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sábado, 29 de maio de 2010
Ataques espirituais?
Para falar a verdade, não gosto muito de dizer que acredito em ataques espirituais porque acho que falando isso dou valor ao mal.
Aprendi que somos nós que valorizamos as coisas e acho que não devemos supervalorizar as coisas negativas que nos acontecem porque se damos muito valor a algo ruim o que já é pesado ou triste se torna ainda pior.
Mas devo confessar que acredito sim em ataques espirituais, porém, não acredito que as pessoas são sempre vítimas das situações.
Os ataques existem, mas não somos vítimas.
Somos participantes dos enredos de nossas vidas.
Claro que muitas vezes gostaríamos de escrever apenas coisas boas para viver, mas e aquilo que já foi escrito?
E aquilo que já fizemos em Vidas Passadas?
Não podemos simplesmente mudar nossas vidas e esquecer totalmente que tivemos um passado.
Olhar a vida de forma mais ampla explica muita coisa, inclusive os ataques espirituais.
Adriano, um cliente, viu que em vidas Passadas foi um grande cavaleiro cruzado, ganhou muitas lutas, ficou famoso, tornou-se respeitado e admirado por seus talentos, cresceu entre seu grupo e nesta vida tem verdadeira fixação por essa parte da história.
Assim, quando apareceu numa sessão sua vivência nessa época, chorou como criança.
No final do encontro, comentou que sentia saudades do sucesso de outrora porque hoje encontrava apenas portas fechadas, inclusive, os amigos não o compreendiam e o achavam arrogante, coisa que ele não concordava.
O tempo passou e precisei de serviços de telefonia.
Como ele trabalhava com isso, chamei o rapaz e qual a surpresa quando o engenheiro da minha obra, homem gentil e prestativo, procurou-me para dizer que não trabalharia com Adriano...
Por quê?
Perguntei espantada, pois sabia o quanto ele era competente e confiável.
Maria Silvia esse moço tem mania de perseguição.
Quando pedi algumas explicações e alguns ajustes, ele ficou se explicando mil vezes, deu voltas, não fez o que pedi e saiu da obra ofendido.
Como podemos trabalhar com alguém assim?
Como nada é por acaso, alguns meses depois Adriano me procurou.
Meio sem graça, pediu desculpas por abandonar a obra.
Como já sabia do assunto, fiquei feliz dele abrir esse diálogo e de procurar ajuda novamente.
Por que você fez isso?
Perguntei realmente interessada na resposta, mas não me surpreendi quando ele veio com um discurso sobre honra, sobre ser afrontado pelo engenheiro, sobre ser incompreendido pelas pessoas, por se sentir perseguido.
Foi impressionante quantas coisas sofridas saíram de sua mente e de seu coração.
Parece que o mundo estava contra ele.
Na sessão que fizemos naquele dia, apareceram apenas cenas de perseguição, guerra, atentados contra a honra e pudor, e ele como vítima tentando se defender e perdendo.
No presente, as dores se repetiam, ele estava praticamente sem trabalho, as pessoas se afastavam sem ele entender por que, enfim, nada dava certo.
Amigo leitor, o caso do Adriano explica muito bem o que é um ataque.
Ele de fato tinha um mal karma; no passado, fez coisas erradas, sentiu-se superior e abusou do poder e foi o algoz de muitas almas... porém, há muitas vidas estava vivendo o outro lado da mesma moeda.
Tornou-se uma vítima cheia de pudores e honras, alguém que não dá certo na vida.
Como mudar?
Ele me perguntou.
Saindo deste papel.
Respondi de forma objetiva.
Mas é claro que expliquei que as pessoas nem sempre conseguem entender o que está por trás dos infortúnios e, de fato, muitas vezes são vítimas do que acontece, sentem-se presas nesta condição mesmo tendo consciência que não é nada bom ficar nessa condição.
Todos nós precisamos mudar, transmutar, crescer.
Adriano estava vítima do seu orgulho.
Neste caso, além de conhecê-lo e as suas Vidas Passadas, também conhecia o seu algoz que nesse momento era uma pessoa ótima, tranqüila de lidar, que em nada servia para o papel.
O engenheiro, porém, era uma pessoa exigente e ponderada que tinha o seu plano de ação e as suas obrigações.
Adriano, apesar de competente, não aceitava ordens e, com isso, com certeza, não soube lidar com o desafio profissional.
E como será que ele estava lidando com outros pontos de sua vida?
Os ataques espirituais acontecem justamente potencializando a dor nos pontos onde somos mais frágeis, e o primeiro passo para a cura é reconhecer nossas fragilidades.
O ponto do Adriano era o orgulho...
Tenha coragem e enfrente a sua sombra, porque é exatamente onde está doendo que está a cura.
Nem sempre enxergamos nossos problemas, pois não é fácil reconhecê-los.
Quando trato as pessoas, fica clara a presença de energias intrusas, espíritos obsessores, forças contrárias.
E é justamente por isso que precisamos tanto nos dedicar aos exercícios de expansão de consciência e perdão.
O perdão nos liberta e aos nossos agressores.
Se você não ficar mais na posição de vítima, inclusive se perdoando por estar sofrendo, e assumindo uma postura positiva e autotransformadora não haverá espaço para o agressor.
Seja humilde, queira se melhorar.
A compreensão e o perdão são as chaves.
Perdoe-se e perdoe àqueles que lhe fizeram mal.
Não há ataque que resista a essa força.
Experimente!
Maria Silvia Orlovas
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