O amor é a única
libertação do apego.
Quando você ama tudo, não está preso a nada.
Na verdade, o fenômeno do
apego precisa ser entendido.
Por que você se agarra a algo?
Porque tem medo de
perdê-lo.
Talvez alguém possa roubá-lo.
Seu medo é de que amanhã você não possa
ter o que tem hoje.
Quem sabe o que acontecerá
amanhã?
A mulher ou o homem que você ama… qualquer movimento é possível: vocês
podem se aproximar ou podem se distanciar.
Vocês podem novamente se tornar
estranhos ou podem ficar tão unidos que não seria correto dizer nem mesmo que
vocês são duas pessoas diferentes; é claro, existem dois corpos, mas o coração é
um só, a canção do coração é uma só e o êxtase os envolve como uma
nuvem.
Vocês desaparecem nesse
êxtase: você não é você, ela não é ela.
O amor passa a ser tão total, tão grande
e irresistível que você não pode permanecer você mesmo; você precisa submergir e
desaparecer.
Nesse desaparecimento, quem
se prenderá, e a quem?
Tudo é.
Quando o amor desabrocha em sua totalidade, tudo
simplesmente é.
O receio do amanhã não surge, daí não surgir a questão do
apego.
Todas as nossas misérias e
sofrimentos não são nada mais do que apego.
Toda a nossa ignorância e escuridão
é uma estranha combinação de mil e um apegos.
Nós estamos apegados a coisas que
serão levadas no momento da morte, ou mesmo, talvez, antes.
Você pode estar
muito apegado a dinheiro, mas você pode ir à bancarrota amanhã.
Você pode estar
muito apegado a seu poder e posição, mas eles são como bolhas de sabão.
Hoje
eles estão aqui; amanhã eles não deixarão nem um traço.
(…)
Todas as nossas posições,
todos os nossos poderes, nosso dinheiro, nosso prestígio, respeitabilidade são
todos bolhas de sabão.
Não fique apegado a bolhas de sabão; senão, você estará
em contínua miséria e agonia.
Essas bolhas de sabão não se importam por você
estar apegado a elas.
Elas continuam estourando e desaparecendo no ar e
deixando-o para trás com o coração ferido, com um fracasso, com uma profunda
destruição de seu ego.
Elas o deixam triste, amargo, irritado, frustrado.
Elas
transformam sua vida num inferno.
Compreender que a vida é
feita da mesma matéria que os sonhos é a essência do caminho.
Desapegue-se: viva
no mundo, mas não seja do mundo.
Viva no mundo, mas não permita que o mundo viva
dentro de você.
Lembre-se que ele é um belo sonho, porque tudo está mudando e
desaparecendo.
Não se agarre a nada.
Agarrar-se é a causa de sermos inconscientes.
Se você começar a se
desprender, uma tremenda liberação de energia acontecerá dentro de você.
A
energia que estava envolvida no apego às coisas trará um novo amanhecer ao seu
ser, uma nova luz, uma nova compreensão, um tremendo descarregar – nenhuma
possibilidade para a miséria, a agonia, a angustia.
Ao contrário, quando todas
essas coisas desaparecem, você se encontra sereno, calmo e tranqüilo, numa
alegria sutil. Haverá um riso no seu ser. (…)
Se você se tornar
desapegado, você será capaz de ver como as pessoas estão apegadas a coisas
triviais, e quanto elas estão sofrendo por isso.
E você rirá de si mesmo, porque
você também estava no mesmo barco antes.
O desapego é certamente a essência do
caminho.
Osho
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