quinta-feira, 25 de outubro de 2012

MITOS E MITOLOGIA CELTA - 1



Dicionário da Mitologia Celta 1




ABNOBA
Deusa da Floresta Negra (Forêt-Noire, Schwarz­wald).


AIFF
V. Cuchulainn.


AMAETHON
Filho de Dôn; presidia a Agricultura.


AMERGIN
Druida. ""- V. Cessair.


ANDARTA
Deusa guerreira.


ANDRASTA
Deusa guerreira.
Aparece com a rainha Bu­dica.
Tinha um esposo que foi identificado com Marte (deus da guerra) romano.


ARDUINA
Deusa de Ardennes.
Foi identificada pelos roma­nos com Diana, a Artemis grega.


ARIANROD
Filha única de Dôn, divindade tutelar da cons­telação Corona borealis ("Coroa boreal"), que os gauleses cha­mavam Caer Arianrod ("'Castelo de Arianrod").


ARTIO
Deusa adorada pelos helvécios das cercanias de Berna.
A palavra artio significa "urso".


ARTUR
Quase todas as personagens, deuses e heróis, da mitologia céltica, e mais particularmente gaulesa (os gauleses eram c.eltas), se encontram fortemente evemerizadas nos roman­ces do ciclo medieval de Artur, que constitui a massa principal da "matéria da Bretanha".
A Historia Regtlm Britanniae ("His­tória dos Reis da Bretanha"), de Geoffroi de Monmouth foi concluída por volta de 1136; as lendas heróicas da "Bretanha a Grande" se constituíram em romances arturianos nos séculos XII e XIII; em 1470 Sir Thomas Malory compôs a "':forte de Artur, traduzido ou inspirado em fontes francesas.
0 Livro Ver­melho de Hergest (Livre rouge d'Hergest), manuscrito do século XIV, contém, também, algumas façanhas do Rei Artur..
Artur é semideus, semi-rei, cujo protótipo, tálvez, tenha vivido por volta do século V ou VI.
Sua mulher, Gwenhwyar





BALOR
Gigante irlandês de "mau olho"; tinha as pálpe­bras caídas sobre os olhos e era mister um forcado para erguê­-las; seu congênere gaulês chamava-se Yspaddaden.


BANBA
V. Cessa .


BARR-FIND
o mesmo deus Manannân, rei da ilha de Man, onde ainda se vê seu tÚInulo gigantesco, nas imediações do cas­telo de Peel; parece que tinha três pernas; Barr-Find é nome irlandês: "Cabeça Branca"; transformou-se no piloto Barin do Rei Artur; na hagiografia cristã tornou-se São Barri, padroeiro dos pescadores irlandeses, em particular dos de Man.
Barr-Find era filho do deus Uyr, no início, provavelmente considerado deus do Mar, das Vagas ou das Tempestades.


BELENOS
"O Brilhante': ou "Aquele Que Reluz", divin­dade que pelos romanos foi identificada com o Apoio latino; os autores chamam Belenos o "Apoio gaulês".


BELISAMA
"Semelhante à Chama", espécie de deusa Ves­tal, padroeira das indústrias que dependiam do fogo.


BIL
V. Cessa


BORMANO
"Aquele Que Borbulha", deus das fontes ter­mais.
V. Bormo e Borvo.


BORMO
V. Bormano.


BORVO
V. Bormo.


BRESS
V. Cessair.


BRIGIDA
V. Cessair.


BRIGIT
Irmã do deus Oengus, o Cupido irlandês, divin­dade do Amor.
Brigit é uma deusa tríplice, a menos que haja tres irmas com o mesmo nome.
Venerada ao mesmo tempo pelos poetas (que inspira), pelos ferreiros (que ela enriquece) e pelos médicos (os quais ela assiste, pois preside os partos).
Enquanto deusa das estações do ano, seu culto se celebrava no primeiro dia de fevereiro, dia do Imbolc, grande festa de purifi­cação. Cristianizada, Brigit tornou-se Santa Brígida, padroeira da cidade de Kildare.
V. Brígida no verbete Cessair.


