Reclamava de falta tempo, e vivia sem completar
tarefas.
Sonhava com coisas além do seu momento, perdia
oportunidades reais.
Desdenhava do amor de uns e outros, hoje curte uma solidão
tremenda.
Desprezou oportunidades que achava "menor" que a sua
capacidade,
e se submete agora ao sub-emprego.
Falou tanto da vida daquele e da outra e acabou no
esquecimento.
Lembrou tanto do que lhe deviam, que ficou devendo
amizade.
Apontou tantos defeitos nos outros que não corrigiu os
próprios.
Falou de tantas coisas boas, e acabou plantando sementes
erradas.
A vida soa amarga para quem carrega "fel" nos
bolsos.
A vida lembra um fardo pesado para quem não sabe
amar.
Pior ainda, é quem tenta seguir seu caminho,
carregando um ódio que penetra na alma,
como câncer espalhado e sem cura.
Carece do perdão bendito, mas não consegue
perdoar.
Não consegue sequer se perdoar, seguir livre para
amar.
Vida sem rumo, nó sem ponto, massa sem
fermento,
retrato do desencanto.
Aproveite que está no caminho,
e ame sem medidas e sem cobranças.
Perdoe sempre que sentir que o seu orgulho foi
ferido.
Peça perdão quando errar e for capaz de
reconhecer.
Distribua gentilezas, não fale da vida
alheia.
Seja semente boa, que brota rasgando o chão e apontando
para o céu.
E mesmo que seus verdadeiros frutos estejam escondidos na
sua raíz.
Ainda assim, será planta bendita, carregada de
recompensas,
que o Universo destina para quem não perde tempo com
problemas.
Gente como você, que agora pensa em soluções.
O mundo precisa muito da sua participação.
Não se ausente, diga sim, diga Presente!
Paulo
Roberto Gaefke
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