domingo, 20 de outubro de 2013

DEPRESSÃO, DESÂNIMO, TÉDIO OU IRRITAÇÃO SISTEMÁTICA.....





Benjamin Teixeira de Aguiar
pelos Espíritos Eugênia-Aspásia, Roberto Daniel e Dr. Temístocles.

Não importa se você chama seu mal-estar de fastio ou tédio incuráveis, que lhe dê a alcunha científica de transtorno bipolar ou unipolar, que se recorde da pouco conhecida “distimia”, ou ainda se lembre da glamourosa e clássica “melancolia”.

Pode até ser mais “chic” – embora nada moderno(a) – que se declare “blasé” ou afirme-se, bem mais ao tom popular, morgando ou mergulhado(a) num tremendo baixo-astral…

Portando corpo masculino, é provável que se sinta mais irascível que o habitual e não consiga relaxar – a irritação aguda é o modo como normalmente a depressão clínica costuma ser mascarada nos organismos de homens.

Por fim, quiçá você julgue, minimizando seu problema, ter um temperamento naturalmente tímido ou triste…

Atualizado(a) ou afeito(a) a uma abordagem cientificamente qualificada, pode se reportar à “síndrome de burnout”, ou, sendo um(a) generalizador(a) – que prefere fugir a facear suas questões –, acabar apelando para o sempre atual rótulo do “stress do trabalho e da vida moderna”.

Não pretendemos discutir com especialistas do domínio físico de existência, quanto ao acerto nessa miscelânea de “classificações” (desde os termos científicos aos literários, passando pelas denominações informais do populacho) e “gradações” de sentimentos ou problemáticas dignosticáveis, desta ou daquela forma, segundo a corrente terapêutica que se adote como referencial.


A sintomatologia clínica não nos interessa, nem os métodos psicoterápicos, que são de responsabilidade das respectivas escolas de atuação na área da saúde mental humana.

Propomo-nos aqui tão somente ser práticos e ajudar as pessoas a não exagerarem na busca de psicofármacos, que têm seu momento e situações certas para serem aplicados.

Tais recursos deveriam ser muito menos frequentemente utilizados do que são, nessa cultura de ciência reducionista e filosofia de vida do menor esforço (ainda que disfarçada de frenética atividade), que preferem os atalhos das pílulas mágicas ao autoconhecimento e governo relativo dos próprios atos, pela gerência trabalhosa e complexa da vida psíquica.

A você, estimada leitora, caro leitor, seja qual for o seu caso, ou se ainda cria classificações variadas para sua “baixa de energia”, seria bom que lesse com atenção e, se possível, experimentasse, de forma disciplinada e persistente, um pouco do que sugerimos abaixo, a partir da avaliação do que lhe surtir ou não resultados positivos, a curto, médio e, mormente, a longo prazo, em seu bem-estar pessoal.

Medidas permanentes:

1) Trabalhe mais.

Talvez esteja muito parado(a).
Procure ser útil, mesmo que a tarefa que busque não seja rentável, como um serviço voluntário.

2) Trabalhe menos.

Se você é um(a) viciado(a) em sua ocupação profissional – o(a) famigerado(a) “workaholic” –, é provável que precise exatamente do contrário do que propusemos no tópico anterior: repousar e se permitir momentos seus, conforme detalhamos mais abaixo, à conta de táticas avulsas e opcionais de banir o baixo-astral.

3) Faça terapia. Importante descobrir as razões profundas de seu mal-estar.

E uma tarefa dessa envergadura, com camadas sucessivas de motivações inconscientes, não se realiza facilmente, mesmo com auxílio profissional – imagine-se sem ele.

4) Tenha um propósito para viver.

Isso implica ter uma definição espiritual de vida, de cunho religioso ou não, desde que atenda à sua natureza vocacional.
Sem sentido para viver, o ser humano fenece psicológica, física e intelectualmente.
O que o(a) torna mais feliz e pleno(a) como ser humano?
Isso faça, isso viva, de maneira disciplinada, ainda que em suas horas vagas.
Poderíamos aqui endossar tal assertiva com a propugnação veemente do incomparável mitólogo Joseph Campbell a seus discípulos, de perseguirem sua própria “bliss”, mas muito melhor nos respaldarmos em Nosso Senhor Jesus, que nos exorta a viver as “bem-aventuranças”, o “Reino dos Céus”, que, como Ele afirmou categoricamente, está “dentro de nós”.
Traduzindo em bom vernáculo: procure uma atividade (ou forma de realizá-la) que provoque um sentimento que sintetize felicidade e paz, e torne essa ocupação (ou “modus operandi”) uma vivência o mais corriqueira possível.

5) Pratique atividade física sistematicamente.

