Por que precisamos meditar?
Talvez vocês
pensem:
- Ah, minha vida está maravilhosa agora!
- Ah, minha vida está maravilhosa agora!
Eu não preciso de
meditação!
Meditação é só para aquelas pessoas que tem problema!
Talvez o problema esteja na mente de vocês, problemas mentais, problemas materiais, problemas de relacionamento, problemas com seu marido ou sua esposa, problemas em suas vidas, no trabalho, enfim, vocês estão infelizes ou deprimidos.
Talvez o problema esteja na mente de vocês, problemas mentais, problemas materiais, problemas de relacionamento, problemas com seu marido ou sua esposa, problemas em suas vidas, no trabalho, enfim, vocês estão infelizes ou deprimidos.
Então
vocês deveriam saber meditar e saber como acalmar e pacificar as suas mentes.
Se
fosse de outra maneira, vocês não precisariam meditar.
Mas, é claro, a meditação
é boa para quando vocês tem problemas para deixar a mente calma, pacífica e
alegre.
Mas, mesmo quando vocês não têm problemas e vocês meditam, é bom para
vocês.
Vocês conseguem mais!
Suas mentes se tornam mais pacíficas, mais abertas.
É bom para vocês permitir a manifestação de sua própria bondade básica.
Vocês já
tem dentro de vocês amor, compaixão, sabedoria, alegria, capacidade e poder.
Pela meditação, é bom que permitam a manifestação de sua bondade básica.
E deste
modo, suas mentes verdadeiramente se tornam calmas, pacíficas e o que chamamos
de maleáveis e fáceis de se levar.
Normalmente, nossa mente é como um macaco
maluco que fala, fala, fala e vocês não conseguem controlar suas mentes.
A mente
está controlando vocês, a mente do macaco está controlando vocês!
Mas, através
da meditação, vocês tem o controle.
É por isso que suas mentes ficam pacíficas
e, é claro, a meditação é boa para quando vocês tem problemas!
O problema se
torna amigo de vocês! OK.
Deixem-me contar minha própria experiência.
Quando eu
era pequeno, eu tinha transtorno de pânico apesar de meus pais serem
maravilhosos, muito gentis.
Eu nasci no nordeste do Nepal bem no meio do
Himalaya.
De fato, eu tinha a vista da montanha mais alta do Nepal.
Montanhas
nevadas, geladas, muito agradáveis e bonitas.
De manhã, o sol irradiava nas
montanhas e as montanhas geladas se tornavam douradas!
Muito bonito!
Mas, apesar
de eu ter uma boa família, o bom ambiente, o pânico ainda me seguia como uma
sombra!
Eu estava procurando uma solução.
Meu avô também era um grande meditador
e eu olhava para ele quando ele meditava.
Pacífico, calmo, muito bonito!
Inspirei-me nele.
Perto da minha casa tinham muitas cavernas.
Sei que vocês já
sabem que no Himalaya tem um monte de cavernas e algumas vezes eu fugia de casa
para as cavernas fingindo que estava meditando apesar de eu não ter a menor
ideia sobre meditação.
Eu só me sentava lá e ficava pensando:
- O que tenho que fazer?
Ficava pensando e acabava caindo no sono.
- O que tenho que fazer?
Ficava pensando e acabava caindo no sono.
Então, um dia,
pensei:
- O que devo fazer?
- O que devo fazer?
Talvez eu tenha que dizer alguma coisa na
minha mente, dizer algumas palavras.
O que chamamos de recitação de mantra, recitação mental e eu fiz isso e me senti bem apesar de não saber o que tinha feito.
O que chamamos de recitação de mantra, recitação mental e eu fiz isso e me senti bem apesar de não saber o que tinha feito.
Quando eu tinha nove anos, pedi meu pai para me ensinar a meditar.
Meu pai era um grande professor de meditação.
Mas eu era muito tímido para
perguntar a ele diretamente.
Então eu me aproximei de minha mãe e pedi que ela
falasse com ele.
E ele aceitou!
Eu fiquei muito feliz, mas minha primeira
pergunta foi se falar algumas palavras durante a meditação era meditar.
Ele
disse que sim!
Eu fiquei tão feliz!
Aprendi muitas técnicas de meditação, como
abrir minha mente, como me abrir para o presente, como abrir minha consciência e
usar, não só o pânico, mas todas as outras circunstâncias como um apoio para a
meditação, como fazer amizade com os problemas e como fazer minha mente calma e
pacífica, maleável e fácil de se levar.
Eu aprendi muito e fiquei muito feliz!
