Se tomar algumas xícaras de café faz parte da sua rotina diária, boas notícias: uma série de estudos demonstrou que a bebida pode trazer benefícios à sua saúde e aumentar sua resistência a certas doenças.
Se você não toma café, temos boas notícias também: caso tomasse, poderia experimentar efeitos negativos, como tarquicardia e insônia.
“Como assim?”, pergunta o leitor. “Afinal, o café faz bem ou mal à saúde?”.
A resposta mais segura é: depende.
A dose consumida diariamente, o tipo de grão usado, os hábitos associados e as particularidades de cada organismo influenciam a maneira como uma pessoa é afetada pelo café.
Contudo, “para a maioria das pessoas que não experimentam os efeitos negativos, os benefícios superam muito os riscos”, diz o endrocrinologista Donald Hensrud, da Mayo Clinic (EUA).
Uma xícara de benefícios
Para começo de conversa, o café é considerado uma boa fonte de antioxidantes – substâncias que combatem radicais livres, produzidos pelo corpo e nocivos para a saúde.Outro benefício fica por conta da cafeína, que interage com neuroreceptores de adenosina.
Ao fazer com que menos adenosina se ligue a eles, ajuda a manter a atividade cerebral mais intensa, evitando sonolência.
Em estudo feito em 2011, pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA) concluíram que o café pode reduzir o risco de câncer no endometrial.
Para isso, eles analisaram dados de 67.470 mulheres com idades entre 34 e 59 anos que haviam sido acompanhadas durante 26 anos.
Aquelas que tomavam quatro ou mais xícaras de café apresentaram 25% menos risco de desenvolver a doença.
Embora não tenha sido comprovado que o café foi de fato responsável direto por essa redução, os pesquisadores consideraram a ideia plausível.
Outra pesquisa, realizada também em 2011 por cientistas de Harvard, mostrou que o consumo diário de café pode diminuir os riscos de se desenvolver câncer de próstata.
A metodologia foi similar à do estudo mencionado anteriormente, e o fato de que a associação é plausível (mas não comprovada) se repete.
Nos últimos anos, diversos estudos trouxeram resultados animadores em relação ao café: foram encontradas fortes evidências de que ele reduz os riscos de se desenvolver diabetes tipo II e mal de Parkinson, além de demonstrar efeito antidepressivo.
Uma saudável dose de prudência
Apesar de tantas evidências, enquanto não for realizado um estudo “controlado” e mais detalhado a respeito do consumo de café, não haverá certeza o suficiente sobre seus benefícios à saúde.Por mais interessante que possa ser do ponto de vista científico, um estudo como esse teria de passar por dois obstáculos: o econômico (poderia custar dezenas de milhões de dólares) e o de interesse (grandes laboratórios não trabalham com a bebida, e produtores de café não precisam de um estudo para divulgar sua mercadoria, que já é largamente consumida).
Um dos pontos-chave da discussão é o fato de que cada pessoa responde de uma forma diferente ao café: algumas se satisfazem com poucas doses, outras chegam a criar dependência e há quem não tolere uma xícara sequer.
Médicos não chegam a considerar o café uma recomendação padrão porque os efeitos variam de acordo com a pessoa, diz Hensrud.
Entre os possíveis malefícios que a bebida pode trazer estão insônia, taquicardia, dores de cabeça e irritação no estômago.
Além disso, aditivos (como leite, açúcar, adoçante e creme) podem fazer com que os benefícios do café não compensem.
Até o momento, incluir ou não café em seu cardápio diário continua sendo uma “aposta” – pelo menos enquanto nenhum estudo traz provas concretas.
[CNN]
http://hypescience.com/cafe-faz-bem-ou-mal-para-voce/
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