terça-feira, 16 de julho de 2013

O que é a Osteopatia?






A Osteopatia é uma terapia recente que surgiu nos EUA através do Dr. Andrew Taylor Still (1828-1917) que enunciou os princípios desta terapêutica da medicina natural.

Etimologicamente Osteopatia provém dos termos gregos Ostión (osso) e Pathos (efeitos que vêm do interior) cujo inverso é Ethos como simpatia e não como patologia médica que é o resultado das doenças.

Por conseguinte, Osteopatia é uma denominação correcta que indica a influência da doença, as suas causas e os seus tratamentos manuais, e não uma lesão local de um determinado osso.

A Osteopatia estuda os efeitos internos que vêm da estrutura.

A Osteopatia deve ser desmistificada, estar baseada na Anatomia, Fisiologia e Semiologia.

Não deve ser esotérica mas sim cartesiana, tanto quanto possível.

Não existem receitas.

O tratamento é baseado num exame clínico.

Um diagnóstico Osteopático deve conduzir a um Ato terapêutico Osteopático.

Através de técnicas manuais tem como objectivo restabelecer a mobilidade perdida e dar equilíbrio ao sistema musculoesquelético, sacro-cranial e visceral, mantendo a elasticidade do tecido conjuntivo em todos os seus sistemas.

Qualquer mudança na mobilidade do aparelho locomotor no sentido da hipo ou hiper mobilidade conduz a um transtorno funcional que, por sua vez, pode dar lugar a um quadro “patológico”.

A Osteopatia abarca três grandes ramos: estrutural, cranial e visceral.


Osteopatia Estrutural

É a osteopatia articular, a parte que ocupa-se do aparelho músculo-esquelético e da postura, incide em toda a estrutura: osteotendinosa, muscular e fascial e que nos permite abordar numerosos problemas e desequilíbrios harmonizando as estruturas do corpo humano.

Todas as estruturas do corpo têm mobilidade própria.
Devem estar livres.
Os movimentos devem respeitar regras precisas: eixos, amplitude, ritmo.
Se um destes elementos falta, o conjunto da mecânica será perturbado até ao nível da célula.

O corpo tenta adaptar-se.

Se consegue, não há sintoma.
Se não pode, aparece o sintoma da patologia.
Em ambos os casos temos uma lesão osteopática reconhecível e tratável.
Em todos os casos o osteopata realiza um diagnóstico osteopático que consiste em estabelecer que estruturas estão bloqueadas ou em disfunção, sempre desde o ponto de vista do movimento e trata de detectar todas as lesões osteopáticas existentes, uma vez que o tratamento consistirá em eliminar estas lesões mediante técnicas de estiramentos, mobilizações e manipulações.

Em muitos países, onde a Osteopatia está mais introduzida, é uma técnica de primeira eleição, revelando-se mais efectiva que o tratamento farmacológico e a fisioterapia.

É bem tolerada e carece de efeitos adversos, sendo uma terapia natural que principalmente restabelece o equilíbrio biomecânico do indivíduo.

A Osteopatia é o sistema de cura que dá ênfase principal à integridade estrutural do corpo.

Esta integridade estrutural é o fator mais importante a manter.
Rege a boa saúde do organismo e evita a doença. (Associação Americana de Osteopatia)

Osteopatia Sacro-cranial

O Dr. William Garner Sutherland (1880 – 1954) foi aluno de Andrew Still (pai da Osteopatia). Sutherland estudou a anatomia do crânio durante mais de 30 anos.

É o pai da Osteopatia Sacro-cranial.

Demonstrou a particularidade de que, por causa das suturas, os ossos do crânio podem mover-se.

É evidente que não se movem da mesma forma que a articulação do joelho ou de uma vértebra.
No entanto, o osso vivo é flexível e permite um certo grau de deformação mínima na sua estrutura.
É uma técnica subtil e manual para ajudar a detectar e corrigir os desequilíbrios do Sistema Sacro-cranial que podem ser a causa de disfunções intelectuais, motoras ou sensoriais.

Existe um sistema situado entre os ossos do crânio e o cérebro, e que continua dentro da coluna vertebral até ao sacro, ao qual se chama de Crânio-sacral ou Sacro-cranial.

É um sistema hidráulico fechado, com o seu próprio ritmo fisiológico, onde por dentro destas estruturas flui o líquido cefalorraquidiano que banha, limitado externamente pela meninge dura-máter (cobertura de protecção), a medula e o cérebro.


