quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Por que não são aproveitadas as árvores em áreas alagadas por hidroelétricas?




Quando uma grande área é alagada para a construção de hidroelétrica, dentre os diversos potenciais problemas, há sempre a preocupação com a qualidade da água já que a decomposição do material orgânico pode gerar toxinas e prejudicar os peixes e outros animais que vivem ou dependem do rio.

As árvores, grandes e vistosas, costumam simbolizar essa estranha situação, afinal, por que elas ficam lá apodrecendo ao invés de serem retiradas evitando uma parte do problema, além de poderem ser aproveitadas como madeira?

Uma das explicações, dada pelo Professor Francisco Antonio Rocco Lahr da Escola de Engenharia de São Carlos/USP, se refere à dificuldade de acesso por terra até a área afetada, já que hidrelétricas costumam ser construídas em regiões afastadas, sem estradas, e portanto realizar o corte e retirada da madeira seria impraticável.

O professor ainda afirma que o cronograma da construção também seria afetado, um problema já que há grande demanda por energia e a construção de uma usina é bastante demorada, vez que compreende desde a “constatação da necessidade da construção, da determinação da melhor localização em termos geográficos e geotécnicos, até o pleno atendimento dos requisitos ambientais para a efetiva implantação”.

Não convence, afinal, se todo o material e equipamento de construção da Usina consegue chegar até a obra, há estrutura suficiente para levar o maquinário de corte das árvores e transporte das toras.
Não fazê-lo só demonstra o desinteresse pelos reflexos que causará ao bioma após a inundação, o que se soma à compreensível, mas não aceitável, justificativa de que atrasaria as obras (causando reflexos financeiros para os envolvidos).

Felizmente nas construções mais recentes vem sendo analisado o reflexo na pesca e agricultura, incluindo a retirada das árvores e limpeza da área, prática que reduz de 15 para 3 anos o tempo de espera necessário para a produção de peixes no local.


Com informações de
SuperInteressante e EBC
Foto por Claus Meyer/Tyba na Revista Veja

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