domingo, 19 de setembro de 2010

NA EXPERIÊNCIA ATUAL


Lameira Andrade

A evolução é a transição do ser da condição de escravo à condição de senhor do próprio destino.

Almas milenarmente necessitadas somos agora discípulos do bem.

E ainda no estágio da experiência, atual, por vezes, inconsciente e distraídos, se aprendemos, fazemos segredo do que sabemos; se ganharmos, erguemos o monopólio do que temos; se nos emocionamos, disfarçamos o que sentimos em prejuízo dos semelhantes.

Por isso, freqüentemente, nossos espíritos, cegos – não vêem as bênçãos da Providência; surdos – não ouvem as vozes que cascateiam da Altura; mudos – não confessam as próprias faltas.

Cumpre-nos considerar, entretanto, que ninguém adita um milímetro de imperfeição perene à obra Imperecível de Deus, da qual participamos inevitavelmente, desde que fomos criados, porquanto, toda manifestação impura tem a duração de um átimo, à frente da Eternidade.

Desse modo, não te amofines quanto às condições difíceis em que te encontras, na romagem terrestre, sejam elas quais forem.

Se a Lei concede o corpo conforme o espírito, não olvides que as melhores posições, perante o mundo, são aquelas que nos oferecem as inibições físicas, as dificuldades de nascimento, as heranças fisiológicas de amargo teor, as lutas e os obstáculos incessantes, as adversidades e provações sucessivas, pois somente no círculo dessas desvantagens aparentes é que superamos os nossos antigos defeitos morais e nos candidatam às Estâncias Resplandecentes da Vida Maior.

Estuda as tuas facilidades do momento que passa.
Quase sempre a obsessão entra na vida humana de braços dados com elas...

Se trouxeres a consciência arpoada pelo remorso, não te entregues inerme ao aguilhão com que te prende a cabeça. Busca refazer o destino, ajudando os outros, hora após hora, sem te esqueceres de que se o sorriso é idioma internacional, o gemido também o é...

E auxiliando, age com presteza, de vez que o remédio que chega atrasado, torna-se fraco para combater a doença que já progrediu...

Auscultemos intuitivamente o báratro do pretérito, no pélago de nós mesmos, pois a culpa, em forma de tentação, se nos imiscui no presente, até o resgate final dos próprios débitos, contudo, ainda, assim, arrima-te no trabalho e asserena-te na esperança, porque, mesmo nas mais densas trevas, ninguém vive órfão da solidariedade Divina.

(Do livro "Ideal Espírita", Francisco C. Xavier - Espíritos Diversos)

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