Numa grande catedral de
certa cidade antiga, havia um vitral considerado verdadeira maravilha.
De
grandes distâncias em redor vinha o povo em peregrinação para contemplar o
esplendor dessa obra de arte.
Um dia, porém, sobreveio
naquele lugar terrível tempestade, que forçou a janela, partindo-se o famoso
vitral em milhares de pedaços.
Grande foi o desgosto do
povo em face do desastre que vinha privar a cidade da obra de arte que lhe
constituía o maior orgulho.
Ajuntaram os fragmentos numa caixa depositando-a num
compartimento.
Passaram-se tempos, e eis
que um dia ali chega um estrangeiro, pedindo com empenho permissão de visitar a
famosa janela.
Contaram o triste fim que lhe coubera. Indagando quanto ao
destino dos fragmentos, levaram-no a vê-los.
- Tereis qualquer objeção
a fazer, se eu vo-los pedisse? - perguntou o estranho.
- Pode levá-los -
responderam-lhe - já não nos são de utilidade alguma.
O visitante ergueu
cuidadosamente a caixa, carregando-a consigo.
Passaram-se semanas e, um dia,
chegou às mãos dos guardiões da catedral um convite.
Vinha da parte de um
célebre artista, famoso por sua habilidade em trabalhos de vidraria.
Convidava-os à sua oficina de arte a fim de apreciarem um vitral, obra de seu
gênio.
Ao entrarem eles, o
artista os conduziu diante de uma grande tela.
Puxando uma corda, eis que se
lhes oferece à contemplação um vitral que sobrepujava em beleza a tudo quanto
seus olhos já haviam contemplado.
Ao admirarem o
maravilhoso desenho, e a perfeita mão-de-obra, disse o artista: - O que aí vedes
fiz com os fragmentos que me destes do velho vitral partido, e ei-lo agora
pronto a ser recolocado.
Irmãos, sabei isto: Jesus
Cristo é o incomparável reparador da vida.
Tomará a existência despedaçada,
moldando com os fragmentos outra mais bela do que qualquer que jamais
conseguiríeis fazer, se ela não se tivesse partido.
Meu amigo, quando os seus
planos falham, nem tudo está perdido.
Jesus pode fazer dos fragmentos da sua
vida cheia de ilusões um cidadão para o reino eterno de Deus; Ele pode ajuntar
os pedaços dos seus ideais não realizados e completar uma existência cheia de
bálsamo à humanidade.
Rodolfo Belz,
in
Quando tudo
falha
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