quarta-feira, 17 de julho de 2013

EUA e a espionagem da NSA: Snowden pede asilo à Rússia

Snowden já decidiu: pediu asilo político à Russia, pois ele está farto de viver no aeroporto russo.
O ex-colaborador da CIA e NSA Edward Snowden pediu asilo político à Rússia para poder ter liberdade de circulação. Foi este o resultado do encontro entre Snowden, advogados e defensores russos dos direitos humanos realizado no aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, e que pode ser considerado como uma surpresa esperada.
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O agente em fuga do serviço de inteligência do seu país, os EUA, agradeceu a todos os países que lhe ofereceram abrigo mas decidiu escolher a Rússia como seu refúgio.
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Por Ilia Kharlamov
Ainda antes do início do encontro, os ativistas e advogados presentes já faziam suposições que o resultado seria precisamente este, o que acabou por acontecer.
O chefe do serviço de imprensa do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, declarou que o Kremlin, por enquanto, não possui confirmação destas informações mas que as condições para um tal passo continuam as mesmas: pôr fim à atividade voltada contra os interesses dos EUA e contra as relações russo-americanas.

Snowden já decidiu: ele está farto de viver no aeroporto
 
O agente da NSA em fuga agradeceu a todos os países que lhe ofereceram abrigo mas decidiu escolher a Rússia.
Esta posição havia sido recentemente formulada por Vladimir Putin.
Hoje, em 12 de Julho de 2013, Edward Snowden confirmou estar pronto a satisfazer as condições impostas.
 
Serguei Naryshkin, presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo, foi uma das primeiras personalidades russas altamente colocadas a comentar a situação.
Segundo ele, a Rússia deve conceder asilo político ou asilo temporário a Edward Snowden porque existe a ameaça de ele ser condenado à morte nos EUA.

O presidente do Comité da Duma de Estado para Assuntos Internacionais, Alexei Pushkov, sublinhou que, se Snowden pedir oficialmente asilo político à Rússia, tal pedido será analisado.
O cientista político Serguei Mikheev comenta a situação, a pedido da Voz da Rússia:

“Julgo que ele simplesmente tem medo.
Depois do incidente com o avião do presidente da Bolívia, ele pode não conseguir chegar à América Latina.
É por isso que ele pede asilo temporário na Rússia.
Pelos vistos, ele não pede a cidadania mas precisa de um estatuto de refugiado e de asilo temporário.
Ele simplesmente está cansado de viver na zona de trânsito do aeroporto Sheremetyevo”.



Logo após o encontro, Olga Kostina, membro da Câmara Social russa, anunciou que os ativistas de direitos humanos tencionam elaborar uma declaração em apoio do pedido de asilo de Snowden, declaração a ser enviada ao presidente Vladimir Putin.

Os advogados, por seu lado, prometeram prestar ajuda ao ex-colaborador dos serviços secretos americanos.
Segundo o advogado Igor Korotchenko, Snowden deve escrever pessoalmente um pedido às autoridades russas, devendo a questão ser resolvida de forma relativamente rápida.
O dirigente da filial russa da Anistia International, Serguei Nikitin, não vê razões para a perseguição e entrega do ex-colaborador da CIA aos EUA, não tendo este sido julgado.

Mais do que isso, segundo ele, Snowden não pode ser extraditado porque pode ser sujeito a tortura e, para além disso, não existe nenhum pedido de extradição.
No presente momento, ele está protegido pelo Artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, como pessoa que pediu asilo político.
O conhecido advogado Yanis Yuksha considera que o encontro com os ativistas de direitos humanos sublinhou o caráter social da sua atividade, que ele próprio já muitas vezes sublinhou.
A ajuda por parte da Rússia ou de outro país civilizado é, para ele, muitíssimo necessária:

“O asilo político temporário é uma possível medida para que Snowden possa decidir no que toca à perseguição por parte do Estado americano. Não vejo nada de especial que este pedido tenha sido feito até serem esclarecidas algumas circunstâncias, até serem recolhidos certos documentos. Houver ou não uma decisão positiva da parte da Rússia, isso depende de muitos fatores. No geral, penso que qualquer país que se considera democrático e, em geral, a comunidade mundial, deverão prestar apoio a Snowden”.

Algumas das pessoas que participaram do encontro encararam-no sem grandes emoções, de um ponto de vista essencialmente prático.



Assim, o provedor dos Direitos Humanos, Vladimir Lukin, declarou que Snowden tem esperança em obter proteção mas que será melhor que o estatuto de refugiado lhe seja concedido não pela Rússia mas sim por alguma organização internacional.
De acordo com o provedor, existem também os interesses nacionais. Lukin tem receio de que as relações russo-americanas piorem caso a Rússia se decida a conceder-lhe asilo.
De qualquer forma, a maioria dos políticos e defensores dos direitos humanos já se mostrou favorável ao pedido do cidadão norte-americano.


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