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segunda-feira, 10 de junho de 2013
Árvores em Marte?
Tirada em 2008 pela sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter, a foto mostra uma região próxima ao pólo norte do planeta.
As manchas azuis são acumulações de “gelo seco” que se desmancharam por causa do sol.[NASA]
Não se engane: os supostos “troncos de árvore” que aparecem na imagem acima são, na verdade, grandes filetes de areia escura se espalhando por dunas em Marte.
As primeiras fotos de Marte pela sonda Curiosity
Por Guilherme de Souza
No último dia 5 de agosto, cientistas e leigos do mundo todo acompanharam o pouso da sonda espacial Curiosity, da NASA, em Marte.
A arriscada operação foi um “milagre da engenharia”, nas palavras do cientista John Grotzinger, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena (EUA).
Uma vez em solo marciano, a sonda pode finalmente iniciar a primeira fase de sua missão: descobrir se o planeta vermelho tem (ou já teve) os ingredientes necessários para o surgimento de vida.
O pouso foi feito na cratera Gale, em cujo centro está localizado o Aeolins Mons (também conhecido como Monte Sharp), uma montanha de 5 km de altitude para a qual a Curiosity irá se dirigir durante a missão.
Solo de história
Formada a partir do impacto de um meteorito ou cometa, Gale aparentemente esteve cheia de água durante centenas de milhões de anos – como indica sua geologia.
Nesse caso, as camadas de solo do Monte Sharp devem ajudar os cientistas a entender melhor o fenômeno.
A Curiosity posou a aproximadamente 6,5 km do Monte e, embora haja grandes expectativas em relação a ele, não há pressa para sair do local de pouso: ainda é preciso testar os equipamentos e, além disso, há bastante material para ser analisado nas proximidades.
“O que temos aqui é um paraíso para geólogos”, diz Grotzinger.
Seca misteriosa
Perto do local de pouso está o fim de um leque anuvial – depósito de detritos formado quando uma corrente de água chega a uma área plana, perde velocidade e se espalha. Isso significa que, nesse local, pode haver partículas trazidas da parede mais próxima da cratera (a 28 km de distância), o que facilitaria bastante a coleta de amostras.
Comparar as partículas do leque com as do Monte Sharp pode nos ajudar a entender o que aconteceu com a água que inundava a cratera: se o material do leque for mais recente, por exemplo, é um sinal de que houve períodos de seca e de inundação, ao invés de uma única e definitiva “seca total”.
Laboratório sobre rodas
Para realizar uma análise detalhada das condições de Marte, a sonda conta com uma série de equipamentos sofisticados: entre eles, uma câmera de alta resolução, um laser para quebrar rochas e permitir um exame detalhado de suas partículas, e um laboratório de química para avaliar que tipo de material é encontrado no planeta.
Com esses e outros instrumentos, a Curiosity poderá buscar partículas orgânicas e elementos químicos que tornariam possível o surgimento de vida microscópica em Marte.
Outro mistério a ser investigado na missão é o da atmosfera do planeta vermelho: observações feitas em órbita sugerem que lá ocorrem emissões de gás metano, o que significa que Marte é geologicamente ativo ou que há (ou havia) organismos produzindo o gás.
Sem perder tempo, a NASA já começou a divulgar fotos de Marte tiradas pela Curiosity. Para conferir o material, clique aqui.[New Scientist]
http://hypescience.com/
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