sexta-feira, 17 de maio de 2013

A maior adega do mundo



Minas de Cricova percorrem mais de 100 quilômetros debaixo da terra


Com cerca de 100 quilômetros de túneis, a maior adega subterrânea não fica em Champagne, como alguns podem supor, mas na Moldávia

Todo mundo sabe que a região de Champagne é famosa por seus espumantes e também por suas caves subterrâneas que possuem quilômetros e quilômetros de extensão, abrigando sob a típica superfície calcária milhões de garrafas que ficam acondicionadas anos a fio em um ambiente gélido e úmido (perfeito para os vinhos) aguardando o melhor momento de serem abertas.



As adegas de Champagne são tão grandes, algumas atingindo mais de 20 quilômetros, que - durante as duas últimas grandes guerras mundiais - foram usadas para muito mais do que conservar garrafas de vinho, servindo de abrigo para refugiados, estocagem de munição, esconderijo etc.

Durante os conflitos, a vida dos habitantes locais ocorria debaixo da terra, com as aulas das escolas, por exemplo, ministradas no subterrâneo enquanto as bombas caíam na superfície.
No entanto, engana-se quem acha que estão na França as maiores caves subterrâneas do mundo.

Fica na Moldávia, uma das antigas repúblicas da União Soviética, a adega de maior extensão do planeta.
Cerca de 15 quilômetros ao norte de Chisinau, capital do país, estão as ditas "minas de Cricova", com mais de 100 quilômetros de comprimento.


II Guerra
Até a II Guerra Mundial, essas minas não tinham como finalidade guardar vinhos.
Eram fonte de cal.
Foi somente depois do conflito que elas passaram a ser usadas para isso, tanto que metade da adega pessoal de Hermann Göring, o segundo homem mais importante da Alemanha de Hitler, foi transferida para lá (a outra metade ficou na Crimeia).

Hoje, 1,3 milhão de garrafas de mais de 600 marcas (incluindo aí não somente vinhos, mas também licores) estão descansando nos inúmeros corredores, que chegam a ter 7,5 metros de largura e 3,5 de altura, com profundidades que variam de 35 a 80 metros.

 Essas características mantêm o ambiente com temperatura constante entre 12 e 14°C e com umidade de 97 a 98%, ideal para a conservação das garrafas por longo tempo.



Os túneis são tão grandes que podem comportar carros e é possível dirigir pelas "ruas", que possuem nomes das diversas variedades de uva.

Mas, além de estocar vinhos, os túneis têm inúmeros "ambientes", com salas de degustação, reunião, de jantar, em diferentes estilos arquitetônicos e de decoração.


Além das 1,3 milhão de garrafas, são vários os ambientes nas minas de Cricova




Em 1954, foi fundada a Cricova Oenotec, empresa vitivinícola moldava que usa cerca de 60 quilômetros dessas minas para seus próprios vinhos.

Durante o regime soviético, os túneis de Cricova ficaram fechados para o público e apenas delegações de políticos e celebridades, como os presidentes Mikhail Gorbachev e o astronauta Iuri Gagarin, podiam acessá-la.

Uma lenda diz que Gagarin, primeiro homem orbitar a terra, em 1961, visitou a adega em 1966 e só saiu dois dias depois escorado.
Em 1967, a coleção de vinhos de Cricova foi considerada um símbolo da república socialista.

Mais recentemente, em 2007, em seu aniversário de 50 anos, o presidente russo Vladimir Putin também esteve nas caves da Cricova para celebrar.
Curiosamente, seus túneis continuam crescendo, pois ainda hoje há escavações em algumas partes para a obtenção de calcário.
Aliás, as primeiras escavações datam do século XV e começaram exatamente para obter cal para a construção da cidade de Chisinau.

AINDA MAIOR?