BRON
O deus marítimo Llyr tinha dois filhos: Bron ou Brân (Bron é irlandês e Brân é gaulês) e Manannân ou Manawy­dano O irlandês Bron mac Llyr é figura apagada; mas Brân ab Llyr da Grã-Bretanha é temível herói.
Era um enorme gigante que nenhum palácio ou nenhum navio podia abrigar; atravessou a nau o mar da Irlanda para combater e destruir um rei e seu exército; estendido através de um rio, seu corpo gigantesco ser­viu de ponte para o exército passar.
Possuía uma caldeirinha mágica com a qual ressuscitava os mortos.
Harpista e músico, era o protetor dos lili e dos bardos.
Rei das regiões infernais, lutou para defender os tesouros mágicos que o filho de Dôn queria roubar.
Ferido por uma flecha envenenada, ordenou que lhe cortassem a cabeça, a fim de abreviar seus padecimentos; e esta cabeça decepada continuava a conversar e a dar ordens durante 87 anos, que tantos foram necessários para levar o corpo à sepultura, uma colina de Londres, talvez a moderna Tower Hill.
A cabeça cortada de Brân, voltada para o Sul, prevenia a ilha de toda e qualquer invasão; o Rei Artur cometeu a imprudência de exumá-la, tornando possível, destarte, a conquista saxônia.

Há um outro Brân (ou Bron), viajante intrépido, que nave­gou até às regiões do Além; é o navegador das regiões misteriosas; sob o nome de São Brandão (Saint Brandan) este deus canonizado é a piedosa personagem que difundiu o cristianismo na Grã-Bretanha.





CAIRBR
V. Cessair.


CALLATIN
V. Cuchulainn.


CARVALHO
Venerado por toda a Gália, o carvalho pôde ser considerado por alguns cronistas como o deus supremo dos gauleses; assegura-nos Plinio o Antigo (Hist. Nat., XVI, 249) que 'é nos bosques de carvalhos que os druidas têm os seus santuá­rios"; não celebravam nenhum rito sagrado sem as folhas ou ramos dos carvalhos; criam que a presença do visgo revelava a do deus sobre a árvore no qual se encontrava; colhiam esse visgo com solenes cerimônias; depois de terem sacrificado dois touros brancos, um sacerdote, revestido de manto branco, trepava na árvore e cortava o visgo com uma foice de ouro o qual era recolhido em um pano ou tecido de cor alvinitente.
Ainda hoje os franceses consideram o carvalho como árvore que traz feli­cidade.
V. Arvores (culto das)