Mas eu era um menino preguiçoso.
Adorava a idéia da meditação, mas eu não
gostava dos produtos da meditação.
Ainda sofria com o pânico!
Sentia medo de
estranhos, medo de desastres naturais como tempestades de neve, terremotos e
tinha medo de algumas coisas sem nenhuma razão!
Eu ficava tonto, meu coração
disparava e, às vezes, eu suava frio.
Sem nenhuma razão!
Então, quando eu tinha
onze anos, eu me mudei para a Índia e fui para a escola.
Aprendi muita meditação
de muitos outros professores, mas eu continuava preguiçoso.
Quando eu fiz treze
anos, o retiro tradicional de três anos ia começar.
Então, pensei:
- Ah, eu tenho que fazer esse retiro!
- Ah, eu tenho que fazer esse retiro!
Mas eu ainda estava um pouquinho abalado.
Talvez eles não me aceitassem porque eu era muito novo.
Então, pedi ao meu pai
que perguntasse Sua Eminência Tai Situ Rinpoche diretor do monastério se ele
poderia, gentilmente me aceitar para participar do retiro.
Mas, no primeiro ano
do retiro, meu pânico ficou pior principalmente quando estávamos no grupo de
orações e usávamos trombetas e tambores.
Aquele barulho me deixava louco e eu
tinha que sair da seção de orações.
- Não consigo ficar com vocês agora!
Mas, na maior parte das vezes em que meditava sozinho na sala, eu me sentia bem.
- Não consigo ficar com vocês agora!
Mas, na maior parte das vezes em que meditava sozinho na sala, eu me sentia bem.
Eu não estava usando o treinamento da meditação corretamente.
Mas
um dia eu me fiz uma pergunta.
Eu disse:
- Eu ainda tenho mais dois anos de meditação pela frente! – pensei – Será que eu quero mesmo aplicar o treinamento da meditação ou ficar assim, infeliz, por mais dois anos?
Então, eu tomei a decisão de usar o treinamento da meditação durante três dias no meu quarto usando o meu pânico como um apoio, um suporte para meditar.
- Eu ainda tenho mais dois anos de meditação pela frente! – pensei – Será que eu quero mesmo aplicar o treinamento da meditação ou ficar assim, infeliz, por mais dois anos?
Então, eu tomei a decisão de usar o treinamento da meditação durante três dias no meu quarto usando o meu pânico como um apoio, um suporte para meditar.
Meu pânico sumiu!
Como?
Porque eu descobri que existem dois meios
de criar problemas: um é quando você diz “sim, senhor!”
O outro, quando se diz:
“ei, vá embora!”
Vocês querem saber o significado de “sim, senhor” e de “ei, vá
embora”?
OK, vou lhes ensinar!
Qual é o significado de “sim, senhor”?
Qualquer
coisa vinda do pânico ou do que eu chamo de mente do macaco maluco!
Não quero
dizer que seja uma coisa ruim!
Os macacos são simpáticos!
Eu gosto dos macacos,
eles são simpáticos, mas a mente fala demais e envia uma mensagem ruim:
- Eles são perigosos, são amedrontadores, problemáticos!
E vocês dizem:
- Sim, senhor!
- Eles são perigosos, são amedrontadores, problemáticos!
E vocês dizem:
- Sim, senhor!
Tudo o que o senhor disser é verdade, senhor!
Eu
acredito, senhor!”
Tem um problema aí: o pânico se torna o seu patrão, o seu chefe!
Agora, quando vocês dizem:
- Ei, vá embora, pânico!
Tem um problema aí: o pânico se torna o seu patrão, o seu chefe!
Agora, quando vocês dizem:
- Ei, vá embora, pânico!
Eu
não gosto de você, pânico!
Então, o pânico se torna o inimigo de vocês!
Então, o pânico se torna o inimigo de vocês!
Ele se tornar seu patrão por vinte e quatro horas é meio cansativo, não é?
E
“ei, vá embora” é um inimigo.
Mas, quando eu fiz assim “ Oi, como vai?
Bom dia!
Boa noite!
O pânico está aqui! Alô! Legal!”
Agora o pânico se um apoio para a
meditação de vocês.
Não só o pânico, mas qualquer outro problema, depressão,
baixa-estima, raiva, vergonha, culpa, pânico do pânico, medo do medo, resistir à
raiva.
Isto é o que chamo de impulso da meditação.
Qualquer coisa vocês podem
usar como apoio da sua meditação.
Não só a meditação. Até mesmo o som, o cheiro,
o sabor, a sensação.
Não há pensamento ou emoção!
