Do filme Happy Feet 2, uma mensagem para aqueles fazendo a travessia.
Aqueles removendo as velhas crenças, expandindo sua consciência e escolhendo o amor ao invés do medo para trazer mais luz ao nosso mundo.
http://www.youtube.com/watch?v=7L055Q2yg78
Vídeo Original: http://youtu.be/Pjr_983fKgM
Tradução, legenda e sincronia: Scheila Grade
Visite: http://despertandodeuses.blogspot.com/
A diferença é que enquanto na obra
do brasileiro a dança era no Rio de Janeiro e o ar de urgência era a
compra e venda de espécimes em extinção; no filme dos pingüins dançantes temos a
dança na Antártica e
a urgência do filme, de primeiro momento, parece ser o derretimento das geleiras
e as conseqüências para a família dos pingüins imperadores.
De primeiro momento,
porque o que se desenvolve a partir do segundo ato é uma trama competente, sem
cair nas armadilhas melodramáticas em que pisa e com um arco dramático bem
construído sem precisar se render a obviedades.
Escrito
e dirigido por George Miller (Mad Max e Happy Feet), a trama gira em torno de
Mano (protagonista do primeiro filme) e seu filho, Erik, que busca compreensão
no sentido de dançar (dúvidas dos próprios espectadores, aliás) e parte para a
“terra” natal de Ramon.
Enquanto procura o filho, Mano se vê diante do
derretimento das geleiras que ocasionam no isolamento de dezenas de pingüins e
precisará contar com a ajuda de todos que cruzarem seu
caminho...
Estabelecendo
uma subtrama divertida e interessante logo no inicio do longa, Miller acerta em
cheio na história de Will e Bill, dois camarões que também estão tentando
encontrar sentido na vida e buscando entender sua situação na cadeia alimentar.
O roteiro não tarda em explorar a trama divertida dos dois e que
conseqüentemente geram as melhores piadas do filme, criando uma espécie de
road-movie de camarões. “Um
passo para um crio, um grande passo para os invertebrados sem
medula”
ou “Vamos
subir na cadeia alimentar e comer algo que tem rosto”
ou até mesmo “Onde
você está?
Aqui na sua frente, não me reconhece?
Claro que não, somos todos
iguais”
fazem parte desse humor inteligente de Miller.
Em
contrapartida, o diretor parece gostar mais de travellings circulares que o
Michael Bay. Contei uns 10, antes de parar a contagem.
Ainda assim, os planos
são bem feitos – com geralmente o diretor mostrando planos mais abertos para
mostrar os pingüins dançando e planos mais fechados quando explora o cardume dos
camarões, por exemplo.
Outro tom assertivo do diretor é explorar sutilmente a
questão de homem X religião.
É interessantíssimo quando vemos Mano salvar um
elefante marinho com seu poder de raciocínio/coragem e vemos o pequeno Erik
pensando que tudo aquilo foi capaz apenas com sua fé (ou força do pensamento,
dito pelo personagem Sven
– que parece ter saído do livro O Segredo).
Assim como o tom certeiro que o
diretor trata o derretimento das geleiras. Sempre de longe e de forma sutil, não
girando o filme em torno apenas desse problema.
A
parte técnica de Happy Feet, como era de se esperar, também é competente.
Ficando apenas a fotografia dos Davids, Dulac e Peers, como deslocada ao
conferir sempre uma fotografia em PB nas cenas que deveriam ser mais tensas,
como se só por estar em preto e branco já trouxesse o ar de perigo que a cena
requeria.
Happy
Feet 2, aliás, acaba só tendo grandes prejuízos em sua construção melodramática,
soando forçada quando seus personagens começam a cantar gospel em tom de
melancolia e de esperança (principalmente nas patéticas cenas em que Erik canta para os
Elefantes marinhos e Gloria canta para seu filho) – algo que é totalmente ao
contrario da sutileza preservada pelo filme até então.
Assim como frases prontas
como “Às
vezes temos que recuar para depois seguir em frente”.
Encerrando
com um espetáculo visual, Happy Feet 2 sustenta-se por conta própria e sem ser
formulaico e depender do original.
O resultado, apesar das falhas, consegue ser
no mínimo satisfatório – desde cenas como a dos humanos indo ao encontro dos
pingüins isolados depois de ver um dos pingüins dançando ao som de We Are The
Champions até a fantástica cena final (fechando a subtrama dos camarões e
proporcionando um desfecho incrível ao som de Under Pressure).
E mesmo as falhas
são esquecidas quando nos damos conta que, no final, Happy Feet 2 acaba sendo um
filme em que pingüins dançam e cantam Queen.
Sim, pingüins dançando e cantando
Queen.
Precisa mais?
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