CESSAIR
Depois do grande dilúvio universal, a ilha que se tornaria a Irlanda foi invadida pela rainha-mágica-feiticeira Cessair, acompanhada de numeroso séquito; parece que essa feiti­ceira é uma reencarnação da Circe de Homero.
Mas Cessair pere­ceu com toda a sua raça.
Por volta de 2640 a.C. o Príncipe Par­tholon, vindo da Grécia, desembarcou na Irlanda com 24 casais; ao cabo de 300 anos eram 5000; mas uma misteriosa epidemia matou a todos no curso das festas que se realizavam em honra de Beltine; a sepultura coletiva desse povo é a colina de Tallaght, perto de Dublim.
Entretanto, por volta de 2600, a raça dos "Filhos de Nemed" (cujo nome significa "sagrado"), originária da Cítia, pusera pé na ilha, então deserta; outro grupo de inva­sores nela desembarcou em 2400, no dia de Lugnasad (primeiro de agosto), o terceiro grande dia festivo do ano celta.
Os Fir Bolg ("Homens belgas"?) constituíam o elemento principal dessa invasão, aos quais se misturavam diversas tribos, Gaileóin (gau­leses?), Fir Dommann (os Dummonni da Grã-Bretanha?) e outros mais; finalmente, vindos das Ilhas do Oeste, onde estudavam a Magia, chegaram os membros da Tuatha Dê Danann, que eram de raça divina; trouxeram seus talismãs: a espada de Nuada, a lança de Lug, a caldeirinha de Dagda e a "pedra do Destino" de Fâl, que gritava quando se sentava sobre ela o rei legítImo da Irlanda.
Todos esses invasores foram obrigados a lutar com os Gigantes monstruosos que habitavam o pais; uns tinham somente um olho e uma mão, outros eram providos de cabeça de animal, comumente de cabra; esses monstros eram os Fomóiré (de lo, "sob" e moiré ou mahr, "demónio fêmea").
Os Tuatha Dê a­nann e os Fir Bolg começaram, então, uma terrível guerra, cuJos combates vêm relatados num manuscrito do século XV.
Os Tuatha Dê Danann vencem; no curso da batalha, seu rei, Nuada, perde a mão direita; essa mutilação acarreta sua queda do trono; o hábil curador Diancecht a substitui por uma mão de prata articulada; constrangido a abdicar, Nuada "com mão de prata" é substituído por Bress ("Belo"), filho de Elatha (O Saber), rei dos Fumóiré, e da Dé Danann Eriu; Bress desposa Brígida, filha de Dagda, e os dois povos inimigos se aliam; Cian, filho de Diancecht, desposa Ethniu, filha de Balor.Mas Bres (ou Bress) é um odioso tirano e sobrecarrega seUs súditos /com pesa­dos impostos e taxas; zomba de Cairbré, filho de Ogma, o maior filé (bardo) dos Dê Danann; e o insolente Bress é obrigado a abdicar por um prazo de sete anos; então Nuada assume o poder e o trono, pois sua mão decepada foi milagrosamente reposta no lugar graças às encantações de Miach, outro filho de Diancecht; esse feito valeu a morte ao bom Miach, cujo pai, invejoso, não podia admitir um competidor na arte de curar.

Bress, entretanto, reúne-se com seu conselho numa morada submarina. Persuade os Fomóiré a que o ajudem a expulsar da Irlanda os Dê Danann; os preparativos da guerra duram sete anos, período durante o qual cresce o famoso Lug, o menino pro­digioso, "senhor de todas as artes", nascido de Cian e de Ethniu; Lug organiza a resistência dos Dê Danann, enquanto Goibniu lhe forja as armas e Diancecht faz jorrar uma fonte maravilhosa que cura as feridas e reanima os guerreiros mortos; mas alguns espiões dos Fomóiré a descobrem e a tornam ineficaz lançando­-lhe pedras malditas.
Após algumas pequenas batalhas e duelos trava-se a luta decisiva, na Moytura do Norte, planicie de Car­rowmore, perto de Sligo (os alinhamentos de Sligo, juntamente com os de Carnac, são os mais imponentes grupos de pedras ergui das que existe), onde morrem inúmeras personagens de ambos os partidos: Indech, filho da deusa Domnu, é morto por Ogma, que por sua vez também cai moribundo; Balor "de mau olho" fere Nuada com seu olhar fatal; mas Lug, com a sua funda mágica fura os olhos de Balor; dizimados e desmoralizados, os horrendos Fomóiré recuam e são expulsos até o mar; Bress é feito prisioneiro e a hegemonia dos gigantes foi quebrada para sempre.

