domingo, 6 de maio de 2012

A Busca do SER e ESTAR

 

Já era muito tarde quando as pessoas deixaram seu trabalho.
 
Uns estavam cansados de carregar lenha para a fogueira, outros famintos e prontos para chegarem a casa para abraçarem seus filhos.
 
Fernando era filho de um casal com mais 9 irmãos e todos bem pequenos.
 
Ele queria estender uma tenda ao relento para dormir e estar sempre só.
 
Seus pais não o deixavam fazer por ter apenas 14 anos de idade.
 
Ele não suportava ficar à espera que todos se recolhessem para dormir num mesmo quarto apertado.
 
Sempre desejou viver livre e ficar pensando.
 
Adorava a sensação de permanecer no escuro dos campos vendo apenas um holofote no céu.
 
Sua estrela preferida era a de Órion.
Ali ficava meditando, falando com Deus.
 
Cada momento como esse ele crescia muito desejando que o próprio SER Maior em sua Divina Presença EU SOU estivesse sentado fisicamente ao seu lado só para poder dizer o quanto estava agradecido em viver a beleza da vida junto à natureza.

Fernando não conhecia a cidade grande.
 
Vivia no campo arando a terra.
 
O filme que assistia era o movimento das nuvens, o entardecer colorido, aves voando muito baixo, e sua estrela Magna que brilhava fortemente indicando-lhe um ponto para sua concentração.

Os vizinhos mais próximos encontravam Fernando sempre cheio de vida, alegre, saltitante e com muita emoção.
 
Queria passar as pessoas o sentido da liberdade.
 
Liberdade era algo muito sério para ele.
 
Viver livre era a plenitude do Ser e Estar.

O Ser, o movimento da ação. O Estar, o resultado da atração.
 
Pensando, ele atraia para si materialização dos sons e imagens.
 
A ação do movimento do Ser caracterizava um permanente estado de vigilância que sempre conseguia lhe dar o sentido do torpor mais da ação em não delinear um sentido que não o fizesse sentir-se Pleno.

Seus pequenos irmãos não compreendiam Fernando.
 
Todos tão pequenos fugiam do irmão que dizia coisas tão profundas, e por não o compreender, se afastavam jogando pedras como se ele fosse um garoto demoníaco.

Não sendo aceito por todos resolveu construir um grande império na sua vida.
 
Abriu uma tenda, jogou um pano na terra para dormir com suas folhas de bananeiras, aquietou-se, se afastando de todos.
 
Assim que deu início a uma reclusão, construiu instrumentos musicais de cordas.
 
Inventava um jeito de ter som perto de si.
 
Estendia cordas, cordões, anéis, folhas, pedras.
 
Tudo o que podia ele tirava um som.
 
Entre os sentidos dos sons ele desafiava cada vez mais o seu poder de falar com Deus.

Sua existência era voltada a ELE, o criador.
 
Não tardou para Fernando, um adolescente ao estilo pré-histórico, ou um homem da caverna no século 22, estar coroado de sabedoria.
 
Recheava o seu espírito com sons provenientes da própria natureza.
 
Ergueu-se uma fonte de energia tão grande ao seu espírito que ele já conseguia flutuar.
 
Seu espírito se elevava.
 
Construía em volta de si uma pirâmide de ferramentas na largadura dos sons e pensamentos criativos materializados na extensão de um único pensamento: o de viver.

Ele era a nota Dó.
 
O som que reverbera a cor vermelha.
 
A cor da terra.
 
A chama crística de quem sabe fazer do tempo a sua hora.
 
Hora do movimento em ação correndo pelas planícies mais altas ao encontro do todo poderoso que se encontrava com ele numa única nota lhe dando a afinação do seu estado de SER.
 
Um diapasão que tirava da nota Dó a força do chão, a extensão da terra num círculo que se formava lhe dando a extensão de viver num movimento muito afetivo, próximo ao seu próprio EU.
 
O Eu de uma Nova Era.
 
A ERA da reforma interna em que cada um constrói para si o seu movimento.
 
Cada um faz viver a sua plenitude numa força de expressão do Ser e Estar.
 
Ninguém deve dar um tiro no escuro.
 
Mas todos devem olhar a sua volta com o SOL se expandindo lhe dando os prismas de sua ascensão.
 
Cada prisma uma cor, um som.
 
Você deve encontrar o seu som mesmo tecendo com a própria natureza o chão que lhe dá o raio da reverberação do que precisa, ancorando forças para lhe dar uma direção.

Não sendo sensível à natureza que é o seu chão, sua alma, jamais cantará.
 
Não subindo nas planícies uma vez ou outra não encontrará a acústica da reverberação entre o Eu e o Estar.
 
Faz-se necessário aprender a reverberar o seu mantra, canto interno numa única nota musical.

Não aprendendo a fugir das pessoas que não compreendem, jamais será um sacerdote de sua própria existência.
 
Pois aquele que se conhece sabe estender e materializar o seu tom comportamental.

Aquele que num único dia não se deparar para encontrar o seu ponto de luz num comando estelar, jamais poderá partilhar com os que amam a sua fonte de sabedoria.
 
Brilhar através do seu pensamento é poder encontrar-se com a Divina Presença EU SOU no raio de sua extensão, diminuindo ou aumentando o seu estado de SER através da energia do seu próprio vocábulo.

Lembrem-se: Todo o Fernando da vida.
 
Aprenda a viver num único dia um momento de solidão.
 
O ESTAR consigo mesmo faz crescer e aumentar o seu ponto de luz.
 
Criar pensamentos novos é estender o seu cordão umbilical perante a majestade do maior de todos os tempos: O Maestro que arquitetou o seu próprio plano de AÇÃO é o que inspira a SER, o movimento da atração.
 
É o ESTAR na plenitude de quem o carrega no círculo dos prismas em cores, sons e liberdade.

Seja sim um instrumento para reverberar o princípio da forma.
 
A forma é o resultado do que se cria no pensamento, reverberando na mente o acústico da sua vibração.


Por um expectro de Luz - Augusto César - Galileu dos Sons
Canalização - Violeta Vitória
São Paulo, 10 de fevereiro de 2011.

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