olhos fecham-se e abrem-se no espaço infinito do espirito
Viajo para a terra boa, a natureza que me abraça; abençoa
E lá quantas são as flores também são os perfumes,
O cheiro da grama verde, o balançar das folhas; a água no riacho
Passando entre as pedras me faz ouvir e saber seu caminho
Enquanto lá no alto do galho o pássaro canta seu belo canto
E eu peço para que todos possam ser curados de suas dores
Que todos possam ser felizes com o que têm mesmo que seja pouco
E que nunca nos esqueçamos do outro, que vive ali,
Desprovido até do pouco; que uma mão amiga o favoreça
Peço pelos homens que hoje estão desorientados para que encontrem
A harmonia das oportunidades novas e reveladoras
Peço pelas mulheres que espalham as luzes pelas vias
Que percebam a grandeza deste momento e que não se esqueçam
Que somos todos seres humanos, todos temos um plano; a seguir
Peço pelo jovem ser que se sente preparado para que mais ainda
Se prepare porque o futuro é incerto mas cheio de portas e janelas
E para o velho que está cansado eu peço que os anjos os amparem
Os passos de cada dia; que eles entendam a vida como uma estação.
Peço ao pai que não se ressinta mais de seus filhos,
Porque estamos aflitos de tanta aptidão; que nos deu; e parece até
Que queremos lhe deixar de lado, mas isto não é verdadeiro
Queremos sim, que possa nos reconhecer como somos
Seu reflexo no grande espelho cósmico
Que projetou sobre este universo, sua cria, seus filhos e suas filhas
E que a mãe que nos serve de molde e de sacrário em nossa morte
Seja também vista e bem recebida em sua corte
Respiro o silencio puro e renovador que me nutre
E cura cada cédula do meu corpo sumido que reluzente aparece
Me levanto ainda tonta de tanta paz, de tanta felicidade
De tanto amor, incondicional querer, constatação profunda,
Igualdade infinda; cortinas abertas para a nova Terra.
Namastê

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