Não muito longe de Cricova, ainda na Moldávia, outra adega alega ser a maior do mundo.
A vinícola Milestii Mici diz ter cerca de 200 quilômetros de túneis subterrâneos para guarda de vinhos, porém "apenas" 50 são usados para esse fim.
Assim como sua "concorrente", essa cave antes era usada como mina de cal.
Em agosto de 2005, o Guinness Book, o livro dos recordes, atestou que Milestii Mici possui a maior coleção de vinhos do mundo, com mais de dois milhões de garrafas estocadas.



Por Arnaldo Grizzo

http://revistaadega.uol.com.br

Mina de vinho na Moldávia

Petit Chef




Ora cá estamos de novo numa visita guiada a mais um dos sítios que desconhecíamos.
Mina de vinho?

Não pensem que dá vinho por uma bica durante todo o ano (risos).

Bem, mas vocês já vão perceber o que quer dizer esta Mina de Vinho.

Visto ser um texto grande, relaxem e deixem-se levar por esta viagem.

Num subterrâneo, a uns 80 metros debaixo de Cricóvia, que é um subúrbio de Chisinau, a capital da Moldávia, há um labirinto de túneis de 120 quilómetros, feitos pelo homem.

Antigamente, retirava-se calcário destas escuras cavernas.

Mas, nos últimos 50 anos, estas frias galerias subterrâneas tornaram-se um lugar ideal para guardar os melhores vinhos da Europa.

Uma fileira após outra de barricas e garrafas ocupam mais de 60 quilómetros de túneis nesta antiga mina.
Com capacidade para armazenar 350 milhões de litros de vinho, é considerada a maior adega de vinho no sudeste da Europa.

A Moldávia é um país cheio de tradições, e o cultivo de vinha não é excepção.
Situa-se no mesmo paralelo da famosa província vinícola de Borgonha, na França, e tem um clima temperado que aquece o solo bem fértil.

A produção de vinho na Moldávia vem já do ano 300 a.C., quando os comerciantes gregos levaram videiras para esta terra.

Nos séculos que se seguiram, continuou a tradição de produzir vinho, mesmo quando o país foi conquistado por godos, hunos e diversos senhores feudais.



O Império Otomano dominou o país entre os séculos 16 e 18 e, por motivos religiosos, desestimulou a produção de vinho.

Mas, no século 19, os czares da Rússia reivindicaram a posse do país e estimularam ativamente a indústria do vinho.

Importaram variedades de castas da França e as mesmas sobreviveram.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o novo governo absoluto da Moldávia, a União Soviética, modernizou sistematicamente a indústria do vinho.

Na verdade, fez da Moldávia a capital da produção de vinho e de uvas da inteira União Soviética.

Os soviéticos foram os primeiros a constatar que estes túneis eram o lugar perfeito para armazenar vinho.

Venham com o blog do Nariz à Boca numa visita imaginária mas de matéria verídica a esta adega excepcional para descobrir alguns dos seus segredos.

Ao entrarmos de carro na adega, vemos um prédio que faz parte duma construção esculpida no calcário. Parece um chalé francês do interior.

Essa estrutura, porém, não dá a mínima ideia da vasta construção debaixo dos nossos ricos pés.

A uma curta distância da entrada principal, deparamo-nos com a grande abertura do túnel (para perceberem, passam dois camiões lado a lado).

Descemos de carro neste labirinto subterrâneo e, depois de o percorrermos por alguns minutos, surge-nos uma guia que se junta a nós durante esta viagem.

Começamos a descer, a descer e pensamos logo que sem a guia estaríamos tramados (desculpem a expressão).

Eu pergunto: O que é que aconteceu com o monte de calcário que antigamente era escavado aqui?

Foi usado em construções em Chisinau, respondeu-nos a guia.

O calcário serve como óptimo material de construção, visto ter boas propriedades de isolamento e de redução de ruídos.



Continuando a nossa viagem
Ao descermos 70 metros abaixo da superfície do solo, a claridade no túnel diminui, criando uma atmosfera medrosa, de meia-luz.

