Kriya Yoga é um método simples, psicofisiológico, pelo
qual o sangue humano se descarboniza e volta a oxigenar-se.
Os átomos deste
extra-oxigênio transmutam-se em corrente vital para rejuvenescer o cérebro e os
centros da espinha.
Sustando a acumulação de sangue venoso, o iogue pode
diminuir ou evitar a degeneração dos tecidos.
O iogue adiantado transmuta suas
células em energia.
Elias, Jesus, Kabir e outros profetas foram, no passado,
mestres no uso de Kriya ou de uma técnica similar, pela qual eles materializavam
ou desmaterializavam seus corpos à vontade.
Kriya é uma ciência antiqüíssima.
Láhiri Mahásaya
recebeu-a de seu grande guru, Bábají, que redescobriu e purificou esta técnica
depois da Idade Média, época em que esteve perdida. Bábají batizou-a de novo,
simplesmente, de Kriya Yoga.
Kriya Yoga é um instrumento que pode acelerar a evolução
humana - explica Sri Yuktéswar a seus estudantes.
- Os antigos iogues
descobriram que o segredo da consciência cósmica se liga intimamente ao domínio
da respiração.
Esta é a contribuição sem par, e imortal, da índia, ao tesouro de
conhecimento do mundo.
A força vital, que comumente se emprega para manter a
pulsação cardíaca, deve tornar-se livre para atividades superiores por meio de
um método que acalme e deteriore as demandas incessantes da
respiração.
O Kriya Yogi dirige mentalmente sua energia vital para
cima e para baixo, a fim de fazê-la girar em torno dos seis centros espinhais
(plexos medular, cervical, dorsal, lombar, sacro e coccígeo), correspondentes
aos doze signos astrais do Zodíaco, o Homem Cósmico simbólico.
Meio minuto de
revolução da energia ao redor do sensitivo cordão da espinha, efetua progressos
sutis na evolução do homem; esse meio minuto de Kriya equivale a um ano de
desenvolvimento comum.
Kriya Yoga nada tem de comum com exercícios
respiratórios anti-científicos ensinados por certos fanáticos extraviados.
Tentativas de reter a respiração nos pulmões, até o exagero, são artificiais e
decididamente desagradáveis, A prática de Kriya, ao contrário, é acompanhada,
desde o início, por sentimentos de paz e sensações suavizantes, de efeito
regenerador na espinha.
Esta antiga técnica iogue converte a respiração em
substância mental.
O adiantamento espiritual permite ao devoto conhecer a
respiração como um conceito, um ato da mente: ela é, pois, uma respiração de
sonho.
Com alimentação apropriada, luz solar e pensamento
harmoniosos, homens que se deixam guiar apenas pela Natureza e seu divino plano,
alcançarão a experiência de Deus em um milhão de anos.
Necessitam-se doze anos
de vida normal saudável para que se efetue o mais leve refinamento na estrutura
do cérebro; um milhão de anos solares são precisos até purificar o alojamento
cerebral o suficiente para que manifeste a consciência cósmica.
Um Kriya Yogi,
entretanto, pelo exercício desta ciência espiritual, livra-se da necessidade de
um longo período de cuidadosa observância das leis naturais.
Kriya Yoga é o verdadeiro “rito do fogo”, muitas vezes
enaltecido no Gíta.
O iogue arroja seus anseios humanos numa fogueira monoteísta
consagrada ao Deus incomparável.
Nesta autêntica cerimônia do fogo, todos os
desejos passados e presentes são o combustível consumido pelo amor divino.
A
Flama Última recebe em holocausto a derradeira loucura humana e o homem se vê
livre de escórias.
Seus ossos metafóricos despojados de toda carne sensual, seu
esqueleto cármico branqueado pelos sóis anti-sépticos da sabedoria, sem ofensas
ao homem e ao Criador, ele se encontra - finalmente - limpo.
Paramahansa Yogananda
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