quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quando a vida lhe exigir decisões, proteja suas escolhas!



Outro dia, uma consulente que refletia sobre um relacionamento que tinha ido por água a baixo me disse de forma enfática:
"Eu protejo as minhas escolhas".

A frase me pegou.
Já tinha pensado sobre a questão, mas nunca tinha escutado a idéia expressa assim,
de forma tão pontual.

Sim, proteger as nossas escolhas.

A gente demora tanto tempo para decidir entre uma coisa e outra, pesar prós e contras, encarar as oscilações da balança...

Deixar de lado o caminho conhecido, confortável.

Noutras vezes, a opção é mais radical: ou muda-se de vida ou muda-se de vida.

Sem saída: aquilo que nos dá absoluta segurança vai dançar.

Não há garantias.

Respira-se fundo, levanta-se a cabeça e diz-se: "Eu vou".

Mas vai pra onde?

E aí começa o processo de pesagem.

Não raro, alguém sai magoado.

Os mortos e os feridos.

Sem esforço não há crescimento.

E existem os sacrifícios.

Desapegos.

Coisas que a gente não quer largar.

Como ir pra frente sem olhar pra trás?

Pois é.

Mas não tem jeito.

A decisão precisa ser tomada.

E depois disso, só há o futuro.

Não dá pra voltar.

Proteger as nossas escolhas.

É o justo, depois da coragem de colocar todas as fichas na mesa.

Tanto trabalho não pode ser jogado fora assim, com uma marcha-ré na primeira dificuldade.

Há que se proteger a opção calculada, refletida, pesada na balança nem sempre equilibrada da vida.

A escolha é livre!

E sempre nossa.

Sempre.

Quem diz que não teve escolha, escolheu não escolher.

Mas escolheu.

Proteger nossa opção é um ato de amor.

Uma questão de respeito para consigo mesmo.

É ruim olhar-se no espelho pela manhã e dar de cara com alguém que não mantém sua palavra.

E saber que essa pessoa é você.

É, ainda, um ato de amor para com os outros - aqueles que ficaram no passado e aqueles que fazem parte agora, do nosso presente.

Por isso a importância de deter-se com atenção frente à encruzilhada e discernir com tempo e critério o novo rumo.

É claro que, vez ou outra, nos arrependemos.

Normalmente isso acontece quando nos deixamos pressionar e decidimos sem tempo suficiente para um veredicto profundo.

Ou quando a nossa escolha destina-se a agradar a alguém que não a nós mesmos.

É difícil agradar gregos e troianos.

Toda escolha acertada exige centramento.

Às vezes a gente errou mesmo.

Aí então é melhor colocar o rabo entre as pernas e voltar sem muitos dramas.

Opção equivocada.

Essa conversa de "não me arrependo de nada que fiz na vida" é uma balela.

É só uma frase repetida sem reflexão.

Na história da humanidade, sabemos, o erro pode levar a um grande achado.

A penicilina, por exemplo, foi descoberta por causa de um vacilo de Fleming, uma situação imprevista.

Ou seja, podemos aprender, e muito, com o erro.

Basta que tenhamos abertura para mudar o ponto de vista.

O lugar de onde olhamos um evento nas nossas vidas faz toda a diferença.

Nesse momento também é bom levar em conta que o conceito de certo e errado está atrelado a nossa forma de pensar, algo construído durante anos e com o respaldo da sociedade em que vivemos.

Mas será que o "erro" é realmente um erro?

Será que o "certo" é mesmo uma certeza?

O ideal é que possamos escolher sem pressões, calmamente, podendo dar uma "visada" no futuro e vislumbrando como ficaria nossa vida indo pelo caminho A, pelo caminho B, ou permanecendo.

Pois permanecer, insisto, também é uma escolha.

Veja lá o que vai fazer na próxima bifurcação.

Disso depende o seu bem-estar, a sua tranqüilidade mental no futuro.

E depois de feita a opção, proteja seu caminho, seja de flores ou de pedras.

Proteja as margens.

Encerre os tijolos.

Regue as rosas.

E segure firme nas mãos de quem vai junto.



Zoe de Camaris

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