Paramos num cruzamento, onde vários caminhos, orlados em ambos os lados de longas fileiras de enormes barricas de vinho, levam-nos a diversas direcções.

Notamos que os túneis são chamadas por tipos de vinho.

Pinot, Feteasca e Cabernet são apenas alguns dos nomes que estimulam a nossa imaginação.

A nossa guia diz-nos que as barricas de carvalho são usadas principalmente na produção de vinhos Tintos e Brancos.

Vemos pouquinhos trabalhadores, o que nos faz perguntar sobre o tamanho da força de trabalho.

Ela responde: Temos cerca de 300 pessoas contratadas que trabalham aqui na mina.
Usam roupa quente o ano inteiro, por causa da temperatura baixa.

Os nossos trabalhadores acham que esta temperatura não só é boa para o vinho, mas também para conservar os jovens, de modo que não se importam realmente com o frio.
 (quem é jovem e percebe de vinho, sabe que isto é verdade.)

O próximo ponto alto da nossa visita é a produção do vinho espumante.

Vemos centenas de garrafas inclinadas de cabeça para baixo num ângulo de 30 graus.

Somos informados que:
Quando as garrafas são inclinadas neste ângulo, o resíduo junta-se na rolha.
Depois disso, a rolha é congelada rapidamente.
Depois pode ser retirada com facilidade, levando assim os resíduos, e pode-se colocar a rolha final.



Chegamos ao lugar de armazenamento das garrafas de vinho de qualidade superior desta mesma colheita.

A nossa guia, mostrando-as, diz:  Mais de um milhão de garrafas de vinho de qualidade superior, de uma mesma colheita, estão armazenadas aqui.

Quase todos os países europeus que produzem vinho armazenam alguns dos seus melhores vinhos nas nossas adegas subterrâneas.

O vinho mais velho é da colheita de 1902  é uma garrafa de vinho de Jerusalém, da Páscoa judaica.

Uns anitos atrás deram-nos quase 100.000 euros por esta garrafa.

Mas a oferta foi recusada.

A garrafa foi evidentemente considerada de valor inestimável.

Fomos também informados de que as garrafas de vinho nesta área são normalmente armazenadas na total escuridão, excepto durante os poucos minutos em que os grupos de visitantes param aqui.

Ao olharmos rapidamente, as etiquetas das garrafas cheiinhas de pó, percebemos que a maior parte dos vinhos é bem mais velho do que nós!

A visita termina nas salas de degustação.

A maior delas é o Salão de Banquete Presidencial.

É mobilada com uma grande mesa de madeira maciça de carvalho e as cadeiras a combinar, e há lugares para 65 pessoas.

Durante a era soviética, era usada para banquetes das autoridades do Estado.

Hoje este salão bem iluminado e de cores alegres ainda é um lugar adequado para uso das autoridades do Estado.



Na sala Casa Mare (a Sala de Visitas) há lugares para 15 pessoas e está mobilada em estilo moldávo tradicional, ao passo que no Salão de Banquetes do Fundo do Mar Sarmático há lugares para 10 pessoas degustarem e comerem há volta de uma mesa circular.

O aspecto mais interessante desta sala é seu teto.

Originalmente, esta câmara era uma gruta debaixo dágua, e podem ser vistos claramente moluscos e outros restos de vida aquática petrificados.

A nossa guia lembra-nos que antigamente toda a Moldávia actual situava-se, no fundo do mar Sarmático.

Carvalhos (não são os autores deste blog) da região, foram a fonte de madeira dos móveis de todas estas salas, inclusive a do Salão de Banquetes Yuri Gagarin.

Este famoso cosmonauta visitou a Cricóvia em Outubro de 1966.

Ele escreveu uma carta de agradecimentos, declarando que aqui até mesmo o mais crítico provador encontrará um vinho do seu gosto (que frase célebre).

