segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CIÊNCIA ESPÍRITA BUSCA EXPLICAR ESPÍRITOS E REENCARNAÇÃO



Espíritos existem?
E reencarnação?
Para alguns cientistas, sim.
São pesquisadores sérios, do mundo todo, Brasil incluído, que buscam provas sobre a existência da alma.
E eles já conseguiram resultados surpreendentes.

Bastante gente sabe: as milhares de pessoas que passaram por uma parada cardíaca e foram ressuscitadas logo depois.
O intrigante é que boa parte volta com alguma história para contar: enquanto o coração estava parado, elas se enxergaram fora do corpo.
Observaram tranqüilamente a sala de cirurgia, enquanto os médicos tentavam traze-las de volta à vida.

Para alguns cientistas, isso é uma evidência séria de que a mente, consciência, é uma entidade que não depende do corpo, do cérebro, para existir.
Em português claro: que aquilo que as religiões chamam de "alma" é mais do que uma questão de fé, mas uma realidade científica.
Há vários brasileiros entre esses pesquisadores.
Inclusive na USP, a maior universidade do país.
Vamos conhecer o trabalho deles.
O Abadiânia, interior de Goiás.
As cenas insólitas se sucediam: João de Deus, um autodenominado "médium de cura", inseria uma pinça do tamanho de uma tesoura grande por dentro do canal do nariz de um homem, fazia uma incisão com bisturi na barriga de outro e passava objetos cortantes sobre os olhos de duas pessoas.
Tudo sem anestesia.

Isso não é novidade nem para você nem para ninguém.
O mais surpreendente ali era um texto afixado na parede.
Era um artigo científico, intitulado "Cirurgia espiritual: uma investigação".
Entre seus autores estavam membros das faculdades de medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora e da USP.
Eles haviam acompanhado algumas cirurgias espirituais e avaliado os pacientes.
Os acadêmicos concluíram que as intervenções e cortes não eram truques de ilusionismo.
O que chamava mesmo a atenção era a proposta dos pesquisadores.
Eles defendiam a necessidade de mais investigações sobre o "mundo espiritual".
Eram médicos e psicólogos usando a ciência para estudar algo que sempre fora classificado sob a rubrica "Acredita quem quiser".

Boa parte dessa vertente científica surgiu no Departamento de Psiquiatria da USP. Lá foi fundado em 1999 o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (ProSER), que se dedica justamente a examinar os efeitos da religião na saúde das pessoas, como no caso das cirurgias mediúnicas.
O chefe do Departamento de Psiquiatria da USP, Eurípedes Miguel, explica o trabalho: "A medicina está se movendo de um eixo (que tinha como meta combater a doença) para outro (que privilegia a promoção da saúde)", diz.
"Estamos interessados em qualquer método que possa ajudar as pessoas, mesmo que fuja aos nossos padrões."

A coisa, porém, vai muito além disso.
Uma das pesquisas do ProSER foi a de Frederico Leão.
Ele buscou mensurar os efeitos das sessões mediúnicas sobre os internos de uma instituição espírita onde trabalhava como psiquiatra.
O lugar abrigava pessoas com retardo mental e semanalmente voluntários espíritas realizavam sessões mediúnicas.
Nelas, os médiuns diziam incorporar a consciência dos pacientes (embora estes continuassem vivos e abrigados em outras dependências).


Frederico Leão, da USP


"Encarnada" no médium a "alma" do paciente falaria pela boca dele, externando seus problemas emocionais.
E a coisa funcionaria como uma espécie de terapia. Para a maioria dos cientistas, uma coisa dessas soaria como um espetáculo circense, uma farsa.
Mas não para Leão.
Ele quis saber se aquilo dava resultados. Então submeteu os internos a uma avaliação de seu estado geral. Leão observou 58 supostas comunicações durante as sessões mediúnicas por 6 meses.
E chegou a uma conclusão nada convencional: 55 % dos pacientes que tinham passado pela terapia espírita apresentaram alguma melhora em seu estado mental depois do tratamento, contra 15% dos que não tinham passado.

Trata-se, é claro, de uma avaliação subjetiva, que leva em conta as deduções do pesquisador, que não podem ser medidas por aparelhos.
Outro médico poderia ter outra opinião.
Mas tratava-se de uma pesquisa científica de fato, tanto que ela foi publicada na própria revista do Instituto de Psiquiatria da USP, a mais conceituada do gênero no país.
Desde 2008 Leão é médico no Instituto de Psiquiatria da USP e o atual coordenador do ProSER.

Para os críticos, no entanto, o tato de pesquisas como essas serem aceitas por uma revista científica da universidade não atestam nada.
"Mesmo as melhores publicações deixam passar estudos de qualidade duvidosa", diz o matemático e psicólogo André Luzardo, presidente da Sociedade Racionalista da USP, uma organização que defende o cetismo.



Outro nome forte na ciência da espiritualidade é o do psiquiatra Alexander Almeida. Ele foi um dos autores daquele estudo sobre as cirurgias de João de Deus e hoje trabalha na Universidade Federal de Juiz de Fora coordenando o Nupes (Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde), onde segue desenvolvendo suas pesquisas.
Uma delas, inclusive, em conjunto com uma estrela internacional da ciência do além, o inglês Sam Parnia, que estuda as chamadas "experiências de quase morte" - EQMs, no jargão dos pesquisadores.


Revista Superinteressante (n. 296 - out/2011)
Ilustrações: Patrick Melgaço

Um comentário:

  1. Acredito verdadeiramente na reencarnação, pois sou espírita. Tenho certeza que a cada vida bucamos nos aperfeiçoar ainda mais nas leis divinas.

    jorge-menteaberta.blogspot.com

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