O poder dos Dê Danann, contudo, conheceu rápido declfnio.
Duas divindades do Império dos Mortos, Ith e Bilé, desembar­caram na embocadura do Kenmare e começaram a intervir nos conselhos políticos dos vencedores.
Mil, filho de Bilé, vai ao encontro do pai que já se acha na Irlanda; com ele vão seus oito filhos e o seu séquito; como os invasores precedentes, tam­bém estes desembarcam num primeiro de maio.
Na direção de Tara encontram sucessivamente três deusas epônimas: Banba, Fodla e Eriu.
Cada uma delas pede ao druida Amergin, conse­lheiro-adivinho de Mil, que dê seus nomes à ilha; esta, então, fica sendo chamada Erinn (genitivo de Eriu), porque Edu fez seu pedido em terceiro lugar; depois de novos e sangrentos com­bate's, no último dos quais intervém Manannân, filho de UY, ("O Oceano"), os reis Tuatha são mortos pelos filhos sobrevI­ventes de Mil. Conclui-se um pacto de paz; os Tuatha cedem .a "verde Erin"( Erinn) e se retiram do país para o Além, não exigindo mais que um sacrifício celebrado anualmente em sua lembrança.


CIAN
V. Cessair.


CONCHOBAR
Conahar; pronuncia-se Conor.
V. Cuchu­lainn.


CONLACH
V. Cuchulainn.


CORMAC
V. Fionn.


CUCHULAINN
As aventuras de Cuchulainn (pronuncia-se Cu-hu-lim) constituem a epopéia central do ciclo heróico de Ulster; são contemporâneas dos inícios do cristianismo; de feito, a tradição refere que no ano 30 a.C. surgiu o jovem Rei Conchobar mac Nessa e que em 33 da nossa era morreu; e toda a breve carreira do famoso Cuchulainn se desenrola sob o reinado deste soberano.

Cuchulainn, ao nascer, chamava-se Setanta; era filho de Dechtiré, irmã do Rei Conchobar, casada com o profeta Sualtan; mas seu pai verdadeiro era o deus Lug "de longos braços", mito solar dos Tuatha Dê Danann; criado entre os demais filhos dos vassalos e guerreiros do rei, valentes campeões do Ramo Verme­lho de Ulster (provavelmente nome de uma milícia ou ordem primitiva de cavalaria), Setanta, com a idade de sete anos matou o terrível cão de guarda de Culann, chefe dos ferreiros de Ulster; daí lhe adveio o nome de Cuchulainn, "Cão de Culann"; o menino possuía força monstruosa; quando se deixava dominar pela cólera, irradiava intenso calor e suas feições ficavam transtornadas e pavorosas; logo depois massacrou três gigantes, guerreiros mági­cos, que tinham desafiado os nobres do Ramo Vermelho; final­mente mandam-no para junto da feiticeira Scâthach, "Rainha das Trevas", epônima da ilha Skye, onde deverá concluir sua edu­cação; a feiticeira reside em Albu, na Escócia e ensina a Cuchu­lainn toda a sua ciência mágica; o discípulo, reconhecido, antes de partir resolve destruir a Amazona Aiffé, mortal inimiga de Scâthach; não só a derrota mas também a deixa grávida, e volta para Ulster rico de sortilégios e munido de armas prodigiosas.
Pouco tempo depois o jovem se apaixona pela formosa Emer (pronuncia-se Avair), filha de Forgall Manach, mágico poderoso e solerte; este recusa dar a mão da filha ao jovem herói; Cuchu­lainn.. então, rapta-a, depois de ter matado a guarnição e o pai da loira donzela, a qual estava presa num castelo mágico.
Segue­-se longa e fastidiosa narração de combates e duelos onde se justifica plenamente o título de "campeão" outorgado ao herói. Suas mais notáveis façanhas' são aquelas que leva a cabo no curso da gaziva dos bois de Cooley (Táin bo Cuailngé), a san­grenta história da longa guerra que os quatro reinos da Irlanda desencadearam contra Ulster, à instigação da temível rainha de Connaught, a pérfida Medb (pronuncia-se Méve), que aparece como "rainha Mab" em Shakespeare; o objeto dessa guerra é a posse de um animal mágico, o Touro castanho-escuro de Cooley.
Ora, Medb teve o cuidado de travar a guerra numa época em que os Ulates (habitantes de Ulster) estavam paralisados por uma estranha fraqueza periódica que os tornava incapazes de guer­rear ou mesmo de se movimentarem; esta misteriosa doença lhes havia sido infligida como castigo pela deusa Macha, da qual, certa feita, haviam zombado.
Então, quando o reino de Ulster parecia estar prestes a cair sob os golpes do inimigo, Cuchulainn, que, em razão da sua origem divina, escapara à maldição comum, parte sozinho para enfrentar a horda inimiga; há inúmeras lutas e combates singulares; Lug, verdadeiro pai de Cuchulainn, todas as noites, por meio de ervas mágicas e de bebidas misteriosas, cura as feridas do filho; Morrigan, deusa da guerra, auxilia-o e o aconselha, salvando-o mais de uma vez; por fim oferece-lhe seu amor e daí provém o ódio impotente que terá contra o herói até o fim deste.

