Spencer Tracy eKatherine Hepburn, que foi premiada com o Oscar por mais uma de suas atuações, estão inesquecíveis como os atônitos pais, num filme que se converteu num marco importante no cinema sobre as polêmicas de miscigenação racial no casamento na sociedade americana.
Joanna (Katherine Houghton), a bela filha de um editor liberal, Matthew Drayton (Tracy) e sua esposa aristocrata Cristina (Hepburn), retorna para casa com seu novo namorado John Prentice (Sidney Poitier), um ilustre médico negro.
A família da noiva reunida ao conhecer o namorado da filha.
Cena de "Advinhe quem vem para jantar".
Cristina aceita a decisão da filha de se casar com John, mas seu pai está chocado com essa união inter-racial; bem como os pais do médico.
Para acertar as coisas, ambas as famílias devem sentar-se frente a frente e examinar os seus níveis de intolerância.
Neste filme, o diretor Stanley Kramer criou um estudo dos preconceitos sociais.
Podia ser um filme comum como qualquer outro que tratou destas questões, mas, apesar disto, o filme chega numa época em que o tema era a pauta de discussão da sociedade estadunidense, extremamente dividida de opiniões em diferentes partes do país.
A família de Prentice também demonstra resistência a idéia do casamento inter-racial.
Cena de "Advinhe quem vem para jantar".
As grandes surpresas que este filme iria provocar foram diversas.
Logo no final das filmagens uma enorme comoção aconteceu pela morte de Spencer Tracy.
Na mesma época, o filme ganhou outro empurrão: Margaret Rusk, de 18 anos, se casa com Guy Smith, de 22 anos.
Rusk era branca, já Smith era negro e o pai dela nada mais era do que o Secretário dos Estados Unidos da América.
Ao tomar conhecimento disto, Dean Rusk vai ao Presidente Lyndon Johnson e diz preferir renunciar ao cargo para não expor o governo a uma vergonha desta, mas dizendo que acompanharia sua filha no altar.
Presidente John F. Kennedy com Dean Rusk, que era conhecido como o "Homem de Kennedy".
O casamento de Margaret Rusk e Smith aconteceu mesmo com esta surpresa da sociedade americana, e teve ampla repercussão, saindo na capa da revista Time.
O casamento levou a questão do matrimônio inter-racial ao centro da discussão da questão racial nos Estados Unidos, com os artigos e editoriais se concentrando na reflexão como e onde esses casais poderiam viver e o que as crianças mestiças seriam submetidas e obrigadas a suportar.
Capa da Revista Time com o casamento de Rusk e Smith, em 1967.
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