A nossa guia faz a observação:
Já tivemos visitantes vindos de mais de cem países nos 50 anos de existência destas adegas.
Na época dos soviéticos, os nossos vinhos espumantes eram conhecidos como champanhe soviético. Poucas pessoas sabiam que eram procedentes da Moldávia.
Hoje, vendemos os nossos vinhos espumantes sob o nome comercial Cricova, e temos variedades destes vinhos tintos e brancos.



Esta foi uma visita imaginária (mas com matéria verídica que demorou muito tempo a construir e a pesquisar) com o objectivo dos nossos leitores viajarem pelo mundo sem saírem da frente do monitor e que temos a certeza que aumentou um pouco mais a vossa cultura (e a nossa também!!!).

Texto: do Nariz à Boca

http://pt.petitchef.com

Vinho e câncer ....Com quem está a verdade?


O que diz o INCa (agência francesa contra o câncer) sobre o estudo que relaciona o consumo de álcool com a doença e o que, realmente, diz a pesquisa em que ela se baseia.





Recentemente, a imprensa do mundo todo repercutiu a entrevista do presidente do Institut National du Cancer (INCa) da França, Dr. Dominique Maraninchi.
 
A ele são atribuídas afirmações como: “o consumo de álcool, especialmente vinho, deve ser desencorajado para todas as pessoas”; “pequenas quantidades de álcool são mais prejudiciais para a saúde”; “não existe uma dose de álcool definida como segura para saúde”.

Afirmações como estas, ditas por pessoa que ocupa função tão relevante no sistema de saúde de um país desenvolvido, são impactantes.
 
O INCa da França produziu recentemente um documento oficial de 60 páginas intitulado “Alcool et risque de cancer” (Álcool e risco de câncer).
 
No entanto, nesse documento, não há nenhuma dessas frases.

Nele, consta que a incidência de alguns tipos de cânceres tem relação direta com a quantidade de álcool ingerida e não sendo encontrada diferença significativa entre as bebidas.
 
Refere ainda que, por isso, o consumo de bebidas alcoólicas deve ser desencorajado – e também por não existirem estudos consistentes que comprovem a redução do risco de doenças cardiovasculares pelo uso de álcool.

Esta pesquisa utiliza como referência para essa afirmação um estudo publicado em 1996.
 
As centenas de estudos com alto nível de evidência científica produzidas desde então – e que demonstram a proteção cardiovascular pelo álcool, e em especial pelo vinho – foram desconsiderados.
 
Na bibliografia desse documento também não constam dezenas de estudos que encontraram efeito protetor do vinho em relação às neoplasias (desenvolvimento de tumores).


Reações da comunidade científica

Essas são as principais críticas que se fazem a esse documento. Muitos cientistas que têm como área de interesse os efeitos do álcool na saúde se manifestaram sobre esta entrevista no mundo todo.
 
Para citar alguns: Dr. Arthur Klatsky, Dr. Eric Rimm, Dr. Curtis Ellison, Dr. Michael S. Lauer, Drª. Susan M. Gapstur, Dr. Roger Corder, Dr. Luc Djoussé e Dr. Yuqing Zhang.
 
De uma maneira geral, todos dizem que esta questão, ao contrário de outras, não está clara e necessita de mais estudos.
 
Acham que não é correto tirar conclusões e dar orientações baseadas em apenas um estudo.

Poucos dias após a entrevista de Maraninchi, o Journal of the National Cancer Institute publicou um dos mais importantes estudos feitos sobre esse assunto.
 
A pesquisa coordenada pela Drª Naomi E. Allen, da Unidade de Epidemiologia do Câncer da Universidade de Oxford ,avaliou 1.280.296 mulheres de meia idade do Reino Unido.
 
Ela constatou que com uma ingestão média de 10 gramas por dia de álcool (o equivalente a 100 ml de vinho a 12,5% de álcool) havia uma incidência significativamente aumentada de câncer de laringe, boca, garganta, fígado, esôfago, mama e cólon, mas significativamente diminuída de câncer de rins, linfoma não-Hodgkin e de tireóide.

