quarta-feira, 9 de junho de 2010

Natureza canina, natureza divina...




Quem sou eu para falar de um mero cão?
Terei a metade de sua fidelidade?
Terei um terço do seu amor por quem amo?
Terei tão somente um quinto de sua resignação frente a tudo que não tolero?
Terei talvez um décimo de sua alma brincalhona para encarar a vida com uma férrea alegria no meio das adversidades?
Quem sou eu para falar de um cão?
Sou muito menos que um deles, e quisera possuir suas virtudes sem deter-me apenas
numa estúpida e crítica consideração que eles muitas vezes estão sujos ou mesmo um tanto fedidos depois de uma chuva de verão.
É melhor estar sujo até o pescoço, mas ser fiel sob qualquer pressão.
É melhor estar fedido, mas amar incondicionalmente,
Sem importar-se com a cor da suas peles,
Sem discriminar os seus corpos estropiados,
Sem importar-se que outros deixarão de serem meus amigos por estarem limpos, belos e perfumados.
É melhor dormir ao relento, que dormir em uma cama macia sob um teto quente
acolhedor.
Pois quem assim procede,
Ao despertar de um novo dia,
Vai à luta conquistar o seu mundo,
Destruindo impensadamente,
Passados de uma bela história,
Sonhando augúrios de um presente,
Assentados em um futuro sem glórias!
E assim vai a humanidade carente,
Conquistando “bens” na sua marcha,
São castelos vazios e sem esperanças,
Sementes de esforços jogados ao nada..
Ser cão, não é para qualquer um, e comparando, não há nada igual,
Ser cão é possuir uma alma divina, num corpo limitado de um animal...

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