Julgar o Próximo
Quem julga se pre-supõe juiz, ou seja conhecedor das causas antagônicas do Próximo.
Cada um julga com os elementos que possui.
Os conhecimentos que tem, a experiência que tem.
Se conhece matemática, sabe que dois mais dois é igual a quatro, se não conhece, o quê pode dizer?
Quem vive na carne reconhece a carne e pode discerní-la, quem vive no espírito reconhece o espírito e pode discerní-lo.
Mas pode o homem usar a mente para discernir a carne e o espírito?
O Próximo é feito de carne , espírito e mente.
Quem está em julgamento?
A mente julga a mente.
Os elementos da mente são a razão e a emoção.
Para a razão a emoção está errada e para a emoção a razão está errada.
Quanto mais somos ignorantes, menos elementos possuímos, e quanto menos elementos possuímos, mais rápidas e absolutas são nossas conclusões.
A ignorância determina o alcance de nossa visão ou compreensão.
As vezes a solução está em apagar a luz, mas por ignorância queremos vêr.
Então sofremos muito mais em conhecer do que em ignorar.
Por que o que passamos a conhecer nos impregna em dogmas, pensamentos e atitudes que nos leva a fazer coisas terríveis, inclusive julgar o próximo.
Parece antagônico o que acabo de falar.
Eu explico.
O conhecimento se divide em dois, o certo e o errado.
O que é bastante disceminado é o errado.
As vezes é melhor não vêr, do que, vêr o que é errado e aprender.
Fica difícil se limpar de um dogma assim.
Ao contrário, quem possui mais conhecimento e, com isso, mais elementos para julgar, não chega a conclusões simplistas, rápidas e absolutas.
Mesmo assim, procurará o equilíbrio, e não encontrando equilíbrio deixará que as forças razão e emoção se defrontem e que vença qualquer uma.
Logo, quem mais se aproxima da verdade é quem julga lentamente, sem absolutismo, mas com profundidade.
Com certeza sem encontrar resposta para o seu julgamento.
Então, quem julga, lançando seu julgamento sobre os outros, em última análise julga a si mesmo, e com seu julgamento, se revela.
Neste caso é extremamente verdadeiro, porque o juiz aqui está usando seus parâmetros pessoais para estabelecer uma decisão, ou seja ele mesmo se vê na situação em foco, então o julgamento estará no que determinar a sua mente.
E por conta disso suas imperfeições estarão tambem influenciando o resultado da decisão final.
Pelo fato: de ele não poder julgar senão conforme seu tipo de pensamento e natureza, com o seu julgamento são descobertos seu pensamento e sua natureza.
Para quem tem discernimento , sim.
A melhor maneira de se chegar a conhecer uma pessoa é a de observar os seus julgamentos a respeito dos outros.
Observar o julgamento e as atitudes que toma a respeito do fato.
Porque é muito bonito dizer que alguem está errado e por baixo do pano fazer a mesma coisa.
Quando alguém cai na ilusão de supor que, julgando os outros, está assim pondo-os a descoberto e colocando-se acima deles, na realidade, apenas se está submetendo a julgamento, descobrindo- se e mostrando a todos seus próprios defeitos.
Na verdade está dizendo, tambem estou errado gostaria de ser absolvido, me perdoem, tambem estou certo, gostaria que concordassem comigo.
Vejam como eu condeno que procede errado.
Vejam como eu aplaudo quem procede certo.
Ou seja perpetua o mesmo modo de pensar sem nada mudar, vamos continuar a ser "normais", iguais em tudo.
(P. Ubaldi - A Lei de Deus)
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