Mais tarde, num barco mágico, dirige-se para Mag Mell ("A Planície da Alegria"), onde se apaixona pela deusa Fand, esposa abandonada de Manannân mac Llyr, que se entrega ao herói; Cuchulainn retoma para Ulster, e Fand, ao cabo de um ano, fiel ao prometido, apresenta-se na margem para que ele a possua; mas ambos são surpreendidos por Emer; os lamentos da jovem como­vem a deusa que abandona o herói à sua esposa e volta para junto do marido que a viera buscar.
  Pouco mais tarde, sem saber quem era, Cuchulainn mata seu filho, o jovem Conlach, que ele tivera com a Amazona-feiticeira Aiffé.

Por fim, a odiosa rainha Medb consegue seu intento: matar o herói.
Três feiticeiras, filhas de Callatin, que tinham no Oriente aprendido todas as ciências maléficas, revestem-se da forma de corvos e arrastam o jovem para a planície de Muirthemné, onde fazem com que ele viole o tabu em lhe oferecendo carne de cão, que não poderia aceitar; tiranl-lhe a lança mágica e Cuchulainn, afinal, despojado de todos seus poderes sobrenaturais, amarra-se a um pilar de pedra (menir) para morrer de pé; recebe a home­nagem do seu cavalo negro e exala o derradeiro alento.






DAGDA
Dagda ou Dagdé, contração de Dagodevos, "o Deus Eficaz", é o nome pelo qual era conhecido o deus-chefe Eochaid Ollathair.
Outro nome que lhe davam, Ruad Ro-fhessa, "Senhor da Ciência Completa", proclama bem alto sua onipotência; com efeito, Dagda é bom para tudo: dos mágicos é o primeiro e o mais poderoso, temível guerreiro, habilíssimo artífice e o mais esperto de todos quantos "possuem a vida e a morte"
Possui uma caldeirinha maravilhosa, na qual se podem alimentar todos os homens da terra.
Chama sucessivamente as estações do ano tocando a harpa divina. Vestido com uma túnica curta, traz na cabeça um capuz e na mão uma enorme maça, que transporta montado sobre rodas; é o senhor da vida e da morte, dispensadqr da abundância.
Parece que seu equivalente gaulês é Math, o irmão da deusa Dôn.


DANA
A mãe do panteão celta insular é a deusa Dana (ou Donu), na Irlanda, e Dôn na Grã-Bretanha; é a companheira de Bilé (em irlandês) ou Béli (em bretão), que parece corresponder ao Dis pater dos romanos, do qual, no dizer de César, pretendiam os gauleses descender.
A sua descendência chama-se Tuatha Dê Danann (tribos da deusa Dana) na literatura gaélica, ou Filhos de Dôn nos documentos de origem bretã.
V. Cessair.


DECHTIRÊ
V, Cuchulainn.


DÊ DANANN
V. Cessa ir.


DÊ DANANN ERIU
Deusa epônima da Irlanda. Erinn
(Erin em português, "a verde Erin" dos antigos navegadores) é genitivo de Eriu e nome comum para designar a Irlanda. DIANCECHT -Deus goidélico da Saúde e da Cura, espécie de Esculápio irlandês -V. C essair.


