sábado, 22 de setembro de 2012

Inicio da Primavera/22/09


 
Pouco importa em que fase da vida estejamos.
As estações que se renovam nos dão a sábia
oportunidade de encontrarmos novas razões de viver
e encantamento pelas coisas simples que tecem a vida.

Primavera não é apenas tempo de mais borboletas,
trinados de pássaros, desabrochar de flores
e de alergias causadas pelo pólen.
É estação para ressuscitar sonhos, dissolver
dissabores e estarmos atentos a novos amores.

É tempo também de abrir janelas e deixar
que mais vida e mais luz entrem por elas.
E por que não, tempo também de transformar
textos, sob o pretexto de dar um toque extra
de prosa no que deveria ter sido poesia ?

Primavera chegando ...
E você, já experimentou usar flores e folhas para pintar?
E também convidar crianças para entrar na brincadeira?
Vai estragar o jardim ?
As flores duram alguns dias, muito tempo dura a
amizade, o aprendizado e a alegria.

Hei! Estação nova chegando! Vamos lá!
Na primavera, que tal mudar a forma de pintar ?
É isso mesmo! Sugiro aproveitar pétalas de flores,
folhas, vegetais, terra e outras cores naturais, fáceis de encontrar.

Recolha também juras de amor sob a lua cheia,
mãos entrelaçadas de namorados a caminhar na areia.
Resgate sonhos antigos, planos e ilusões até.
Experimente uma iluminada idéia, com toques de fé.

Junte fragmentos de angústia, cacos de dor e
dê realce à pintura, com a cor complementar.
Pegue aqueles tons suaves de ternura e paz,
algum filete de fonte cristalina que a sede desfaz.
Vá com calma, construa seu caminho com arte,
as pegadas serão seguidas, mesmo que em parte.

Solte a voz, cante para o sol, mesmo desafinado.
Poderá acompanhar você, um coral, em trinados.
Plante sementes de alegria, vida e esperança.
Perdoe, é possível, e ajude a curar lembranças.
Quem sabe, uma poda aqui, outra ali, faz parte.
Mas que seja com carinho e um pouco de arte.

Vamos lá, mude a forma de pintar!
Que tal, uns riscos e rabiscos de poetar?
Para mim, poema-primavera é assim:
Uma braçada multicor de belas flores colhidas
no jardim e nas estradas da vida,
que a gente vai contemplando e ajeitando.
No desejo de que fique o mais correto,
envolvemos amores e amarramos flores
com fitas generosas de cuidados e afeto.

Zuleides Andrade

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