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domingo, 4 de agosto de 2013
Pensamento e Sintonia Espiritual
por Guilhermina Batista Cruz
"Pensar é vibrar, é entrar em relação com o Universo espiritual que nos envolve e conforme a espécie das emissões mentais de cada ser, elementos similares se lhe imanizarão, acentuando-lhe as disposições e cooperando com ele em seus esforços ascensionais ou em suas quedas e deslizes". (Rodolfo Calligaris - Espiritismo Cristão, FEB, cap. 53).
Já tivemos oportunidade de falar em outro artigo sobre o problema da sintonia espiritual, que nos coloca em contato com mentes que vibram na mesma faixa que a nossa, e que podem ocasionar interferências em nossos pensamentos e ações.
Sabemos também, segundo o que nos fala a doutrina espírita, que vivemos rodeados por espíritos que convivem ao nosso lado na mesma faixa de vibração de nossos pensamentos mais íntimos, podendo influenciar nossos pensamentos e ações.
Inclusive, na resposta dada a Allan Kardec sobre a questão da influência dos espíritos em nossos pensamentos, eles nos dizem que a influência é maior do que se supõe e que, muito frequentemente, são eles que nos dirigem.
Qualquer tipo de vibração que estabelecemos com alguém interfere em nossa vida, causando-nos desconforto ou harmonia, segundo o teor bom ou mau que emitirmos ou assimilarmos e tem origem na sintonia que compartilhamos com mentes encarnadas e desencarnadas, com as quais interagimos. Sabendo que pelo pensamento atraímos nossas companhias espirituais, devemos nos precaver com o teor deles, já que ninguém está isento de participação nessa troca de energias.
Podemos citar como exemplo o caso das obsessões, onde existe uma forte ligação entre obsessor e obsidiado, às vezes, difícil de romper. Esta ligação pode ter sua origem nas vivências anteriores dos espíritos e no tipo de relacionamento, de amor ou ódio, que eles tiveram no passado.
No Livro dos Médiuns, Allan Kardec relaciona uma série de fatores capazes de desencadear as obsessões, assim como: vingança, inveja, revolta, desejo de fazer o mal por prazer, covardia, no sentido de se aproveitar da fraqueza moral do outro, assim como outros fatores ensejados pelos dois, obsessor e obsidiado.
Por emitirmos continuamente ondas mentais pelo pensamento, estaremos sempre atraindo ou repelindo vibrações que podem nos levar ao bem ou ao mal, de acordo com a direção que escolhermos seguir.
Assim como somos impelidos a praticar atos negativos sob a influência de espíritos inferiores, também somos influenciados pelos bons Espíritos, que nos ajudam em nossos propósitos para o bem.
Conforme o uso que fizermos de nossos pensamentos, impulsionaremos ou não a nossa caminhada rumo à perfeição.
É tudo uma questão de escolhermos a sintonia espiritual adequada. Segundo Kardec: "É assim que Deus deixa à nossa consciência a escolha da rota que devemos seguir e a liberdade de ceder a uma ou a outra das influências contrárias que se exercem sobre nós".
O exemplo mais utilizado para mostrar a importância dos pensamentos na sintonia espiritual é aquele em que comparamos nossa mente a um aparelho de rádio, que, sintonizado em "baixas frequências", apresenta ruídos, causando interferências na transmissão.
Os fatores capazes de provocar tais ruídos podem ser originários dos sentimentos mesquinhos que abrigarmos, assim como: ódio, rancor, desejo de vingança, ciúme e todos os demais sentimentos negativos.
Esta sintonia é a dos espíritos ainda retidos nas faixas do materialismo exacerbado.
Quando, ao contrário, sintonizamos as "altas frequências", aquelas que nos ligam ao amor, ao perdão, à fraternidade, à tolerância, à caridade e a outros sentimentos que nos libertam dos anseios da vida humana estaremos nos ligando às vibrações dos espíritos superiores que nos orientam rumo ao caminho da perfeição.
Quando sintonizados nessas altas frequências vibracionais, temos facilidade de contatar os espíritos que nos intuem à prática do bem e receber as energias positivas de reconforto espiritual, bem como, o ensinamento superior que eles desejam nos transmitir.
Já, quando estamos em sintonia vibracional com as faixas inferiores, ficamos vulneráveis às energias negativas e receberemos a influência dos espíritos vingativos, invejosos, viciosos e dos que transitam ainda nas faixas mais baixas dos sentimentos materiais.
Segundo o que nos fala o espírito Hermes, pela psicografia de Roger Bottini Paranhos, no livro A Nova Era: "Para alcançar os seus objetivos, esses infelizes irmãos utilizam as mais variadas táticas, desde promover a descrença na vida espiritual até a utilização de dispositivos eletrônicos de obsessão.
Ele nos fala ainda: "...o homem é infeliz porque está distanciado do amor e da sabedoria espiritual. Lamentavelmente, a humanidade terrena ainda é escrava de sua própria ignorância.
Ao vermos os homens almejando tão somente suas realizações materiais e seus desejos de consumo, lembramos dos sapos "coaxando" felizes em seu universo pantanoso, sem nem ao menos imaginar a beleza dos jardins floridos e ensolarados, onde o beija-flor realiza, feliz, seus voos multidirecionais".
Em resposta à indagação de Allan Kardec: "Os Espíritos que procuram atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar as circunstâncias em que nos achamos, ou podem também criá-las?
Eles esclarecem: "Aproveitam as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las, impelindo-vos, mau grado vosso, para aquilo que cobiçais.
Assim, por exemplo, encontra um homem, no seu caminho, certa quantia. Não penses tenham sido os Espíritos que a trouxeram para ali.
Mas eles podem inspirar ao homem a ideia de tomar aquela direção e sugerir-lhe depois a de se apoderar da importância achada enquanto outros lhe sugerem a de restituir o dinheiro ao seu legítimo dono.
O mesmo se dá com relação a todas as demais tentações".
Indagados ainda por Kardec sobre os meios de se neutralizar a influência dos maus espíritos, esclarecem: "Fazendo o bem e colocando toda a vossa confiança em Deus, repelis a influência dos espíritos inferiores e destruís o império que eles querem tomar sobre vós.
Evitai escutar as sugestões dos espíritos que suscitam em vós os maus pensamentos, sopram a discórdia entre vós e vos excitam todas as más paixões.
Desconfiai, sobretudo, daqueles que exaltam vosso orgulho porque vos tomam por vossa fraqueza".
O método mais eficaz de nos libertarmos da influência espiritual negativa e encontrar a paz e a realização do crescimento interior, saindo da sintonia dos pensamentos doentios e obsessivos de ódio, rancor e vingança, é praticar os ensinamentos de Jesus, sobretudo o "amar ao próximo como a si mesmo".
Como nos ensina Emmanuel: "A quem obedeces?
Acaso, atendes em primeiro lugar às vaidades humanas ou às opiniões alheias, antes de observares o conselho do Mestre Divino?
É justo refletir sempre, quanto a isso, porque somente quando atendemos em tudo, aos ensinamentos vivos de Jesus, é que podemos quebrar a escravidão do mundo em favor da libertação eterna".
Paz e Luz a todos
http://somostodosum.ig.com.br/
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