Ao menos trinta minutos ao dia, cinco vezes por semana, como é consenso no meio médico.
Dedique-se a uma atividade simples, aeróbica, se esportes ou outras práticas mais técnicas, como artes marciais, dança ou musculação não lhe forem palatáveis ao perfil psicológico.
Pesquisas indicam que 60% dos casos de depressão (os mais brandos) desaparecem apenas com o hábito dos exercícios físicos.

6) Devote-se a um projeto filantrópico ou humanitário.

Este item gemina os tópicos 1 e 5, mas é importante o bastante para destacarmo-lo, pelo poderoso efeito que tem o fazer o bem, no sentido de trazer ânimo e bem-estar de volta à fonte que o gerou.

7) Desenvolva faculdades mediúnicas e/ou paranormais, bem como talentos ocultos, artísticos ou intelectuais, que você esteja desprezando, embora os perceba em si.

Suas idiossincrasias precisam ser ouvidas e ter voz para o mundo externo – se for o caso –, ou você estará implodindo um pouco todos os dias.

Iniciativas eletivas (algumas delas obrigatórias, para quem tiver juízo – risos):

8) Ore e/ou medite.

Talvez você esteja sofrendo influências externas (de encarnados ou desencarnados), quanto de seu próprio mundo íntimo, que podem ser debeladas com uma prece sincera e fervorosa, ainda que breve e despretensiosa.

9) Libere sua raiva reprimida.

Soque travesseiros, grite ao relento (terapia do grito primal), brinque com jogos violentos, escreva cartas de desabafo (ou fúria) que nunca envie (se for o caso – risos), chore “pelos cotovelos”, até se cansar.
Terminada a “sessão de descarrego” (risos), lave o rosto, sorria e volte à sua rotina de atividades e compromissos diários.

10) Ouça músicas de seu agrado, por alguns minutos, ou coloque-as como fundo musical para suas ocupações cotidianas.

As neurociências revelam: a região da recompensa, no cérebro, é ativada, com a escuta de música – obviamente serão melhores os benefícios, se as escolhas melódicas condisserem com seu gosto pessoal.

11) Faça sexo.

Ainda que você não esteja muito à vontade ou com desejo, o simples fato de entregar-se à experiência de agradar “o bichinho”, que é o corpo físico, já favorece excelentes resultados, quer o faça acompanhado(a) ou sozinho(a), quer atinja o orgasmo ou não.

12) Tome um banho demorado, com temperatura d’água a seu bel-prazer.

Isso não só equivale a um processo de limpeza energética e material dos diversos corpos (físico, astral, mental), como também constitui, em algum nível, um sucedâneo da massagem.

13) Receba massagem terapêutica, de pessoa de sua confiança e com quem se sinta à vontade para tanto.

Reiki, passes, jorei surtirão efeitos semelhantes, em proporções que variarão de acordo com o seu temperamento e suas afinidades com a técnica procurada ou o(a) profissional – caso assim seja, porque uma massagem do cônjuge, encaminhando-se para o sexo ou não, pode carrear, igualmente, ótimos efeitos curativos.

14) Assista a programas, filmes ou seriados cômicos, românticos, dramáticos ou mesmo violentos – sim (mais uma vez), para que haja extravasão, pela fantasia, de eventual acúmulo de energia agressiva.

Sair de si, por algumas dezenas ou poucas centenas de minutos, na distração-projeção das personagens de peças dramatúrgicas, televisionadas ou cinematográficas, é um dos instrumentais excelentes da contemporaneidade para se combaterem os males da intensa, contraditória e multifacetada vida moderna.

15) Cuide de animais, jardins, crianças pequenas. Libere as tensões, apequenando-se intelectualmente, para fortalecer seu emocional.

16) Tire um cochilo no meio do dia, se possível, ou durma mais, se também sua agenda permitir. Pesquisas científicas indicam que o período REM (“rapid eye movement”) do sono, em que sonhamos, é de extrema valia para a diluição dos processos depressivos.

17) Defina momentos, na agenda semanal, para estar entre pessoas que você ama, em circunstâncias descontraídas, como um jantar em família ou uma sessão de cinema na casa de colegas.

Ou, então, dê uma saída, sem compromisso, sozinho(a) ou acompanhado(a), como preferir, à praia, ao campo ou a um parque, se você mora em cidade litorânea, continental ou numa grande metrópole, respectivamente.

Não queremos, ao fim deste minimanual da emergência psicológica (risos), encerrar de forma poética, científica ou bombástica, nem mesmo ensaiar uma finalização, para que você se sinta convidado(a) a complementar, em coadunância com sua personalidade, recursos e contingências de vida, a lista de iniciativas que podem ser levadas a cabo, pondo-a, se necessário for, ao alcance cotidiano de seus olhos, seja eletronicamente ou por meios convencionais, como o famoso lembrete afixado na porta da geladeira ou no espelho do banheiro.



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