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segunda-feira, 24 de outubro de 2011
A diferença entre os avanços tecnológicos e os afetivos é alarmante!
Nos últimos 50 anos, os avanços conquistados na área da tecnologia, da ciência e da medicina foram (e tudo nos leva a crer que serão cada vez mais) inimagináveis.
Nunca evoluímos tanto no desenvolvimento da informática, maquinários, descobertas científicas e também no universo da saúde, especialmente no que se referem à extensão da juventude, cirurgias estéticas e transplantes de órgãos.
Os meios de comunicação também surpreendem os que, há menos de 25 anos, ainda se comunicavam fundamentalmente por telex e linha telefônica – que era disputada a ferro e fogo e custava uma quantia considerável.
Quem imaginava que tão rapidamente teríamos câmeras ao vivo, espalhadas pelo mundo todo?
Hoje, a tecnologia nos permite acompanhar a dinâmica do mundo em tempo real.
Já se fala até em construir um avatar de você mesmo para deixar para a posteridade.
Ou seja, você já pode ser imortal, o que significa que seus bisnetos, tataranetos e gerações seguintes poderão falar com a sua versão virtual, através de qualquer computador.
Espantoso?
Creio que não!
Ou melhor, creio que esse avanço é totalmente compatível com a inteligência e a criatividade humana.
Porém, espantoso mesmo é o quanto nos mantemos retrógrados e atrasados no campo das emoções.
Se traçarmos um paralelo entre esse estonteante crescimento e o amadurecimento afetivo que tivemos no mesmo período, constataremos que estamos diante de um dilema bastante perigoso.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), daqui a 10 anos, a depressão será a segunda causa de improdutividade das pessoas, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares.
Prevê também que a cada 30 segundos, pelo menos uma pessoa cometerá suicídio no mundo.
Além disso, sabe-se que cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de distúrbios afetivos, incluindo ansiedade, bipolar, TOC, depressão, entre outros.
Agora, pensemos: a expectativa de vida aumenta a cada ano, mas a nossa capacidade de lidar com nossas emoções, expressar nosso afeto ou simplesmente conversar sobre o que nos incomoda continua tão pequena.
Bastaria analisarmos o fato de que uma mulher, por exemplo, pode voltar a “ser virgem” por meio de uma cirurgia de reconstituição do hímen e, no entanto, a maioria dos casais sequer consegue falar sobre sua sexualidade e suas dificuldades porque tem medo de se entregar, de confiar ou de compreender melhor suas crenças sobre sexo.
Tudo isso sem falar sobre a tão pouca atitude consciente que ainda temos a respeito da preservação da natureza, ou ainda sobre como ser gentil com as pessoas que mais importam, seja nosso cônjuge, nossos filhos ou familiares.
No ambiente de trabalho, quantos ainda cumprem sua carga horária exclusivamente em troca do salário mensal, sem nenhuma perspectiva de transformação humana, sem nenhum comprometimento com a qualidade das relações que mantém a maior parte do dia, da semana, do tempo de sua vida?
Se quisermos realmente vivenciar a felicidade enquanto desfrutamos de avanços como cura de doenças, possibilidades de novos relacionamentos e facilidades tecnológicas, é urgente adotarmos uma nova postura diante da vida.
Claro que as atitudes que nos conduzem ao amadurecimento não são resultado apenas de uma decisão, mas certamente este é o primeiro passo.
Em seguida, por meio de leituras, terapias, espiritualização e novos aprendizados, é certo que poderemos fazer um ótimo trabalho.
Sobretudo, que não nos enganemos: conhecimento se dá pelo processo de assimilação das informações corretas.
Mas sabedoria, aquela que promove a transformação de que tanto precisamos, só é possível quando nossas atitudes são coerentes com o que sabemos.
Ou seja, exercício diário, consistente e ininterrupto!
Rosana Braga
www.rosanabraga.com.br
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