DIARMAID
V. Fionn,


DOM NU
V, Cessair.


DON
V. Duan.


DONU
V. Dana.


DRUIDAS
Havia druidas gauleses e irlandeses.
Comumente se ouve e se lê que os "druidas eram a casta sacerdotal dos antigos celtas"; se por sacerdotes se designam pessoas espe­cialmente consagradas, com carácter profissional, para executarem ritos religioso-culturais, nomeadamente o ato do sacrifício, em nome da comunidade ou em nome próprio — os druidas não foram sacerdotes, Se tivessem sido sacerdotes do antigo culto céltico, encontrá-los-íamos, sem dúvida, ocupando lugar de des­taque entre os celtas da Itália, da Espanha, da Europa central e da península dos Bálcãs assim como da Asia Menor; mas, nestas regiões, os druidas parece diferirem profundamente dos da Gália e da Irlanda. Havia, na Gália, uma classe denominada gutuatri, palavra que em geral se interpreta como "os que invo­cam" ou "os que interpretam vozes", da raiz gutu, "voz"; é bem possível que os gutuatri exercessem, entre os celtas, as funções sacerdotais.
O termo druida é derivado de duas raízes, dru, "a fundo" ou "completamente" (advérbio) e vid, "conhecer"; por­tanto, druidas seriam "aqueles que têm conhecimento profundo (ou completo )"; por outras palavras, eram "mestres" ou "filó­sofos".
Formavam ordem, não casta fechada, Outra etimologia da palavra, mais concorde com a filologia, afirma que provém do celta deru, "carvalho".

Os druidas se dividiam em três classes:
1) os druidas pro­priamente ditos, possessores, no início, do supremo poder que mais tarde cederam aos brenns (daí o nome que os romanos da­vam ao general celta que invadiu a Itália e conquistou Roma, Breno), "os chefes" ou "generais dos guerreiros":
2) os eubages, adivinhos e sacrificadores; e
3) os bardos, que cantavam hinos e celebravam as façanhas dos heróis.
Os druidas criam na imor­talidade da alma e na metempsicose; cultuavam vários deuses mas não possuíam templos: reuniam-se nas sombrias florestas; a sua assembleia geral era perto de Chartres; tinham uma célebre escola em Dreux; nas grandes calamidades os druidas imolavam vítimas humanas.
O druidismo atribuía misteriosas virtudes a certas plantas, à verbena, à selagina, ao sâmolo e, de modo espe­cial, ao agárico ou, melhormente, ao visco ou visgo -;v. Carvalho — que era cortado, em certos dias, com grandes cerimónias, sobre velhos carvalhos.
Os druidas eram, ao mesmo tempo, médicos, astrónomos, físicos e conselheiros; toda sua ciência se continha em versos que não eram escritos mas que aprendiam de cor. As druidisas, feiticeiras e profetisas, tinham seu principal santuário na ilha do Sena, sobre a costa de Finisterra.

As invasões dos romanos.. depois as do bárbaros e o cristia­nismo puseram fim à religião dos druidas, os quais se refugiaram na Armórica (Bretanha) e depois na Irlanda; desapareceram definitivamente por volta do século VII; as práticas do druidismo foram condenadas pelo concílio de Nantes, em 618.

Há uma teoria que afirma ter sido o druidismo, juntamente com certo número de práticas de magia, ensinado aos celtas irlandeses pelos pictos, que não seriam de origem céltica.
A teoria da origem não-céltlca do druidismo foi defendida por J. Pokorny (Celtic Review, julho de 1908).
Os monumentos chamados druídicos, dólmen, menir, cromlech etc., são considerados como bem anteriores à época gaulesa.

DUMIAS
Deus tutelar da montanha de Dôme; mais tarde tomou-se simples epíteto aplicado ao Mercurius latino (Mercúrio).





