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quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Os históricos desentendimentos de duas irmãs
Joan Fontaine e Olivia de Haviland, 1942
Curiosamente, Joan Fontaine e Olivia de Haviland são uma das poucas atrizes de Hollywood da década de 30 que ainda estão vivas.
Já perto dos 100 anos de idade, ainda lúcidas, e podemos dizer que passaram a vida toda como inimigas.
A fama de Olivia de Haviland veio principalmente pelas suas atuações em clássicos como As Aventuras de Robin Hood (1938) e o épico E o Vento Levou (1939), neste último tendo interpretado o papel da doce e maravilhosa Melanie Hamilton Wilkes, considerado o papel mais marcante de sua carreira.
A atriz interpretou a sensível personagem de forma magistral, nela tendo recebido a primeira de suas cinco nomeações para o Oscar.
Posteriormente, ainda foi indicada na categoria de melhor atriz principal pelos filmes A Porta de Ouro (1941), Só Resta Uma Lágrima (1946), Na Cova das Serpentes (1948) e Tarde Demais (1949), tendo vencido em 1947 e 1950, por Só resta uma lágrima e Tarde demais, respectivamente.
As irmãs durante a adolescência.
Segundo o biógrafo Charles Higham, as irmãs sempre tiveram uma relação muito difícil, começando ainda na infância, quando Olivia teria rasgado uma roupa de Joan, que a teria forçado a costurá-la novamente.
A rivalidade e o ressentimento entre as irmãs também, alegadamente, resultaria da percepção de Joanque Olivia seria a filha favorita de sua mãe.
Numa destas passagens curiosas da vida, as duas irmãs foram nomeadas para o Oscar de melhor atriz em 1942.
Fontaine foi indicada pela atuação no filmeSuspeita e De Havilland foi indicada pela atuação em A Porta de Ouro.
Fontaine foi quem acabou levando a estatueta.
O biógrafo Charles Higham descreveu os eventos da cerimônia de premiação, afirmando que Joan avançou empolgada para receber seu prêmio e claramente rejeitou as tentativas de Olivia cumprimentá-la.
Naturalmente, Olivia acabou se ofendendo com essa atitude.
Higham também afirmou que depois, Joan sentiu-se culpada pelo que ocorreu na cerimônia de entrega do prêmio.
Anos mais tarde, seria a vez de Olivia de Havilland ganhar o prêmio de melhor atriz, em 1947, por sua atuação no filme Só Resta Uma Lágrima.
Segundo o biógrafo, na cerimônia de premiação Joan fez um comentário sobre o então marido de Olivia, que ficou mais uma vez ofendida e não quis receber os cumprimentos de sua irmã.
A relação entre as irmãs continuou a deteriorar-se após outro incidente.
Em 1975 aconteceria algo que faria com que elas deixassem de se falar definitivamente.
Segundo Joan, Olivianão a teria convidado para um serviço memorial em homenagem a sua mãe, que havia morrido recentemente.
Mais tarde, Olivia afirmou que tentou comunicar a Joan, mas que ela se encontrava muito ocupada para atendê-la.
Quando Joan decidiu entrar na carreira de atriz, sua mãe Lilian teria dito para ela escolher outro sobrenome, pois sua irmã Olivia já estava usando o nome de família e que não poderiam existir duas De Haviland.
Charles Higham também diz queJoan tem um relacionamento distante com suas próprias filhas, talvez porque tenha descoberto que elas estavam mantendo um relacionamento secreto com a Tia Olivia.
Atribui-se a ela a seguinte frase:
“Minha irmã Olivia é uma mulher muito peculiar.
Quando éramos jovens, eu não tinha permissão para conversar com seus amigos.
Agora, eu não estou autorizada a falar com seus filhos e eles nem são permitidos para me ver.
Essa é a natureza da mulher.
Não me incomoda em nada”.
Joan Fontaine em sua casa com as filhas, em 1954.
Ainda hoje as irmãs se recusam a comentar publicamente sobre a sua rivalidade e relacionamento familiar, apesar de Fontaine ter comentado em uma entrevista que muitos boatos a respeito das irmãs surgiram dos "cães de publicidade" dos estúdios.
O que fica claro é que a causa dessa rivalidade vai muito além da profissional.
Conta-se que as verdadeiras raízes encontram-se mesmo nesse ciúme e na batalha das duas mulheres pelo amor de sua mãe, Lilian.
Olivia, a primogênita; Joan e a mãe Lilian Fontaine.
A família De Haviland em sua casa em Tóquio, onde as irmãs nasceram, antes de se mudarem para os Estados Unidos.
Na foto, a primogênita Olivia.
Olivia De Haviland na produção de Alice no País das Maravilhas, em 1933.
O resultado disso é que as duas praticamente não trocam uma palavra há mais de 35 anos e parece pouco provável que um dia irão se encontrar ou falar-se novamente.
A rivalidade se tornou a mais amarga e mais longa de Hollywood, uma fonte de perigo para ambas as famílias, de vergonha e decepção para amigos e colegas.
Olivia de Haviland e Joan Fontaine
Joan, quatro vezes casada e divorciada, mora atualmente com seus cachorros em sua casa na Califórnia.
Olivia, duas vezes divorciada, vive em uma casa em Paris.
Entrevistada em certa ocasião recente, respondeu à uma pergunta sobre uma possível reconciliação com a irmã.
Com um sorriso simples, soltou a frase: "Melhor não".
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