segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Histórias sobre o Povo Cigano


 
Muitos de nós sabemos histórias sobre o povo cigano.

Alguns de nós inclusive já ouvimos histórias contadas com o objetivo de afastar-nos o máximo possível “deste tipo de gente”: ciganos roubam crianças e os pertences de outras pessoas, mulheres ciganas seduzem os maridos de mulheres direitas, mulheres ciganas fazem magias para o mau, etc.

Curiosamente também ouvimos histórias sobre pessoas negras, pobres, gays, entre outras minorias discriminadas através das gerações.

Pensando um pouco no mundo em que vivemos é importante que saibamos que ainda existem ciganos por aí, sofrendo muitos preconceitos.

Quem sabe um destes não seria um de nós mesmos?
Ainda somos discriminados por sermos Umbandistas.
Que temos de tão diferente?
Divulgam por aí histórias que “macumbeiros sacrificam crianças”, “mulheres macumbeiras usam feitiço para roubar o marido de mulheres direitas”, “macumbeiros fazem feitiço para o mau”. Acredito que temos muito mais em comum com o povo cigano do que um dia pudemos imaginar.

Um povo com tantas semelhanças com a Umbanda não poderia ter encontrado seara mais adequada para o trabalho espiritual, pois desde os primórdios o povo cigano já acreditava na comunicação com forças astrais, na manipulação dos elementos da natureza e na força da oração.

Hoje em dia não são todas as casas Umbandistas que realizam giras de povo cigano.
Algumas até chamam ciganos junto com os exus, o que não é adequado uma vez que o trabalho dos ciganos do oriente, por exemplo, demanda manipulação de energias diferentes daquela usada pelos exus para o trabalho espiritual.
Porém as casas que estão abertas a esse tipo de trabalho único encontram muita satisfação em tê-los como parceiros na evolução espiritual e tratamento de seus consulentes.

A diferenciação do trabalho também se expressa na diferenciação da manifestação.
Muitos ciganos trabalham com uma incorporação muito suave.
Outros trabalham ainda intuindo seus médiuns, tanto dentro quanto fora do terreiro.
É inclusive motivo de angústia para alguns médiuns toda essa sutileza, pois muitas vezes se perguntam de onde estes pensamentos e ações estariam vindo.

Temos muito que aprender com o povo cigano.

O valor da liberdade.
Ela é tão poderosa que nem mesmo a morte é capaz de detê-la.

O valor do respeito.
Os mais velhos são os mais sábios.

O valor da alegria.
A música e a dança embalam noites de nascimentos e de mortes nos acampamentos.
Todas as fases da vida devem ser celebradas.

O valor da comunidade.
Devemos estar unidos pelo que acreditamos e partilhar o que temos.

O valor da desconfiança.
Não devemos nos entregar por inteiro a partir de um sorriso.
Devemos sorrir de volta, mas sempre observando para saber o que está por vir.

O valor da magia.
Não me refiro à magia enquanto branca ou negra, mas sim enquanto forma de manipulação de elementos dados a nós pelo criador.
Elementos estes que estão repletos de energia do universo que pode ser usada para nos ajudar.

Toda essa sutileza me faz lembrar que os ciganos são o povo do vento.

O vento sopra livre na copa das árvores, possui elementos que alimentam o fogo, porém também pode apagá-lo, pode passar sem ninguém ver, mas não passa sem se fazer sentir.
O vento traz perfume, traz fumaça para nos alertar, e quando pára de soprar... nos sufoca.

Não consigo mais ver a Umbanda sem os amigos ciganos.

Salve sua linda falange.
Arriba povo cigano!

Optchá!
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extraído do site TELEPATAS SONHOS LUCIDOS E MAGIA
Roberta Pereira de Paula da Cigana Dara.

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