No entanto, quando se analisou separadamente as mulheres que bebiam preferentemente vinho, viu-se que, para os cânceres de laringe, boca, garganta, fígado e esôfago, houve apenas uma tendência, sem significância estatística.
 
Já para o câncer de cólon houve uma tendência à proteção, mas também sem significância estatística.

Este estudo foi reconhecido pela comunidade científica como de grande valor, principalmente pelo tamanho da população estudada. Mas, não ficou livre de críticas.
 
Os principais pontos levantados são: ter sido feito apenas com mulheres; ser regional; ter considerado a média semanal de consumo de álcool.

O padrão de consumo de álcool parece ser importante.
 
Consumir 70 gramas de álcool em um único dia da semana deve ser diferente do que consumir 10 gramas diariamente.
 
Os dados foram obtidos por entrevista e há uma tendência de as pessoas informarem um consumo menor que o real.
 
Também não foram corrigidos os fatores de confusão.
 
Por exemplo: o câncer de garganta só foi aumentado para as mulheres que também fumavam.
 
Afinal, é o álcool ou o fumo o vilão?

Novos estudos reafirmam a proteção

 Será publicado nos próximos dias um estudo feito na França, pelo Centro de Medicina Preventiva de Nancy – o COLOR (Cohorte Lorraine) Study.
 
Nesse trabalho, 98.063 pessoas (homens e mulheres) de idade entre 45 e 60 anos foram observados por 21 a 28 anos.
 
Os dados foram analisados por um modelo de regressão logística e corrigidos para 12 fatores de confusão.
 
A saber: idade, instrução, pressão arterial, colesterolemia, glicemia, hábito de fumar, índice de massa corpórea, atividade física, consumo de refrigerante, consumo de água, consumo de vinho e consumo de outras bebidas de álcool.

A conclusão a que chegaram é de que as pessoas que tinham preferência por vinho apresentavam um baixo risco de morte prematura por todas as causas, especialmente por câncer digestivo.

Por fim, alguns dos componentes do vinho (resveratrol, quercitina, procianidina etc) têm mostrado um importante efeito anticancerígeno em pesquisas de laboratório.
Há a expectativa de que esses efeitos ocorram in vivo.

Com quem está a razão?

Estes foram apenas alguns exemplos de estudos conflitantes recentemente realizados.
 
O que faz desta, definitivamente, uma questão em aberto.
Ainda serão necessários algum tempo e muitas pesquisas para termos a resposta clara e definitiva sobre a relação vinho e câncer.
Esse tipo de investigação é muito difícil, porque envolve muitas variáveis e fatores de confusão.
 
Fatores que podem ser ambientais e pessoais, pois a constituição gênica é única para cada indivíduo.
 
Muito pouco, ou quase nada, sabemos da modulação gênica de todos os constituintes do vinho.
 
É muito provável que pessoas diferentes respondam diferentemente à presença de uma mesma substância.

Ainda temos muito o que aprender.
 
Nesse assunto, tirar conclusões definitivas e dar orientações baseadas em apenas um estudo é, no mínimo, uma insensatez.
 
Vinho, bebido de maneira responsável, não é medicamento.
Tão pouco veneno.
 
Ele é muito adequando para valorizar uma comida, uma conversa, uma companhia, um momento...
 
E, por isso, ele é saudável, mesmo sem ser remédio.
 
Por Jairo Monson de Souza Filho
 

Beber vinho previne infecções bucais


De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Pavia, na Itália, consumir vinho, seja ele branco ou tinto, ajuda na prevenção de doenças bucais como cárie e gengivite.



Os pesquisadores comprovaram que o vinho possui uma substância fitonutriente chamada proantocianidina, um antioxidante que evita o crescimento dos estreptococos (causadores da cárie e de outras doenças bucais) e que ele se ligue à saliva e aos dentes.

