Amor que deixa ir...

Uma das coisas mais difíceis da vida é saber definir o amor.
Principalmente quando esse amor é dedicado todo a um filho.
Normalmente dizemos que amamos e por isso é que queremos e até exigimos a pessoa ao nosso lado.
Controlamos os passos, ficamos ao lado o tempo todo, amarrando a pessoa à nossa vida.
Por preocupação, excesso de zelo e amor.
Mas no fundo é a insegurança que temos de ser esquecidos e trocados pelas novidades do mundo... temos medo de que essa liberdade possa significar a nossa solidão.
Será que isso é que é amor?
Será que amar de verdade, não é deixar ir e vir?
Permitir que a pessoa escolha o seu caminho, mesmo que ele seja diferente do nosso.
Às vezes nesse deixar ir embora é que está a prova de amor.
Porque se abrirmos a mão permitindo que a pessoa amada voe, estamos deixando que ela seja feliz, mesmo longe.
Pois o objetivo do amor é fazer a pessoa amada feliz.
Difícil, muito difícil... mas necessário.
Necessário abrir a mão e deixar o nosso pássaro tão amado voar e assim tornar suas asas mais fortes para conseguir aguentar o vento das dificuldades e se quiser voltar... vir forte e firme... voltar por que realmente necessita de nossa companhia.
Mas se não voltar e permanecer forte e firme voando, deve ser por que nós o ajudamos no seu primeiro vôo.
Esse ato de desprendimento é muito difícil... mas absolutamente necessário... deixar os filhos voarem sozinhos... ficar somente olhando as suas asas batendo contra o vento... e se tivermos sorte, poderemos assistir um vôo de liberdade e alegria... alegria de se sentirem amados e assim mesmo ser livres... livres sabendo que sempre.... mas sempre mesmo poderão voltar para o ninho e receber todo o carinho e compreensão, antes de um novo vôo... claro!
Dessa forma poderemos ficar felizes sabendo que somos um pouco responsáveis por essa felicidade e por eles sentirem em liberdade.
Poderemos então, nos tranquilizar com a certeza de que essa felicidade e liberdade se devem ao nosso amor incondicional.
Permitir que nossos filhotes permaneçam junto conosco... mesmo distantes fisicamente e em Paz Profunda.