Esta flutuação do liquido através do seu percurso tem um ritmo de subida (flexão-abertura) e de descida (extensão-fecho) que se denomina Movimento Respiratório Primário (mrp), já que foi anterior ao movimento respiratório pulmonar, que não começa até nascermos, e que se pode perceber com a flutuação em forma de maré, criada pela potência do Alento de Vida.

Este ritmo consiste em seis a doze pulsações por minuto, causadas pela rítmica produção e reabsorção do líquido cefalorraquidiano.

O ritmo do Sistema Sacro-cranial pode-se sentir tão claramente como os ritmos cardiovascular e respiratório.

Mas ao contrário dos outros ritmos, pode-se avaliar e corrigir.
A terapia Sacro-cranial é realmente uma arte da escuta da linguagem do corpo humano, sentindo, entendendo e respeitando esta linguagem e respondendo de maneira apropriada como apoio no estímulo de auto-regulação e equilíbrio do indivíduo e sua inteligência inerente para auto-curar-se.

A Osteopatia sacro-cranial utiliza-se para tratar uma grande variedade de problemas de saúde, incluindo dores de cabeça, pescoço e costas, disfunções da articulação tempero-mandibular, cansaço crónico, dificuldades de coordenação motora, problemas oculares, depressão endógena, fibromialgia, hiperactividade, problemas de concentração, disfunções do sistema nervoso e muitos outros transtornos.

Devido à suavidade das suas manipulações e às suas características de estimulação dos recursos de saúde próprios do organismo, é uma técnica muito adequada para o tratamento de crianças desde o nascimento.

Osteopatia Visceral

É o ramo da Osteopatia que se ocupa do tratamento de órgãos e vísceras, melhorando a função deles. A indicação das manipulações sobre o sistema digestivo é principalmente libertar aderências de podem dificultar a irrigação sanguínea dos mesmos, sequelas de cirurgias, sequelas de infecções e ptoses.

Sobre a caixa torácica trabalha-se, principalmente, a mecânica respiratória, e as relações que esta tem com a coluna dorsal e cervical.

A vida e o movimento estão intimamente ligados.

Todo o ser vivo está em movimento.
São de especial importância os movimentos geralmente não visíveis que têm lugar dentro do corpo humano.
Estão relacionados com muitos níveis de atividade, desde pulsações celulares de origem desconhecida até contracções rítmicas do coração e do diafragma, o ritmo sacro-cranial, etc.

O sistema visceral depende da sincronização entre os movimentos de todos os órgãos e as demais estruturas corporais.

Quando a saúde está no seu nível óptimo , esta relação harmoniosa mantém-se estável dentro da grande variedade de movimentos do corpo.

Como consequência da perda de mobilidade reduz-se a circulação sanguínea do tecido afetado.

Esta hipoemia pode chegar a converter-se em isquémia.

Desta forma, podem aparecer irritações, inflamações e infecções produzidas por problemas de irrigação.

Quando um órgão não pode estar em harmonia com outra víscera devido a uma tonicidade anormal, aderências ou deslocamentos, trabalhará contra os outros órgãos e também contra as estruturas musculares, membranosas, fasciais e ósseas.

Se a Osteopatia Estrutural e Cranial requerem uma habilidade e um saber fazer particular, a Osteopatia Visceral requer além disso muita perspicácia.

O Dr. Still dizia que “o funcionamento do homem é uno e indivisível; qualquer que seja a alteração de um órgão, repercutirá necessariamente em todo o organismo”.

Costuma-se dizer que as vísceras podem apresentar transtornos reversíveis (transtornos funcionais) ou irreversíveis (transtornos orgânicos) e que a osteopatia dedica-se aos transtornos funcionais.

Mas de fato, é muito mais complexo que tudo isso, pois existem estados mistos onde transtornos funcionais e orgânicos se misturam.

As investigações do Dr. Jean-Pierre Barral e o seu trabalho clínico com os movimentos rítmicos viscerais levaram-no ao desenvolvimento de uma forma de pressão manual focada nos órgãos internos e o seu entorno, sem esquecer a sua potencial influência sobre muitas das suas disfunções estruturais e fisiológicas.

O termo com que denominou a sua terapia foi Manipulação Visceral.

Esta manipulação baseia-se na palpação das forças normais e anormais do corpo.

Através de uma palpação específica, o terapeuta pode avaliar como interactuam as forças anormais, como de sobrepõem e como afectam as forças normais que trabalham no corpo.
O objetivo da Manipulação Visceral é assistir as forças normais do corpo para tirar os efeitos anormais, seja qual for a sua origem.

http://emac-edu.com

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