EMER
Emer (pronuncia-se Avair) era esposa de Cuchu­lainn e filha de Forgall Manach, o mágico.
V. Cuchulainn.


ÉPONA
"A Cavaleira" ou, para usar um termo grego, "A Amawna ".
J?, uma das divindades celtas que melhor conhecemos e que parece não ter sofrido o sincretismo romano.
J?, represen­tada sempre a cavalo, sentada de lado, como as amazonas do século passado; na cabeça traz um diadema; ao seu lado vê-se uma jumenta ou um poldro, que às vezes a deusa alimenta; seus atributos eram o como da abundância (cornucópia), uma pátera e frutos.
Divindade tutelar, Épona presidia, também, à fecundi­dade do solo, fertilizado pelas águas; desse aspecto surgiu a extravagante teoria de alguns pseudomitólogos que querem ver em Épona a exacta contrapartida da fonte Hipocrene, a "fonte cabalina" ou "as águas cabalinas" de Camões (Soneto, 21), fonte beócia famosíssima na mitologia grega.
Era muito popular na Gália, segundo atestam as numerosas representações que chega­ram até nós; mais tarde, isto é, depois de César, o culto .de Épona foi levado para Roma; os romanos perderam o sentido primitivo do culto de Épona (deusa tutelar e deusa da fertilidade), e ela se tomou apenas a protectora da raça equina; punham sua imagem nas cavalariças.
A divindade gaulesa Rhiannon, ..A Grande Rainha", tem alguma afinidade com J?,pona; como esta, parece que foi uma "deusa-égua".


ERIU
V. Cessair.


ESUS
O deus Esus chegou até nós através dos romanos; o próprio nome já parece ser uma adaptação latina. Lucano, no seu poema Farsalia refere-se ao "horrível Esus de ferozes alta­res" (1,444 e seguintes).
Era o deus do Trovão, do Raio e dasTempestades; equivalia, portanto, a Júpiter.
O deus sanguinário de Lucano, segundo um comentador da Idade Média, exigia no seu culto vítimas humanas, que eram suspensas de uma árvore.
Em Treves e em Paris encontraram-se monumentos onde Esus aparece como derrubador de árvores; o monumento de Paris, de origem galo-romana, apresenta numa face "O Touro com oS Três Grous", e pa outra o deus lenhador que corta os ramos com seu machado; sabemos que se trata de Esus, mas ignoramos os mitos que simboliza.
Os filólogos querem ver na palavra Esus a deturpação de erus, "senhor" ou "dono de casa".


ETHNIU
 V. Cessair.





FAND
V. Cuchulainn.


FILI
Poeta.


FINN
V. Fionn.


FINN MAC CUMHAIL
Herói e mágico do ciclo feniano ou de Ossian.
V. Fionn.


FIONN
Chefe dos Fianna de Leinster, o herói Fionn ou Finn mac Cumhail é o fanfarrão que mata monstros e é mágico ao mesmo tempo.
J?" também, poeta, e vive principescamente; seu caráter principal é a desconfiança e a astúcia; aparentado aos Fir Bolg e aos Tuatha Dê, assim como a Sualtam; pai putativo de Cuchulainn, não obstante a sua idade casou-se com a formosa Grainné, filha de Cormac, que logo o abandonou sedu­zida pelo jovem e encantador guerreiro Diarmaid (Dermat).

Finn é pai de Ossian (Oissin) e avô de Oscar (Osgur); são seus inimigos o altivo e orgulhoso GoII e seu irmão Conan, filhos de Môrna e chefes do clã temível dos Connaught.
O nome Finn significa "Branco" ou "Louro".
Morreu numa batalha, em Gha­bra, onde seu inimigo era Cairbré Lifecair, bisneto do Rei Conn.

FODLA
V. Cessair.


FOMóIRÉ
V. Cessair.


FORGALL MANACH
V. Cuchulainn.


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