quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Aprendiz da vida


Queria poder dizer que
estou numa idade onde
aprendi a vida.
Mas não cheguei ainda
a esse ponto.

Aprendi algumas coisas sim,
outras trazem uma luta
enorme entre eu
e meu e não sei quantas
quedas e quantos levantares
serão necessários para
que eu aprenda.

Mas não desisto.

Parece que estou na
idade da razão,
mas percebo que não existe
idade para isso.

Nem sempre tenho razão,
nem sempre sei o que fazer,
sou e serei até o último
minuto uma aprendiz
da vida.

Dizem que perdoar é
esquecer e eu não
sei ainda onde encontrar
essa borracha que
apaga vivências doloridas
ou curativos que
cubram feridas que nunca
se fecham.

No meu ver,
perdoar é compreender,
aceitar e seguir adiante,
é poder olhar nos olhos da
outra pessoa novamente e,
se preciso,
dar a mão sem o
sentimento de sacrifício.

Raras são as pessoas que
alcançam o dom do perdão,
mas não é impossível.

Quando pensamos que
sabemos tudo
porque vivemos um
certo número de anos,
temos que admitir que
vivemos em outras épocas,
com outros valores
e que nossas certezas
de antes nem sempre
cabem nos dias de hoje.

Nossos filhos nos lembram
disso a cada instante.
São eles nossos
maiores mestres,
ao contrário do que se pensa.

Em tudo o que fazemos
e dizemos,
nosso exemplo vale
mais do que todas as palavras.

As crianças ouvem
muito mais o que parecemos
que o que dizemos.

É assim também com
os que precisam do
nosso apoio.

Cada um de nós absorve
de maneira diferente
acontecimentos comuns a
todos e somos incomparáveis.

Por que eu vivi algo de
um jeito não obriga
ninguém a viver da
mesma forma.

Aprender a respeitar a dor
alheia é respeitar a
individualidade do ser humano.

O medo do sofrimento
do amor nos afasta
das pessoas que mais
nos amam.

Muito do que chamamos
de imprevisto e coincidência
é a Mão de Deus
interferindo nas nossas vidas.

Devemos pensar então
duas vezes antes de
reagir mal a algo que
contraria nossos planos.

O passar do tempo nos
traz a experiência,
mas a sabedoria vem de
maneira diferente.
Ela chega com a vivência,
entendimento,
compreensão e aceitação
das adversidades.

Meu maior medo é o de
acreditar sobre o que
dizem a meu respeito,
isso me destruiria.

Devo sempre saber quem
sou e nunca me esquecer
dAquele que me criou.

Aprender a vida é
reconhecer-se aluno eterno,
com as somas,
diminuições e ciências
do dia-a-dia.

É chegar ao fim do dia
e fazer planos para o
dia seguinte e se preciso for,
recalcular, rever,
repensar e recomeçar.

Letícia Thompson

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