O estudo teve como base 100 degustadores de vinhos, que provaram, por dia, entre 25 e 50 vinhos.

Análises mostraram que nenhum deles apresentou sinais de erosão ou cárie nos dentes.

A esse respeito, investigadores da Universidade de Lavat, no Canadá, explicaram que os polifenóis conseguem modular e anular a ação componentes liberados pelo corpo que propiciam inflamações.

http://revistaadega.uol.com.br/

O que bebe a Mona Lisa?




Descubra como o quadro mais famoso do planeta se liga ao mundo do vinho



Mona Lisa, A Gioconda.

Não há obra de arte mais vista e discutida no mundo.

Sua sala no gigantesco Museu do Louvre, em Paris, está sempre repleta com gente de todos os cantos aglomerando-se para admirar e reverenciar o quadro mais enigmático e famoso da história da humanidade. 

Aquele sorriso leve, obscuro, a pose recatada, o semblante algo que velado de uma figura feminina diante de uma paisagem sutil pintada em uma tela de madeira de álamo de apenas 77 x 53 centímetros reúnem detalhes que intrigam pesquisadores até hoje.


Para tentar decifrar a obra do gênio Leonardo da Vinci, estudiosos foram atrás da pessoa retratada pelo artista.


 
As herdeiras de Mona Lisa produzem vinho


Depois de anos e anos de análises de documentos, acredita-se que o retrato é de Lisa di Anton Maria di Noldo Gherardini.

Anton Maria di Noldo Gherardini era um nobre florentino, que teve duas esposas falecidas por complicações no parto.

Lisa, nascida em 15 de junho de 1479, é filha dele e de sua terceira esposa, Lucrezia di Caccia.

A moça se casou com Francesco di Bartolomeo di Zanobi del Giocondo, um comerciante, em 1495.

Supõe-se que Da Vinci e o comerciante tenham sido amigos e a pintura de sua mulher começou a ser feita em 1503.


Após quatro anos trabalhando sobre esse quadro, deixou-o inacabado.

Anos depois, Leonardo levou a obra para a França, quando lá se estabeleceu na corte do rei Francisco I.

Entretanto, mesmo depois de descobrir a identidade de Lisa Gherardini, os estudiosos pouco conseguiram depreender, já que, ao que parece, a vida dela foi extremamente comum, sem grandes feitos que pudessem ser dignos de registros históricos.


Ou seja, o mistério de Mona Lisa permaneceu mesmo quando sua identidade foi revelada.

Da pintura ao vinho


Mais recentemente, contudo, um profundo estudo genealógico trouxe à tona uma nova relação da Gioconda, dessa vez com o vinho.
Segundo documentos, Natalia e Irina Strozzi Guicciardini - herdeiras da Tenute Guicciardini Strozzi, produtora de vinhos e azeites na região de Chianti, mais especificamente na fattoria Cusona, em San Gimignano - descendem de Lisa Gherardini, sendo, provavelmente, a 15ª geração da família.

Como boa parte da população rica italiana (os Guicciardini e Strozzi são quase um império na Itália e possuem relações que remontam aos tempos de Maquiavel e dos Médici), Natalia e Irina possuem títulos de nobreza e, coincidentemente, estão no ramo das artes também, além de ajudarem a gerir a propriedade familiar que data do ano de 994.

A primeira é bailarina clássica, a segunda, pianista.

VINHOS AVALIADOS 

Ocra 2009 R$ 158 92 pontos
VignaRé 2006 R$ 437 93 pontos

por Arnaldo Grizzo


http://revistaadega.uol.com.br/

O vinho de Tutancâmon




 
Muito da história da humanidade (e do vinho) foi descoberta após arqueólogos encontrarem a tumba intacta de Tutancâmon

Se você está familiarizado com a história do Egito antigo, certamente sabe que a descoberta, em 1922, da tumba de Tutancâmon, 11º faraó da XVIII Dinastia do Novo Império, abriu diversas portas para os cientistas estudarem inúmeros aspectos da história egípcia, desvendando alguns mistérios e trazendo à tona detalhes da vida na época.