Tudo se torna apoio, suporte
para a meditação.
Por causa da meditação, tudo se torna causa da alegria e vocês
podem ser felizes o tempo todo sob quaisquer circunstâncias.
É por isso que a
meditação é tão importante.
Sem a meditação, talvez eu não pudesse estar aqui!
Talvez eu ainda estivesse me escondendo numa caverna em algum lugar nas
montanhas do Himalaya!
Por causa da meditação, eu estou aqui conversando com
vocês.
Por causa da meditação, eu fiz amizade com o pânico!
Eu escrevi dois
livros por causa da experiência com a meditação, fazendo amizade com meu pânico
e com meus problemas!
E a mente se tornou estável, o que eu chamo a meta da
meditação que é desenvolver uma alegria interior, uma experiência de paz
interior.
Existe uma sabedoria, amor e compaixão e existe um tipo de força ou
poder dentro de nós.
E esta alegria, esta experiência de paz não depende de
circunstâncias externas.
É por isso que eu a chamo de alegria interior.
Não é
como a bolsa de valores.
É estável!
Não há necessidade de circunstâncias
externas.
Até os problemas se tornam uma causa para o desenvolvimento da alegria
interior.
Isto é bom para vocês, bom a para suas vidas, bom para seus corações,
bom para a sua saúde.
Agora, deixem-me contar sobre a ciência porque não sou só eu que falo sobre este pânico, mas também os mestres, até mesmo os cientistas.
Agora, deixem-me contar sobre a ciência porque não sou só eu que falo sobre este pânico, mas também os mestres, até mesmo os cientistas.
Eu fui chamado para participar de algumas experiências em Harvard e
especialmente na Universidade de Wisconsin.
Eles testaram meu cérebro, me
colocaram numa máquina chamada FMRI (Functional Magnetic Resonance Imaging –
Imagem de Ressonância Magnética Funcional) que tem o formato de um caixão branco
de onde sai uma espécie de língua.
Eu tive que me deitar nessa língua com um
monte de fios na minha cabeça, colocaram grandes fones de ouvido nas minhas
orelhas e me puseram dentro da máquina.
A máquina era como um túnel escuro, frio
e barulhento e eu tinha que meditar em três técnicas: primeiro, mente aberta;
segundo, concentração; terceiro, bondade, amor e compaixão.
E os cientistas
ficavam na sala ao lado e me diziam:
- OK! Agora você tem que meditar na compaixão por noventa segundos!
- OK! Agora você tem que meditar na compaixão por noventa segundos!
Pare a compaixão!
Desenvolva compaixão!
Pare!
Já
está bom!
E por aí foi.
E por aí foi.
Depois nós tomávamos chá ou café e, quem sabe,
alguns hambúrgueres, não sei.
E, como resultado dessa experiência, eles me
disseram que eu era totalmente maluco!
Eu fiquei desapontado! (Rinpoche ri)
Não,
não!
Estou brincando!
Eles estudaram outros meditadores, dezesseis ou algo
assim, e o que eles viram é que havia uma grande mudança no nosso cérebro
especialmente no lobo frontal esquerdo onde as atividades cresceram enormemente!
O que eu aprendi com os cientistas?
Três coisas!
Primeiro, o que eles chamam de
neuroplasticidade quer dizer que o cérebro tem a capacidade de mudar.
Talvez a
trinta ou quarenta anos atrás, os neurocientistas não acreditassem nisso.
Se
vocês nascessem infelizes, seriam infelizes para o resto da vida.
Mas,
atualmente, não!
Vocês podem mudar!
Se vocês nascerem infelizes podem se tornar
pessoas felizes.
Há esperança!
Segundo, um dos melhores meios de mudar é usar a
meditação.
Também houve uma experiência com noviços, iniciantes, estudantes e
alguns não tinham a menor ideia do que era meditação.
Eles receberam instruções
sobre como meditar e as usaram diariamente por uma hora.
Depois de oito semanas,
eles desenvolveram o lobo frontal esquerdo, mas só cinqüenta por cento. Somente
em oito semanas!
Terceiro, Esta mudança positiva no nosso cérebro é boa para o
corpo físico, sistema imunológico e muitos outros estudos que eles fizeram em
outras universidades e viram que é bom para o coração, circulação sanguínea,
infecções, redução de estresse e muitos outros benefícios.
Agora, quero
adicionar mais um.
É bom para a vida de vocês!
Porque?
Uma mente feliz e um
corpo saudável, claro que é bom para a vida de vocês, não é?
Estes são os
benefícios da meditação, OK?
Muito obrigado!
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