Um desses detalhes foi a vitivinicultura dos primórdios da humanidade. 

Em 4 de novembro de 1922, o arqueólogo britânico Howard Carter encontrou o túmulo desse jovem faraó, que assumiu o trono com 12 anos e reinou por apenas nove, morrendo precocemente – acredita-se, depois de muita pesquisa, que por malária.


Essa descoberta foi considerada uma das mais importantes, já que a tumba estava intacta – lembremos que ladrões saquearam os principais sítios arqueológicos egípcios durante séculos a fio para pegar os tesouros dos grandes reis, restando pouquíssimos lugares intocados.

Então, mesmo Tutancâmon sendo um rei “modesto”, o que foi encontrado em seu túmulo deu margem para pesquisas que responderam diversas perguntas sobre essa época da humanidade.

Algumas das primeiras coisas encontradas na tumba foram vasos e ânforas, que deram testemunho de como a viticultura já era organizada no Egito.

Hieróglifos revelam que terras denominadas “pomares de vinhas” eram cultivadas em Fayum (130 km ao sudeste do Cairo) e também no delta do Nilo.

Interessante notar que o faraó possuía seu próprio vinhedo, cuja produção era usada nos ritos dos funerais, já que o vinho, além de estar à mesa, também estava no culto aos deuses, e servia apenas ao soberano e seus convivas.





Um dos “single vineyards” egípcios chamava-se “Seja louvado Hórus que está no limiar dos céus”


Como na Borgonha


Se você acha que o fato de cada vinhedo possuir um nome é um coisa dos franceses da Borgonha – que herdaram isso dos romanos –, está enganado.
Essa prática vem de muito tempo antes.
Assim como os vinhedos borgonheses hoje, os melhores terroirs egípcios recebiam um nome específico.
A vinha do faraó Djoser, da III Dinastia do Antigo Império, chamava-se “Seja louvado Hórus que está no limiar dos céus”.
Então, tudo sempre era voltado à adoração do deus Osíris (pai de Hórus), que estava ligado à ressurreição e ao julgamento dos mortos.
O vinho feito nesse vinhedo recebia o nome de “bebida de Hórus”, que ficava à disposição para a degustação dos faraós mortos, em diversas ânforas, enquanto eles esperavam a nova vida.

Estudos também mapearam alguns vinhos egípcios que ficaram famosos como o taniótico, um branco doce untuoso, o Kan-Komet, que era feito para Ramsés III (entre 1198 e 1166 a.C.), e o mareótico, um branco doce e suave apreciado por Cleópatra.

Vinhos safrados


Mais incrível ainda é ver que as 26 ânforas encontradas com Tutancâmon tinham a indicação do ano da safra, assim como das parcelas dos vinhedos de onde vieram as uvas, do proprietário dos vinhedos e do enólogo.
Em dois jarros havia a inscrição: “Quarto ano.
Vinho de muito boa qualidade da propriedade de Aton nas margens do rio Ocidental.
Enólogo: Ramose”.

Depois dessas descobertas, um mistério ainda ficou no ar.

Qual a cor do vinho do faraó?

Somente em 2004, com novas pesquisas é que se pôde analisar melhor os resquícios e deduziu-se que havia três tipos de vinho: tinto, branco e fortificado.
A presença de vinho branco surpreendeu os pesquisadores, que criam que esse tipo só viria surgir muito tempo (cerca de 1.500 anos) depois.

A verdade é que a tumba de Tutancâmon não para de ser analisada e quanto mais as pesquisas científicas se desenvolvem, mais mistérios ela revela.

O que mais os egípcios ainda vão nos ensinar?

 por Arnaldo Grizzo
http://revistaadega.uol.com.br/